Imagem da matéria: Como Flávio Gondim, o “Monstro do Leblon”, recuperou R$ 5,6 bilhões após perder quase tudo
Imagem ilustrativa (Foto: Shutterstock)

Flávio Calp Gondim, o gestor carioca apelidado de “monstro”, chegou a perder 93% do patrimônio de seu fundo de investimentos exclusivo em março de 2020. Após uma carreira de três décadas no mercado financeiro, o ex-operador de bolsa de valores e ex-sócio de uma empresa do setor imobiliário tornou-se gestor de investimentos.

A gestora, Lynx, que mais tarde se transformou em Ponta Sul, é administrada por Gondim, conhecido no mercado por sua disposição ao risco. A prova de sua ousadia foi a rentabilidade de 100% em apenas nove meses, atingindo um pico de R$ 5,6 bilhões em janeiro de 2020.

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Como o Ponta Sul ganhou os noticiários?

Através de uma alavancagem de 5 vezes o patrimônio líquido, o monstro do Leblon montou posições grandes em Banco Inter e Petrobras, entre outras. No entanto, após uma queda nas ações no final de fevereiro e início de março de 2020, o patrimônio do fundo foi reduzido em 93%, atingindo uma mínima de R$ 370 milhões.

Muitos especularam que o Ponta Sul havia quebrado, e que seria impossível recuperar tais perdas. No entanto, o impossível aconteceu. Entre maio de 2020 e fevereiro de 2021, ou seja, em apenas 10 meses, Flávio Gondim obteve um retorno médio de 27% ao mês. Com isto, multiplicou o patrimônio do fundo em 8,5 vezes.

Como isso é possível? 

Primeiramente, é preciso entender o conceito de alavancagem. O investidor coloca títulos (ou ações) de garantia na corretora para operar um montante maior do que o depositado. Ou seja, a alta (ou queda) é multiplicada no patrimônio do fundo, podendo gerar prejuízos maiores do que o capital aportado.

No entanto, Flávio manteve sua principal aposta, Banco Inter, cujas ações subiram mais de 400%. Se excluirmos aportes e saques, os R$ 550 milhões que o fundo tinha no início de maio de 2020, se transformaram em R$ 4,73 bilhões no final de fevereiro de 2021.

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Quanto Flávio teria se optasse por Bitcoin? 

Com os R$ 550 milhões do Ponta Sul no final de abril de 2020, seria possível comprar 11.579 bitcoins na cotação de R$ 47.500 por unidade, por acaso, a máxima de 9 meses. De fato, isso não seria problema para alguém com tamanho apetite por risco.

Esta quantidade de bitcoins teria fechado o mês de fevereiro de 2021, os mesmos dez meses depois, avaliada em R$ 3,07 bilhões, ou 5,5 vezes o patrimônio investido. Acredite se quiser, muito abaixo do retorno do fundo Ponta Sul.

Ou seja, só nos resta tirar o chapéu para o “monstro”, possivelmente um dos maiores operadores da história deste país. Infelizmente, Flávio não curte entrevistas, mas suas histórias certamente dariam um ótimo livro.

Sobre o autor

Marcel Pechman é colunista do Portal do Bitcoin. Atuou como trader por 18 anos nos bancos UBS, Deutsche e Safra. Desde maio de 2017, faz arbitragem e trading de criptomoedas.

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