Imagem da matéria: Record TV investiga DD Corporation e mostra vida de luxo de Leonardo Araujo
De Ferrari em Dubai, paradeiro do criador da empresa, Leonardo Araujo, é desconhecido (Foto: Arquivo pessoal)

*Matéria atualizada às 19h10 com nota enviada por Gabriel Villarreal

O Programa Domingo Espetacular da Record TV mostrou na noite de ontem (22) uma reportagem sobre a DD Corporation, um esquema suspeito de pirâmide financeira comandado por Leonardo Araújo que pode ter deixado um prejuízo de até R$ 2 bilhões. 

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Por meio da DD Corporation, antes chamada Dreams Digger, a suposta quadrilha oferecia rendimentos de até 250% ao ano por meio da aplicação em bitcoins.

Hoje supostamente morando em Portugal, Leonardo e sua equipe são investigados pelo Ministério Público da Bahia.

Até o momento, apurou-se um prejuízo de R$ 300 milhões a pelo menos 44 mil pessoas, segundo o advogado Edmilson Ferreira, que representa algumas vítimas.

No vídeo, clientes alegam terem perdido tudo no negócio. Um deles, por exemplo, afirmou ter perdido mais de R$ 300 mil.

Os rendimentos oferecidos no negócio viria do suposto ‘trabalho’ de um robô de arbitragem chamado ‘Next’. O tipo de operação sugere ser semelhante ao robô da Atlas Quantum, cuja operação também não era transparente.

Araújo diz ter alertado investidores

Num trecho da reportagem, Leonardo aparece afirmando que alertou os investidores a não investirem o ‘dinheiro do leite’.

“Mas o que foi que eu falei? Só coloca em criptomoedas o dinheiro da cachaça, o dinheiro que você não precisa. Porque amanhã ou depois se acontece qualquer coisa com o mercado…”.

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Parceiro de Leonardo, o ‘gram-presidente’ da DD Corporation Gabriel Rodrigues, também foi questionado pela reportagem da Record TV. Assim como o ‘guru’, ele esbanjava riqueza nas redes sociais.

“Tudo o que consegui no negócio foi fruto do meu trabalho”, respondeu.

Também são citados na reportagem o advogado Gabriel Villarreal e o ex-diretor do setor de cursos das DD, Thiago Avancini. Eles responderam à equipe da Record TV.

Conforme mostra a reportagem, Villarreal disse que jamais ofereceu qualquer oportunidade de negócios e que seu escritório atuou para a DD Corporation como qualquer outro cliente.

Por sua vez, Avancini também negou envolvimento e alegou que cuidava apenas dos cursos e que em momento algum falou sobre investimentos.

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Ostentação nas redes sociais

A reportagem também mostrou imagens de Leonardo passeando de carro conversível e mostrando carros que ele comprou pagando na faixa dos 60 mil euros. Em áudios, ele trata com alguém transferências na casa dos 200 mil euros para a compra de uma casa.

Gabriel Rodrigues também aparece em uma cobertura com piscina, fruto do que “ganhou” com a DD Corporation.

“Eles ostentavam bastante e isso trazia bastante empolgação nas pessoas de querer aquela vida. E muita gente foi atrás disso”, disse um dos clientes na reportagem.

DD Corporation na Justiça

Além dos esforços pela indenização aos investidores, a promotora de Justiça Joseane Suzart tem como objetivo banir o tipo negócio.

“Nosso objetivo é que esses consumidores sejam indenizados, que eles tenham de volta os valores que eles investiram, que eles perderam, e que esta empresa não continue no mercado prestando informações que não correspondam à realidade”, disse è reportagem do Domingo Espetacular.

O Ministério Público da Bahia apresentou uma Ação Civil Pública contra a DD Corporation em março deste ano.

Nos laudos, Suzart registrou o caso como “um grave e iminente risco de prejuízos patrimoniais, em razão da falta de transparência, cláusulas abusivas e ocultações de informações.

