Imagem da matéria: Tailândia fracassa na busca por casal entusiasta de bitcoin que montou ilha flutuante
(Foto: Arquivo pessoal/Chad Elwartowski)

O casal Chad Elwartowski e Supranee Thepdet continua foragido desde o dia 13 de abril. Eles moraram por dois meses em uma casa flutuante em alto mar (seastead) que pagaram com bitcoin. A construção foi proibida e posteriormente destruída pelas autoridades da Tailândia.

Eles conseguiram fugir antes da chegada da Marinha ao local — no dia anterior eles perceberam que uma aeronave de vigilância sobrevoava o a área, segundo a CCN.

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De acordo com o site The Phuket News, a polícia conseguiu rastrear o casal até a ilha de Tarutao, na fronteira com a Malásia, mas não os encontrou porque eles desligaram o celular, cujo sinal era usado pela inteligência policial.

Construtora adia vendas

O ataque da Marinha da Tailândia à casa flutuante (seastead) do casal entusiasta do bitcoin Chad Elwartowski e Supranee Thepdet ocorreu dois dias antes de uma oferta de venda antecipada de 20 unidades da construtora.

Segundo o site da Ocean Builders, responsável pela construção das seasteads, eles planejaram vendas antecipadas de mais 20 casas flutuantes para o dia 15 de abril — a Marinha visitou a casa de Elwartowski e Supranee no dia 13 e a rebocou no dia 22.

“A partir de 15 de abril de 2019, começaremos a coletar dinheiro para os interessados ​​em comprar um seastead”, diz a página. Até mesmo um tipo de ICO foi criada, a Initial Seastead Offering (ISEAO), que traduzido significa ‘Oferta Inicial de Seastead’.

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O valor cobrado pela equipe de engenheiros vai de US$ 150 mil a US$ 200 mil por unidade (de R$ 600 mil a R$ 800 mil aproximadamente). O site revela que há 69 compradores interessados, mas, devido à ocorrência, as vendas foram adiadas.

Além disso, a Ocean Builders revela que havia pedidos para construção de um restaurante e de três hotéis. A empresa afirma que mais de 300 solicitações de informações já chegaram até eles.

Apelo às autoridades da Tailândia

Um dia antes da ofensiva marítima, a Ocean Builders publicou um artigo que chamava as autoridades para uma discussão, até mesmo porque eles acreditavam que a Marinha não teria condições de manipular a seastead sem prejudicar sua estrutura.

“Mover o Seastead pode ser perigoso e alguém pode se machucar se não entender como a estrutura complexa funciona. Isso não é algo que você pode simplesmente rebocar e colocar em terra”, escreveu no site no dia 21 de abril.

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Casal queria comunidade em alto mar

Com sua nova residência em alto mar, Elwartowksi e Supranee (também conhecida como Nadia Summergirl), idealizavam uma comunidade que incluiria um resort e um restaurante na costa da Tailândia. Eles moraram na casa por dois meses e partiram antes que a marinha tailandesa invadisse a estrutura.

No entanto, a seastead estava na zona econômica exclusiva de 320 quilômetros da Tailândia, segundo as autoridades. Portanto, por estarem em território tailandês, eles violaram a soberania do País.

Comunidade se sensibiliza

De acordo com o The New York Times, defensores dizem que comunidades flutuantes em águas internacionais oferecem uma maneira de explorar sociedades alternativas e governos além das fronteiras dos países.

Segundo o jornal, é um conceito que existe há mais de uma década, mas o casal foi o primeiro a realmente viver o estilo de vida.

“Acho que é uma oportunidade perdida para a Tailândia”, disse um dos fundadores do movimento seasteading, o teórico libertário Patri Friedman, que conversou com membros da Ocean Builders.

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Sobre a ação autoritária da Tailândia, Friedman disse que é injusto rotular os defensores do seasteading como anarquistas ou magnatas da tecnologia que tentam escapar dos impostos.

Ele diz que o objetivo é explorar novas idéias para viver juntos e governar, o que não é possível fazer isso em países existentes.

“É ridículo acusar o casal de um crime capital por simplesmente morar em uma casa no mar. Duas pessoas em uma casa flutuante é uma lua de mel, não uma revolução”.

O casal segue foragido. Se condenados, o casal pode enfrentar pena de morte ou prisão perpétua.


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