Imagem da matéria: A empresa que quer comprar um time de futebol inglês com criptomoedas
Foto: Shutterstock

Gerenciar um time de futebol é fácil: basta olhar para o seriado “Ted Lasso”, em que um técnico de futebol americano tenta sua sorte no futebol, o maior esporte do mundo, ganhando a equipe com sua coragem e seu espírito proativo.

De uma forma verdadeiramente americana, um grupo de investidores, que inclui o defensor de NFTs Gary Vaynerchuk e o presidente do Philadelphia 76ers Daryl Morey, afirma que “está em negociações avançadas de adquirir um time da Liga Inglesa de Futebol” (ou EFL, na sigla em inglês) usando criptomoedas.

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WAGMI United, a organização por trás da aquisição, cujo nome se refere à abreviatura cripto em inglês de “Vamos Todos Conseguir”, está afirmando ser a “primeira vez que a venda de uma equipe de esportes profissional foi parcialmente financiada por meio de criptomoedas”.

No entanto, participações parciais (se não forem transferências totais de controle) em times profissionais de esportes foram financiados em cripto; este ano, o dono do Club Necaxa vendeu uma participação de 1% do time de futebol mexicano via NFT.

WAGMI United afirma que, quando a aquisição for finalizada, irá incorporar uma “abordagem inovadora e focada em cripto para gerenciar o clube”.

Apesar de a aquisição de alvo não ter sido revelada, os cofudnadores Preston Johnson e Eben Smith (cocriador dos NFTs PUNKS Comic e cofundador da Digital Collectibles Agency, respectivamente) já estão se referindo a ela de “Clube Cripto”.

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WAGMI United não deu detalhes sobre como será a abordagem com foco em cripto, além de NFTs do time para apoiadores e mais governança e operações descentralizadas, o que pode ser uma referência sutil a organizações autônomas descentralizadas (ou DAOs), que usam tokens para representar uma participação da governança e poder na tomada de decisões.

Embora seja fácil imaginar holders do token de um clube votarem sobre os onze jogadores toda semana, um comunicado de imprensa reforçou a importância da análise para o sucesso do time, assim como a inclusão de Morey no grupo de governança.

Morey é o equivalente no basquete de Billy Beane, o executivo do Oakland Athletics, retratado no filme “Moneyball: o Homem que Mudou o Jogo” por sua incorporação de estatísticas avançadas em decisões pessoais e táticas.

“Ao longo de toda a minha carreira, sempre estive de olho em novas abordagens que possam mudar o jogo e dar aos times uma vantagem”, afirmou Morey.

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“Ao levar novas tecnologias e ideias ao mundo do futebol inglês, acredito que WAGMI United pode estar na liderança de uma revolução em como franquias esportivas são gerenciadas, tanto em campo como no escritório.”

Vaynerchuk, presidente da VaynerX, aludiu a formas de alavancar a tecnologia Web 3 em franquias esportivas.

“NFTs têm um poder inigualável de unir pessoas e desenvolver comunidades dinâmicas e apaixonadas que desbloqueiam uma quantidade incalculável de criatividade e coletivamente contam histórias incríveis”, disse ele.

“Não sei se iremos ganhar a liga com o WAGMI United, mas sei que nos manteremos fiéis à comunidade.”

De acordo com o comunicado de imprensa, o grupo de governança também inclui a executiva do Universal Music Group Celine Joshua, os colecionadores de NFTs The Khalili Brothers, os influenciadores digitais Bryce Hall e Caspar Lee e, até mesmo, o colecionar de NFTs Cozomo de’ Medici, bem como o cofundador do Aave Jordan Gustave e o diretor sênior de produtos da Coinbase David Farmer.

Tiger Global, Slow Ventures e Courtside Ventures também participaram do financiamento.

Mas o “Clube Cripto” não acredita que WAGMI United irá viver ou morrer na carteira dos grupos de governança. É aí que entram os fãs.

“Essa abordagem inédita, focada no digital e movida pela comunidade permitirá que WAGMI United aumente o orçamento do time além dos níveis geralmente vistos por um time da EFL deste tamanho: fornecendo novas fontes de financiamento valiosas que serão usadas para melhorar o produto no campo”, de acordo com o comunicado de imprensa.

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Aqueles que fazem parte da base de fãs das criptomoedas e do futebol com o diagrama de Venn podem estar salivando ao pensarem em ter um clube focado em cripto. Faz lembrar o Green Bay Packers ou o megaclube espanhol FC Barcelona, pois ambos evitaram grupos de governança repletos de bilionários com pouca conexão com a comunidade.

A ideia não é essa – não pelo menos por alguns anos, no mínimo. A EFL é mais ou menos o equivalente à Liga Menor de Beisebol.

No entanto, times completos sobem para uma divisão melhor de tiverem um desempenho bom o suficiente (ou caem caso estejam entre os times perdedores).

A própria EFL possui três divisões, com 24 times cada. Se, por exemplo, a WAGMI United comprar um clube da Liga Dois, precisará ganhar a promoção para a Liga Um, depois o Campeonato e depois a Premier League (o topo da pirâmide do futebol inglês).

O grande holder de bitcoin Peter McCormack tem uma tarefa mais difícil: o apresentador do podcast “What Bitcoin Did” anunciou ter adquirido Bedford FC, que joga na Primeira Divisão da South Midlands League – a décima divisão do futebol inglês.

McCormack tuitou: “Para bancar os melhores jogadores e gestores, você precisa ser comercialmente bem-sucedido. Irei estabelecer nosso clube como o clube #bitcoin, um time que opera com um padrão #bitcoin”.

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Tanto McCormack e WAGMI United acreditam ter tudo sob controle. WAGMI prevê que o clube “irá rapidamente abalar as estruturas, criar uma cultura de ganho e inovação que resulta na promoção contínua nos rankings da EFL e, no futuro, ganhar um espaço na Premier League”.

Se NFTs saíram da inutilidade para uma indústria multibilionária em menos de um ano, quão difícil deve ser criar um clube de futebol vencedor?

*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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