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Veja as declarações de Gabriel Rodrigues:

Contraponto de Gabriel Villarreal

“A empresa nos procurou no mês de março de 2019 e foi quando tivemos nosso primeiro contato. Contrataram nosso escritório por termos experiência na área jurídica de Marketing Multinível que é um setor muito especifico de mercado, com nomenclaturas próprias que poucos escritórios conhecem. À época do primeiro contato conosco a empresa já possuía 2 anos de vida e uma rede de mais de 100 mil pessoas, segundo indicado pela própria empresa.

Nossa relação foi de prestação de serviços entre pessoas jurídicas e o contrato foi rescindido no mês de fevereiro de 2020. Durante os serviços nossa equipe atendeu as solicitações da empresa como é de costume neste tipo de contrato. Tudo absolutamente dentro da normalidade de um contrato de prestação de serviços jurídicos, como temos com dezenas de empresas em nossa carteira e centenas de empresas ao longo de mais de 15 anos de história.

O meu nome é reconhecido como especialista em jurídico de marketing multinível por conta de minha experiência ao longo de mais de 10 anos com empresas do setor. Este é um dos motivos das pessoas me conhecerem e saberem meu nome.

Destaco que nosso escritório fica na cidade de São Paulo e a empresa era de Salvador na Bahia. Ao longo de 11 meses de prestação de serviços nunca fomos até a sede da empresa e prestamos nossa assessoria remotamente desde nosso escritório. As reuniões que tivemos com os representantes da empresa foram sempre em São Paulo.

Após o encerramento das atividades da empresa muitas pessoas começaram a me procurar nas redes sociais com reclamações sobre a empresa. A empresa, por sua vez, alegava estar passando por auditoria de sistema e que iria honrar os compromissos com todos os envolvidos. Como escritório preferimos aguardar que a empresa se posicionasse oficialmente através de seu CEO. A informação que eu tinha era de problemas de sistema e a empresa me pediu para lhe auxiliar na gestão da crise com a rede para que pudessem apresentar um plano de recuperação que honrasse com todos os participantes.

Porém, um tempo após isto, algumas mensagens mais violentas em minhas redes sociais chamaram minha atenção e decidi conversar com essas pessoas por não entender o motivo disto. Conversando com essas pessoas tomei conhecimento de que minha imagem e meu nome tinham sido usados indevidamente e ilicitamente em apresentações como forma de dar credibilidade ao negócio. E nesses discursos foram ditas coisas em meu nome que são totalmente inverídicas. Pesquisando vídeos de apresentações no YouTube constatei absurdos como que eu “era um advogado milionário”, “o maior advogado do Brasil”, “um escritório que eu tinha herdado de meus pais e que era meu legado” (meus pais ainda são vivos), que eu advogava para certas empresas de renome que meu escritório jamais teve contrato, etc. Tudo isso ainda está disponível para pesquisa no YouTube e as inverdades são fantasiosas e megalomaníacas a meu respeito, provavelmente no intuito de induzir pessoas a fechar negócios. Tudo absolutamente mentira!

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Pessoas que jamais tiveram contato comigo passaram a falar em meu nome e dizer mentiras em apresentações para fecharem negócios. Com isso, fizeram pessoas acreditarem em coisas que não existiam e que nunca foram ditas. Muitos dos que falaram comigo ficaram desesperados ao saber disto e eu sugeri que fossem cobrar explicações de quem disse essas coisas. Na apresentação, minha foto (não autorizada) aparece com os dizeres “equipe jurídica”, o que em si não é uma mentira já que a equipe de meu escritório assessorava a empresa. As mentiras estão naquilo que foi dito nas apresentações e que pode ser verificado em vídeos ainda disponíveis no YouTube: uma série de informações inverídicas sobre minha pessoa, minha carreira e meu relacionamento com a empresa. Comportamento claramente ilícito.

Ciente disto encerrei minha relação profissional com a empresa, deixei clara minha posição sobre o tema e soltei nota ao público informando o ocorrido.

