Imagem da matéria: Analistas acusam presidente de El Salvador de custodiar 1300 bitcoins nos Estados Unidos
Presidente de El Salvador, Nayib Bukele (Foto: Divulgação)

Desde que o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, começou a comprar bitcoin com o dinheiro do país, a dúvida se espalhou pela comunidade cripto era onde essas criptomoedas estavam sendo armazenadas.

O mistério parece estar recebendo uma possível resposta nos últimos dias e um rumor sugere que as chaves privadas para o bitcoin de El Salvador estão nas mãos da BitGo, uma empresa dos EUA.

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A afirmação partiu de Anita Posch, escritora do livro (L)earn Bitcoin e apresentadora do The Anita Posch Show, podcast onde já entrevistou um grande número de especialistas e pessoas importantes na comunidade do  bitcoin.

Posch esteve em El Salvador em novembro e, em seu artigo publicado no Bitcoin Magazine, explicou que a informação surgiu de conversas que teve no país e em artigos da mídia que comprovam a relação entre o governo salvadorenho e a empresa americana.

Em uma publicação no Twitter em dezembro, ela voltou a falar sobre o assunto:

“As chaves para ~1.300 BTC detidos por El Salvador estão com a empresa norte-americana BitGo. Organizações internacionais e o governo dos Estados Unidos poderiam forçar a BitGo a cortar o acesso de El Salvador a suas moedas armazenadas em custódia off-line”, explicou.

Matt Odell, um bitcoiner conhecido do meio cripto por apresentar programas como Tales From the Crypt e Citadel Dispatch, foi outro que também afirmou que o bitcoin de El Salvador está custodiado na BitGo. 

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“Minhas fontes me disseram que eles [El Salvador] estão usando o produto de custódia segurada, cuja BitGo tem controle total das chaves”, escreveu no dia 31.

Sem dar mais explicações, ele também divulgou junto com um tweet sobre o assunto o endereço de uma transação, mas ela não foi encontrada por rastreadores como o Mempool.space e Blockchain.com.

A relação da BitGo e El Salvador

Um dos artigos citados por Posch para basear sua constatação foi publicado pela Forbes em setembro do ano passado. O veículo confirmou que a BitGo estava fornecendo infraestrutura e a plataforma de segurança para a Chivo, carteira oficial do governo, e que era fornecedora exclusiva de carteiras quentes (hot wallets) do país.

A BitGo é uma empresa de custódia de criptomoedas de Palo Alto, na Califórnia. Segundo o Coindesk, a empresa possui atualmente mais de US$ 64 bilhões em criptomoedas sob custódia e está em processo de ser adquirida pela Galaxy Digital, companhia do bilionário Michael Novogratz.

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Enquanto a BitGo fornece infraestrutura para a carteira do governo, diversos salvadorenhos alegaram que seus bitcoins desapareceram de suas carteiras Chivo de forma inexplicada.

Segundo o jornal  The New Scientist, foram mais de 50 casos diferentes que o saldo da carteira simplesmente desapareceu. O governo, por sua vez, não se pronunciou nem reconheceu o problema.

Da mesma forma com relação a custódia dos bitcoins em posse do país, o presidente Nayib Bukele nunca respondeu a qualquer questionamento da comunidade.

Not your keys, not your coins

Embora pareça positivo que El Salvador esteja buscando a segurança de uma custódia profissional para o bitcoin do país, o lado negativo é que ao fazer isso, passa o controle das moedas para uma empresa baseada no país que se tornou o alvo de críticas favorito de Bukele. Afinal, a máxima que vale no meio cripto é “not your keys, not your coins”.

A situação relembra o que acontece com a Venezuela. Desde o ano passado, o país de Nicolás Maduro luta para recuperar suas barras de ouro armazenadas nos cofres do Banco da Inglaterra que se nega a devolvê-las devido às sanções impostas ao país.

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Embora a situação de El Salvador e Venezuela sejam diferentes, o país centro-americano aumentou sua tensão com outros países e organizações internacionais desde que tornou o bitcoin uma moeda de curso legal em setembro do ano passado.

Os reguladores americanos, aliás, já aplicaram sanções à BitGo. Há exatamente um ano, a empresa pagou uma multa de US$ 100 mil ao Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, por não respeitar as sanções impostas pelo país. 

Segundo o governo americano, a BitGo infringiu a lei quando ofereceu seus serviços à residentes de Cuba, Crimeia, Irã, Sudão e Síria, entre 2015 e 2019. Desde então, a empresa concordou em fazer bloqueio de endereço IP e impor outras restrições a países sancionados pelos EUA. 

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