O Domingo Espetacular, programa da Record TV, exibiu no último fim de semana detalhes da ação da Polícia Federal contra Claudio Oliveira, chefe do Bitcoin Banco que se intitulava o ‘rei do bitcoin’ no Brasil. Além de mostrar imagens do momento da prisão, a reportagem mostrou a gama de produtos apreendidos junto à organização criminosa que pode ter desviado cerca de R$ 1,5 bilhão de seus clientes.
“Polícia Federal! Deita no chão”, ordenaram os agentes, no segundo em que arrombaram a porta de um quitinete em um bairro de alto padrão em Curitiba. Era de lá que Oliveira já planejava outro golpe, segundo o delegado da operação, Filipe Hille Pace, cuja equipe monitorava o golpista havia meses.
No momento da prisão, as imagens mostram Claudio Oliveira estático, sem nenhuma reação, vestido com uma calça simples e uma blusa listrada. Em uma das mãos ele segura o que parece ser um celular. “Larga! larga”, pedem os agentes.
Dos produtos apreendidos, carros de luxo e uma gama de jóias chama a atenção, bem como uma coleção de bolsas e relógios ‘de marca’. “Muito ouro e pedras preciosas, comenta a repórter”. Dinheiro e armas a organização tinha aos montes num bunker encontrado na chácara de Oliveira. Os produtos foram avaliados em cerca de R$ 5,8 milhões, segundo a PF.
Grupo de vítimas quer R$ 80 milhões de volta
A reportagem da Record falou com o advogado Marcelo Fraga, que representa um grupo de vítimas do golpe do GBB que pede na Justiça cerca de R$ 80 milhões.
“Se sobrar alguma coisa depois de pagar funcionários e impostos, aí sim entram os investidores”, disse. No entanto, acrescentou, se não for encontrado o local onde esse indivíduo, Claudio, maquiou esses bens, escondeu esses bens, dificilmente os investidores vão receber.
Prisões e solturas de investigados
Claudio Oliveira e mais três pessoas, dentre elas sua ex-esposa, Lucinara, foram presos no dia 05 de julho, após longa investigação da Polícia Federal acerca do esquema de desvio de bitcoins montado pela organização criminosa. Eles são acusados de prática de crimes falimentares, estelionato, lavagem de capitais, organização criminosa, além de delitos contra a economia popular e o Sistema Financeiro Nacional.
Dois dias depois das prisões, a 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de Curitiba decretou a falência do Grupo Bitcoin Banco. Nos dias seguintes, todos os investigados foram liberados e vão responder em liberdade; Claudio Oliveira segue preso.
Falso ‘Rei do Bitcoin’
O falso Rei do Bitcoin criou o Grupo Bitcoin Banco em 2018. Ele ganhou notoriedade e atraiu milhares de investidores por negociar dentro de seu sistema cerca de R$ 500 milhões por dia. A PF estima que o prejuízo gerado pelo golpe seja de R$ 1,5 bilhão.
Em 2019, a empresa travou os saques, alegando que teria sido vítima de um ataque virtual. O ‘hack’ foi desmentido em maio de 2020 pela Polícia Civil do Paraná. Oliveira e esposa usaram o dinheiro desviado para comprar carros de luxo, joias e bolsas caras e mansões. Uma das casas, avaliada em US$ 6 milhões, tem até piscina aquecida na sala e quarto blindado.