A notícia de que um dos participantes da nova edição do Big Brother Brasil já se envolveu com a famosa pirâmide financeira Unick Forex deixou a internet em polvorosa. A TV Globo ainda não se pronunciou sobre o caso e não se sabe se Marcelo Prata entrou no reality show apesar de ser membro do esquema ou justamente por isso.
Na segunda-feira (13), surgiu um rumor nas redes sociais que Marcelo nem iria entrar na casa: sua esposa, Arleane Marques (eles irão participar como casal) teria começado uma discussão no hotel em estão confinados e que se intensificou no carro indo para os estúdio da Globo. O resultado seria a desistência, mas a emissora disse ao Portal Metrópoles que isso não procede.
Com 38 anos, Marcelo Prata é atualmente engenheiro de Segurança do Trabalho da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), concurso no qual passou em primeiro lugar segundo o portal QConcursos.
O mesmo QConscursos aponta que Marcelo Prata conquistou a aprovação no concurso Correios 2024, tendo ficado em quinto lugar para o cargo de engenheiro de Segurança do Trabalho Júnior nas vagas destinadas a Manaus.
O portal especializado aponta que existe a possibilidade de Prata ser convocado enquanto estiver no BBB 25 e perder a vaga, que tem salário inicial de R$ 6.872,48 e uma jornada de trabalho de 30 horas semanais.
Pirâmide e engenharia ambiental
No vídeo de apresentação oficial do BBB, Prata afirma que “já pegou no pesado” quanto a trabalho e que vendia picolés quando criança. Atualmente é, além de servidor da UFAM, professor de pós-graduação na faculdade Fametro.
Nesse mesmo vídeo, Arleane conta que o casal está junto há 11 anos. Com isso, fica claro que ambos já eram um casal quando Marcelo Prata liderava a pirâmide financeira Unick Forex em Manaus.
Em uma publicação no Instagram, Prata omite o seu envolvimento com a pirâmide financeira no passado e fala sobre como escolheu a engenharia ambiental como profissão: “Comecei nos anos 2000, aos 14 anos de idade como guia-florestal do INPA e do MUSA , participando de um programa para crianças que estudavam nas escolas públicas da periferia de Manaus, até os 18 anos, cuja oportunidade foi determinante para que na vida adulta escolhesse a Engenharia Ambiental, onde busco me aprimorar a cada dia.”
O insólito caso dos bombeiros
Marcelo tem um irmão gêmeo que se chama Marcos e que também atuou captando vítimas para a pirâmide financeira da Unick Forex. Os irmãos protagonizaram um insólito episódio: uma palestra dentro de um quartel de bombeiros, feita em parceria com um oficial da instituição, tentando atrair os funcionários públicos para o esquema fraudulento.
Em vídeos agora fora do ar, Marcelo Prata aparecia como representante da Unick Forex no qual um membro dos bombeiros se dirigia, com microfone em mãos, a uma plateia lotada de membros da corporação.
A palestra foi feita em outubro de 2018 pelo então comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Amazonas, coronel Mauro Marcelo Lima Freire.
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Em um dos vídeos, intitulado “Unick Forex um projeto sério no comando geral do corpo de bombeiros-AM”, Marcelo Prata, um dos divulgadores da empresa, fazia uma breve apresentação da palestra, na qual Freire faz a divulgação da Unick Forex aos demais bombeiros.
Prata se vangloria de que empresa estava sendo divulgada dentro de uma corporação militar: “Estamos realizando uma reunião de negócios dentro do comando-geral do corpo de bombeiros do Estado do Amazonas. Olha onde a empresa Unick Forex chegou. A seriedade, a transparência, legalidade e a fiança nos trouxeram até aqui.”
Pirâmide Unick Forex
A Unick Forex é investigada por captar até R$ 29 bilhões de 1,5 milhão de pessoas. Na operação Lamanai, a PF encontrou e apreendeu 1.500 Bitcoins, milhões de reais, carros e imóveis.
A Unick Forex estava proibida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de atuar no mercado desde 2018, mas mesmo assim permanecia vendendo produtos sob a justificativa de que vendia produtos de educação.
Mais tarde, o negócio foi rebatizado de Unick Academy e a captação de clientes aumentou. Até meados de 2019, cumpriu os pagamentos. Porém, conseguia cumprir porque os novos clientes eram quem pagavam os antigos — modalidade clássica de uma pirâmide.
Com a promessa de lucro de 100% sobre o valor investido em até seis meses, a empresa teria captado ilegalmente cerca de um milhão de pessoas até se tornar alvo da Polícia Federal.
Fora as investigações sobre o prejuízo bilionário a clientes, pesa também sobre os líderes da Unick um processo na Justiça federal que apura a movimentação de R$ 269 milhões por meio de empresas de fachada para a prática de lavagem de dinheiro.
Prata nega liderança
Sobre a participação de Marcelo Prata na pirâmide Unick, a equipe do BBB tem a seguinte declaração:
“Informamos que a participação da Dupla Arleane e Marcelo do Amazonas no BBB 25 precedeu a uma rigorosa e criteriosa investigação social das duplas, e cujos participantes não apresentaram antecedentes criminais, processos ou sentença condenatória; do contrário não participariam do programa.
Insta registrar que o Marcelo é servidor público federal, nomeado e empossado no ano de 2023, como Engenheiro na Universidade Federal do Amazonas, e cujo ato administrativo exigiu a comprovação de certidões negativas na órbita federal e estadual, as quais foram apresentadas, não deixando quaisquer dúvidas de que o Marcelo tem uma vida proba nos seus quase vinte (20) anos de serviços prestados na esfera privada e agora na esfera pública; e cujas certidões podem ser apresentadas a quem interessar.
Além disso, e com o intuito de combater a desinformação, calúnias e fake news, informamos que Marcelo, assim como milhares de pessoas foram vítimas de um golpe financeiro por ter investido de boa-fé na empresa Unik Forex, com sede no Rio Grande do Sul. Os responsáveis pela empresa já foram denunciados, presos e ainda respondem a processos, cujos nomes dos donos e sócios podem ser consultados no processo criminal da Operação Lamanai. Não constando o nome do Marcelo, participante do BBB 25, a despeito de no ano de 2017 ter publicado em suas redes sociais e amargado prejuízos de ordem moral e financeira, induzido a erro por artistas famosos que estavam à frente da empresa e empresários de má-fé.”
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