Imagem da matéria: Irmão de Requião é indiciado por receber R$ 3 mi em propina, que foi parar na pirâmide do “Rei do Bitcoin”
Cláudio Oliveira (esquerda) e Eduardo Requião (direita) (Fotos: Reprodução)

A Polícia Federal indiciou o ex-superintendente do Porto de Paranaguá e irmão do ex-governador Roberto Requião, Eduardo Requião, por lavagem de dinheiro e associação criminosa. Ele é suspeito de ter recebido R$ 3 milhões em propina após uma companhia holandesa assinar um contrato de R$ 30 milhões com o porto, segundo informações do portal G1.

Como mostrou o Portal do Bitcoin no passado, as investigações identificaram que parte da propina eventualmente foi parar no bolso de Cláudio Oliveira, apelidado de “Rei do Bitcoin”, dono da pirâmide financeira Bitcoin Banco.

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O caso ocorreu em 2009, logo depois que Eduardo saiu do comando do porto, entre 2003 e 2008, período em que seu irmão, Roberto Requião, era governador do Paraná. Roberto não é investigado.

A investigação, no entanto, só teve início em 2021, com a operação Daemon, que derrubou a pirâmide financeira de criptomoedas do Bitcoin Banco. Claudio Oliveira foi preso na operação e solto em janeiro de 2023.

Na ocasião, um empresário de Curitiba chamado Valmor Felipetto também foi um dos alvos da operação. Entre os crimes apurados na época estavam fraudes no processo de recuperação judicial das empresas do grupo Bitcoin Banco. A investigação da PF descobriu que Felipetto auxiliava na manutenção de uma contabilidade paralela do grupo.

Felipetto também era dono da Harbor Operadora Portuária Ltda, empresa que atuava no Porto de Paranaguá quando Eduardo Requião era responsável pelo terminal. Por conta disso, houve um desdobramento da Daemon, resultando na operação Serendipitia, em maio deste ano.

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Felipetto revelou no seu depoimento de 2021 que, a pedido de Eduardo Requião, aceitou receber dois depósitos de pelo menos duas empresas. Esses fundos representavam as supostas propinas direcionadas a Requião.

Os investigadores então quebraram o sigilo bancário de Felipetto e analisaram mensagens e documentos, concluindo que os depósitos foram feitos pela empresa holandesa que, na época, assinou contrato de R$ 30 milhões para fazer a dragagem do Canal da Galheta, principal acesso ao Porto de Paranaguá.

Segundo a PF, foram três depósitos que, juntos, somaram quase R$ 3 milhões. Felipetto alegou à PF que usou parte do dinheiro na compra de criptomoedas, mas depois foi cobrado por Eduardo Requião a devolver os valores.

Para conseguir devolver os valores, Felipetto fez, de acordo com o inquérito, operações de lavagem de dinheiro com a participação de Eduardo Requião, os dois filhos e a mulher dele, que também foram indiciados.

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