A verdade dos fatos é que nosso escritório atendeu a empresa por 11 meses por contrato de prestação de serviços na forma da lei. Nossos profissionais (equipe de advogados especialistas, e não somente eu) atenderam as solicitações da empresa ao longo desses meses. Tudo se encontra registrado em e-mails trocados 

Sobre o evento da empresa em Salvador, seguem os fatos. Eu sou palestrante profissional na área de vendas e atendimento. É uma outra carreira que eu tenho e que exerço através de outra empresa minha. A empresa me pediu pra ser um dos palestrantes do evento para falar de vendas. Teria 60 minutos para apresentar um conteúdo que eu apresento há anos ao mercado, tendo atendido diversas empresas de vários segmentos diferentes de mercado. Meu histórico nisto é público e notório em redes sociais, pesquisas na Internet e videos de YouTube. Às vésperas do evento fui comunicado que por conta da agenda do evento eu não teria os 60 minutos e sim apenas 10 minutos. Me solicitaram então que usasse esse tempo para me apresentar e indicar qual era o trabalho do meu escritório junto à empresa. Falei por menos de 10 minutos sobre ética e lealdade, indicando às pessoas que agissem corretamente nos negócios e que não fizessem coisas que pudessem prejudicar a empresa. Disse que minha função era defender a empresa de ameaças como as que sofria constantemente vindas de blogs sem identificação e com matérias anônimas. E que era importante defender a empresa pois muitas pessoas dependiam dela. Falei também que eu era o consultor da empresa para assuntos éticos, por ter experiência nessa área em mais de 10 empresas de vendas diretas. Tudo isto foi dito por acreditar que as atividades da empresa eram lícitas já que, segundo seus representantes, eles operavam no mercado de criptomoedas e tinham os rendimentos que indicavam. No próprio discurso mencionei que tenho um escritório se advocacia em São Paulo chamado Villarreal Advogados. Jamais fiz parte da empresa.

Jamais participei de qualquer evento da empresa com exceção destes 9 minutos e pouco na convenção. Esta foi a única vez que minha imagem de fato se vinculou à empresa de forma autorizada (lembrando que minha participação inicial seria como palestrante sobre vendas). Nunca estive em qualquer recinto onde alguém estivesse vendendo algo em nome da empresa. Jamais orientei qualquer pessoa a fazer negócios com a empresa.

Destaco que os problemas da empresa não tiveram relação alguma com nossa assessoria jurídica e se trata de questões relacionadas à gestão interna dos negócios da companhia, como o próprio CEO da empresa indicou em sucessivos vídeos divulgados e disponíveis na plataforma YouTube. Meu escritório atua de forma autônoma e independente somente se relacionando para fins comerciais e jamais atuando internamente em qualquer cliente que seja. Temos dezenas de empresas em nossa carteira e a referida empresa foi apenas uma delas naquele período. Eu, pessoalmente, jamais ocupei cargo algum em empresa que seja. Me tornei empresário aos 25 anos quando fundei minha banca de advocacia e desde então me dedico a minhas empresas.

Nunca participei de nenhuma rede de marketing multinivel, jamais ofereci qualquer oportunidade de negócios a quem quer que seja e em nenhuma hipótese recebi qualquer valor relacionado aos negócios da empresa. Meu escritório atuou como faz para qualquer cliente e recebeu os honorários mensalmente para isto.

Destaco, por fim, que não faço parte da empresa a qualquer título e meu nome e/ou minha atuação profissional ocorreu na forma da lei. A ação civil pública mencionada não envolve ou faz qualquer menção à minha pessoa nem me vincula a qualquer ato ou fato supostamente ilícito da empresa simplesmente porque de nada participei. Estes são os fatos reais.

Somos advogados e prestamos nossa assessoria à empresa como fazemos para qualquer cliente de nossa carteira. Somos prestadores terceirizados iguais ao contador ou demais profissionais liberais do mercado.”

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