Acordo da procuradoria de NY com Tether e Bitfinex divide especialistas

Empresa foi obrigada a pagar multa de US$ 18,5 milhões
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Foto: Shutterstock

O acordo formalizado na terça-feira (23) entre a Procuradoria Geral de Nova York, a Tether e a Bitfinex dividiu a opinião de especialistas brasileiros do setor de criptomoedas.

Tatiana Revoredo, advogada especialista em blockchain pela Universidade de Oxford e pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), disse ao Portal do Bitcoin que o acerto deixa o mercado mais transparente.

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“O acordo é bom, pois traz mais transparência para o setor e para investidores. E a transparência é essencial a qualquer segmento, pois traz confiança aos atuais participantes de que todas as informações que deveriam ter estão sendo disponibilizadas para eles, bem como atrai novos participantes, que se sentem seguros para ingressar no mercado”, disse ao

Ainda segundo Revoredo, tanto a Procuradoria como as duas empresas saíram ‘ganhando’ com o acordo, que colocou um ponto final em uma disputa de quase dois anos.

A Tether e a Bitfinex, disse, conseguiram se livrar de um processo judicial que poderia durar anos e seria custoso e estressante. Já a Procuradoria, falou, obteve da Tether o compromisso de fornecer uma atualização trimestral sobre lastros de reservas em USDT.

Além de ter que emitir o relatório sobre lastros, Tether e Bitfinex também foram banidas de Nova York e condenadas a pagar uma multa de US$ 18,5 milhões.

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Acordo foi ridículo, diz autor de livro

Christian Aranha, autor do livro “Bitcoin, Blockchain e Muito Dinheiro” e colunista do MIT, disse à reportagem do Portal do Bitcoin que o acordo não foi positivo para o mercado.

“Foi ridículo. Não acho legal que o mundo das criptomoedas comece a reproduzir os mesmos padrões do mundo financeiro tradicional. Afinal de contas, Satoshi Nakamoto criou o bitcoin justamente para contrapor o modelo alavancado que estava sendo aplicado em 2008″.

Aranha falou que, por causa da falta de transparência, a Tether deveria ser caçada judicialmente e que o governo deveria cobrar auditoria contínua da empresa.

Internacional

Especialistas de fora do Brasil também comentaram o assunto. Na terça-feira (23), em entrevista ao Coindesk TV, o CEO da Paxos, Charles Cascarilla, disse que a decisão é positiva para o mercado, pois gerará mais transparência, visto que uma das grandes preocupações do setor de criptomoedas tem sido a dúvida se o tether é totalmente apoiado em dólar.

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Na entrevista, Cascarilla também foi questionado por jornalistas se o acordo poderia afetar o mercado de criptomoedas de alguma forma. Cerca de 70% dos bitcoins e altcoins negociados em exchanges, segundo dados da segundo dados da Coinlib, são comprados com USDT.

O CEO disse que não acredita, pois “o tether tem sido usado principalmente pelos primeiros usuários de criptomoedas e por traders de varejo fora dos Estados Unidos”.

Cabe lembrar que apenas uma parcela do volume de negociações do mercado de criptomoedas acontece nas corretoras, que é onde o USDT é utilizado. Porém, o grande volume está nas OTCs (mercado de balcão) cujas transações não constam nos livros de ofertas das corretoras.