Após deixar corretora, fundador da BitcoinTrade cria startup de tokenização

Plano é desenvolver tokens por meio de blockchain e oferecê-los como uma nova alternativa de investimento
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Foto: Shutterstock

O empresário Daniel Coquieri, fundador da exchange BitcoinTrade — vendida no final de 2020 para a argentina Ripio — anunciou nesta quarta-feira (17) a criação da Purus, uma startup de tokenização de ativos através de blockchain.

A empresa, na qual assume a função de CEO, foi criada junto com Yulgan Lira (responsável pela parte de tokenização) e Felippe Percigo (CMO).

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“Na minha visão, hoje o momento do digital assets é o mesmo do bitcoin em 2017. Não há muita clareza, é uma novidade, mas é um mercado promissor e que promete revolucionar a forma como investimos no país”, disse Coquieri em nota enviada para a imprensa.

Diferente de uma exchange, a startup não fará a listagem de criptomoedas. O serviço oferecido, segundo a nota, é desenvolver tokens por meio de blockchain e oferecê-los como uma nova alternativa de investimento.

“Para uma empresa conseguir investidores hoje em dia, ela precisa trilhar um caminho longo até a Bolsa de Valores, por meio do IPO. A tokenização vai permitir uma capitalização de uma forma mais eficaz, segura e eficiente para as empresas”, explicou Coquieri.

Em resumo, um token é a fragmentação de qualquer ativo (líquido ou não) em pequenas partes digitais, feita por meio de smart contracts na blockchain da Ethereum. Esses ativos digitais, que representam ativos reais, ficam registrados na blockchain para serem comercializados em plataformas como a da Purus.

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De acordo com Coquieri, o serviço funcionará da seguinte maneira:

“Primeiro acontece o processo da estruturação jurídica e financeira do token e, em seguida, sua emissão. O próximo passo é a listagem para venda e distribuição desses tokens de determinado ativo e, por fim, a governança dele, ou seja, a gestão e remuneração. Na prática, a Purus trabalhará com três pilares de atuação: participação de startups, direitos econômicos de clubes de futebol e dívidas/antecipação de recebíveis”.

Tokenização e questão regulatória

Apesar de pouco conhecido, o setor de tokenização tem ganhado adeptos e se tornado uma opção de investimento com um ticket médio baixo.

Por isso, o empresário disse que esse é o momento ideal também para apostar em educação do setor, conscientizando as pessoas e empresas sobre o valor que esse novo tipo de serviço oferece.

De acordo com Coquieri, outro ponto importante a ressaltar é que esse novo mercado anda lado a lado com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão que regula o mercado de capitais.

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“A inovação está empurrando o regulador e isso é fantástico. Mas ainda há passos que precisam esperar a CVM para serem dados. A Purus já solicitou licença de crowdfunding para a CVM, que deve chegar no próximo mês e trará um dos vieses de negociação para a startup”, disse.