“É o fim do hype do Bitcoin como o futuro da moeda global? Provavelmente não. Mas na nossa perspectiva, o Bitcoin tem falhas sérias: sua trajetória parece com um caso clássico dos manuais sobre bolhas no mercado financeiros e não possui qualidades-chave para ser uma moeda”, escreveu Stefan Hofrichter, chefe da estratégia econômica global da empresa de seguros Allianz Global.
O diretor do fundo, que tem ativos de 81 bilhões, vai além nas suas críticas. No comentário, escrito no site da empresa, ele diz que o valor intrínseco do Bitcoin é zero. “Alguém poderia fazer o mesmo argumento sobre o ouro, mas o ouro tem sido aceito pela humanidade como algo de valor por mais de 2500 anos”.
Entre as características que Hofrichter, ele aponta algumas questões que apontam para sua tese: uma “nova era de pensamento”, falta de regulação financeira, ‘overtrading’, supervalorização, lançamento de instrumentos financeiros (como os ICOs) e o uso da tecnologia por criminosos graças a capacidade de passar ao largo do sistema bancário tradicional.
Para o executivo, o Bitcoin também não serve como uma moeda. Ele cita o alto custo das transações, a grande volatilidade e, por isso, a incapacidade de ser usado como reserva de valor.
Pontos de vista divergentes
Na última quinta-feira (15), o co-fundador do PayPal, Peter Thiel transformou-se numa espécie de defensor do Bitcoin. Ao falar no Clube Econômico de Nova York, o empresário voltou a defender a criptomoeda e a dizer que segue comprando no longo prazo – numa clara demonstração de que vê valor no ativo e não está de olho apenas nas flutuações do dia a dia.
Para Thiel, o Bitcoin ainda enfrenta restrições como meio de pagamento, mas tende a se transformar na referência entre as criptomoedas e também num porto seguro da era digital, assim como o ouro já teve seu reinado. A analogia, segundo ele, é a mesma que se aplica ao metal.
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