“Lute por Ethereum” é o slogan do Illuvium, o novo jogo play-to-earn criado pelos mesmos desenvolvedores do protocolo DeFi Synthetix, previsto para ser lançado no final do ano.
No game blockchain, os jogadores vão ganhar ether enquanto batalham no mundo virtual com Illuvials, criaturas místicas com poderes especiais. O projeto busca inspirações em Pokémon e permite que os personagens capturem bichinhos em forma de tokens não fungíveis (NFT) para usá-los em batalhas ou negociá-los fora do jogo.
Ao contrário do Axie Infinity, que exige que o jogador tenha no mínimo três NFTs para começar a jogar, o Illuvium não tem custo de entrada e permite que o gamer colete os Illuvials enquanto explora o mundo.
O Iluvium está sendo desenvolvido desde o final de 2020 por Kieran e Aaron Warwick — irmãos do Kain Warwick, o fundador da Synthetix (SNX), uma plataforma de derivados sintéticos que permite que diferentes tipos de ativos sejam negociados no ambiente descentralizado.
O projeto conta com um brasileiro na equipe, o Pedro Bergamini, de 21 anos, que atua como desenvolvedor sênior de Solidity — a linguagem utilizada para escrever contratos inteligentes baseados em Ethereum. Seu trabalho é criar a ponte entre o jogo e o ecossistema financeiro na blockchain.
Em conversa com o Portal do Bitcoin, ele contou que programa desde os 13 anos de idade. Naquela época, ele fez um curso de programação de jogos, um hobbie que cultiva desde criança. Quando saiu do ensino médio em 2018, ele focou em aprender sobre a tecnologia blockchain, especialmente Ethereum.
Nesse meio tempo, colaborou em projetos open source e fez alguns trabalhos freelancers. Até que no final do ano passado, ele participou de um bootcamp da Consensys, onde foi convidado para entrar no projeto do Illuvium.
“Quando estava fazendo o curso da Consensys, conheci vários desenvolvedores e um deles trabalhava na Synthetix. A gente acabou se aproximando e ele comentou sobre a Illuvium, que naquela época estava bem no começo. Acho que fui o terceiro a entrar no projeto, foi bem no início”, explicou.
Desde então ele trabalha da sua casa em Florianópolis (SC), mantendo contato com a equipe australiana do Illuvium, que corre contra o tempo para lançar a versão beta do jogo nos próximos meses.
“O legal de blockchain é que é uma comunidade global e sem fronteiras. Se você sabe inglês e tem interesse na área, os projetos estão de portas abertas. Não importa muito quem é você e onde mora, mas sim o que produz e agrega para a comunidade”, contou.
Na visão de Pedro, o diferencial do Illuvium é que ele será um jogo triple AAA que deve chamar atenção do público em geral de games ao invés de ficar limitado à indústria blockchain.
“Os jogadores estarão ali pelo jogo em si e para se divertir, mais do que por sua economia, e acho que isso levará o modelo play-to-earn para outro nível. Estou curioso para ver como vai ser”, relata.
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Como será o Illuvium
O game terá mais de 100 Illuvials diferentes que se conectam com um dos cinco elementos: água, fogo, terra, ar e natureza. Eles têm três níveis de evolução, sendo que o primeiro nível é o mais comum de encontrar — em regiões melhores do mapa, o jogador poderá achar personagens mais avançados.
Com o tempo, os Illuvials se tornarão mais difíceis de capturar, uma vez que sua taxa de aparições está ligada ao número do que já foi encontrado.
A caça de Illuvials será uma das fontes de receita do jogador, já que ele poderá melhorar os personagens e vendê-los na exchange IlluviDEX, o marketplace oficial. Enquanto joga, o usuário também será capaz de extrair minerais da superfície do planeta e transformá-los em itens úteis que também podem ser vendidos no mercado.
Uma segunda fonte de receita do jogador será as batalhas no modo player vs player no estilo auto chest, onde os jogadores usam a sua coleção de Illuvials para batalhar entre si. O usuário pode se engajar em batalhas de três formas diferentes: batalhando com outros jogadores aleatórios na arena ranqueada, batalhando com amigos na arena Leviathan e, por fim, assistindo as lutas e apostando nos resultados.
De acordo com Bergamini, a parte econômica que vai determinar quanto ether será distribuído aos usuários na batalha ainda está sendo estudada. Em relação ao problema das taxas do Ethereum, o game utiliza a solução de segunda camada Immutable X, uma rede paralela que permite que o usuário negocie seus NFTs sem pagar taxas de gas.
A criptomoeda Illuvium
Já está disponível no mercado o token de governança do jogo, o Illuvium (ILV). Nesta quinta-feira (2), a criptomoeda está valendo US$ 550, segundo o CoinMarketCap, um preço 660% maior do que os US$ 72 de março deste ano, mês da estreia do ativo.
O token é importante porque dá aos detentores o poder de votar em questões relacionadas à economia do jogo e seus recursos. “Com o lançamento do jogo, a governança vai se orientar muito mais nos mecanismos do jogo. A ideia do Illuvium é aplicar o conceito de estúdio descentralizado, então a gente quer dar todo o poder de controle para a comunidade”, explicou Bergamini.
Todas as taxas que surgem das compras dentro do jogo — para renascimento, viagens e aprimoramentos — são enviadas diretamente para o tesouro do Illuvium e redistribuídas para a comunidade por meio da organização autônoma descentralizada (DAO) aqueles que fizerem o staking de ILV.
O programa, no entanto, será separado do jogo, conforme ressaltou Bergamini. “A DAO e o jogo em si são coisas separadas. Claro que muitos jogadores do começo tem o ILV e podem estar fazendo staking, mas no futuro com o jogo virando mainstream, qualquer pessoa poderá jogar sem se preocupar com a DAO. Dá também para só fazer staking, sem se envolver com o jogo”.
Ele explicou que o Illuvium ainda está em desenvolvimento e novidades podem surgir no futuro, como o Fuel, o novo utility token que deve ser lançado em breve com a chegada do Illuvium Zero, o minigame que antecederá a versão beta.