Imagem da matéria: Ações da XP caem 3% após acusações de que fundo da empresa camufla esquema Ponzi
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A empresa de análise Grizzly Research agitou o mercado financeiro nesta quarta-feira (12) ao divulgar um relatório que acusa a XP, corretora brasileira listada na Nasdaq, de operar um esquema Ponzi através dos seus fundos Gladius FIM CP IE e o Coliseu FIM CP IE.

“Nossa pesquisa revela que a empresa está executando um esquema Ponzi massivo facilitado por certas vendas de derivativos para clientes de varejo, que são canalizadas por fundos especiais e deturpadas como lucros de negociação proprietária”, diz um trecho do relatório.

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Segundo os analistas, o fundo Gladius deu retornos de mais de 2.419% nos últimos cinco anos, “com volatilidade incrivelmente baixa”. Eles apontam que os retornos da Gladius e seu fundo afiliado são maiores do que os lucros da XP e que, sem esses fundos em questão, a XP não seria lucrativa.

“Nossa suspeita de que a Gladius está empregando meios ilícitos para obter seus retornos extraordinários se fortalece ao analisarmos outros fundos brasileiros do mesmo setor. Outros fundos comparáveis, pertencentes a concorrentes da XP, apresentam apenas retornos medianos, que de forma alguma se equiparam aos da Gladius”, diz o relatório da Grizzly Research.

Como resultado, as ações da XP caem conforme o assunto ganha atenção. Na tarde desta quarta, as ações Nasdaq: XP exibiam queda de 3,08%, a US$ 14,37, tendo chegado mais cedo a US$ 14,06, segundo dados do Investing.com.

De acordo com a pesquisa desses analistas, a magnitude do fluxo de caixa gerado pela Gladius não pode ser explicada apenas por operações lucrativas, “sendo provável que envolva atividades ilícitas, incluindo, predominantemente, o que insiders da XP descrevem como um esquema Ponzi”.

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Um dos argumentos que eles usam para embassar essa acusação é o fato que, se tais oportunidades de lucro realmente existissem no mercado brasileiro, outros grandes provedores globais de liquidez, como a Citadel, também estariam ativos nesse setor. “Sua ausência diz muito”, concluem.

XP nega todas as acusações

Segundo informações do UOL, a XP disse estar ciente de “alegações infundadas” e reforçou que tem o compromisso inegociável com transparência, ressaltando que a companhia é rigorosa tanto com as leis do mercado nacional e internacional quanto com a governança de seus produtos.

As alegações da firma de análise — se confirmadas — poderia resultar em impactos significativos na estabilidade financeira e na reputação da XP — uma das maiores corretoras do Brasil e uma das fintechs mais relevantes do país.

O relatório da Grizzly Research tinha como alvo as práticas financeiras da empresa, mas particularmente as operações do Gladius. De acordo com a empresa, o fundo se camufla na complexidade, possuindo um portfólio variado, e que sua rentabilidade estável mesmo em crises gera desconfiança sobre a veracidade das informações divulgadas pela empresa, descreveu o site Investing.

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No relatório, a Grizzly afirma que a XP opera seis fundos com valores de ativos líquidos de mais de R$ 1 bilhão (US$ 173 milhões) e que apenas Gladius fornece retornos amplamente inflacionados de forma irrealista, e Coliseu, o segundo melhor fundo, fornece alpha [retornos acima do mercado] enquanto participa da Gladius.

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