Imagem da matéria: Alguém movimentou R$ 5,5 bilhões de uma carteira de bitcoin e pode ter sido um hacker
Foto: Shutterstock

Uma carteira Bitcoin contendo 69.370 Bitcoin (R$ 5,5 bilhões) teve seus fundos movimentados na terça-feira (03) às 18h33. Ao que se sabe a carteira já rodava nas mãos de hackers há pelo menos dois anos. Mas ainda assim pode ter sido o próprio dono que realizou a transação.

A carteira, que contém endereço 1HQ3Go3ggs8pFnXuHVHRytPCq5fGG8Hbhx, é – ou melhor, era – a quarta carteira com maior quantidade de bitcoins. Os BTCs foram transferidos para o endereço bc1qa5wkgaew2dkv56kfvj49j0av5nml45x9ek9hz6 e permanecem lá até agora.

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As moedas estavam na carteira desde abril de 2015, quando o preço do Bitcoin era cotado perto dos US$ 200. Hoje, um único Bitcoin vale cerca de US$ 13.800, ou R$ 80.000.

Os fundos são anteriores ao hard fork do Bitcoin Cash, o que significa que o proprietário do endereço também tinha direito a 69.370 BCH (no valor de quase R$ 100 milhões); era a 18ª maior carteira de Bitcoin Cash até que esses fundos também fossem transferidos hoje.

O curioso caso dessa carteira

Essa carteira em questão era famosa no mercado. Hackers diziam estar há pelo menos dois anos tentando acessa-la. De acordo com uma publicação no Twitter de setembro deste ano, um hacker já havia avisado estar em posse da carteira, mas ainda era preciso descriptografa-la. Segundo ele, outras pessoas também tinham acesso à carteira.

É como se eles tivessem encontrado um baú de tesouro, mas não fossem capaz de quebrar o cadeado.

O problema todo começa pela criptografia. O arquivo ‘wallet.dat’ pode ter sido criptografado sob dois algoritmos AES-256-CBC e SHA-512. Aqui a situação se complica, pois cada algoritmo teria sua própria linguagem, grosso modo. É como se fosse um idioma e aquele que desconhece a estrutura dessa “língua”, mesmo com a mensagem a frente não consegue “traduzir” o que está escrito.

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Leandro Trindade, consultor de segurança da informação da aCCESS, explicou ao Portal do Bitcoin na época que “para decifrar uma criptografia tem de se fazer um ataque de dicionário”. E, isso faz parte da segurança na hora em que se cria uma carteira de criptomoedas.

“Quando alguém cria uma carteira, além da seed (sequência de palavras para recuperação de senha) há ainda a criação da senha para acessar a essa carteira. É essa senha que está faltando. A chave privada está lá só que criptografada”.

“Criptografia é um jogo de estatística. Ela torna a coisa difícil o suficiente para que a pessoa tenha de levar uns 100 anos calculando”, afirmou Trindade.

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