Traders de criptomoedas fazem uma pausa no primeiro dia de março, depois da onda de compras em fevereiro puxada por fundos com exposição direta ao Bitcoin. No mercado de renda variável, o mês começa com ganhos na esteira de dados de inflação animadores nos EUA.
O Bitcoin recua 1% em 24 horas, para US$ 62.039, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC cai 0,5%, negociado a R$ 311.046,55, de acordo com o Índice do Preço do Bitcoin (IPB).
Investidores que perderam dinheiro com a Braiscompany no Brasil acompanham a prisão na Argentina dos fundadores da pirâmide financeira, Antônio Neto Ais e Fabrícia Farias Campos.
O casal estava morando junto com os dois filhos pequenos em um condomínio fechado na cidade de Escobar, local onde foram presos na noite passada em uma operação da Interpol, conforme o jornal local Clarín.
E começa a ser negociado nesta sexta o primeiro fundo de índice (ETF) cripto da BlackRock no Brasil. A maior gestora de ativos do mundo lançou o BDR do ETF iShares Bitcoin Trust em parceria com a B3. Trata-se do mesmo fundo de Bitcoin à vista lançado nos EUA em janeiro, mas com cotas emitidas no mercado brasileiro, segundo nota enviada ao Portal do Bitcoin.
O Ethereum (ETH) perde 1,7%, cotado a US$ 3.411.
As principais altcoins também passam por uma correção depois do rali no mês passado, entre elas BNB (-1,4%), XRP (-1%), Cardano (-1,8%), Dogecoin (-5,8%), TRON (-1,3%), Chainlink (-2,2%), Avalanche (-2,1%), Polkadot (-4,1%), Polygon (-3,4%) e Shiba Inu (-5,7%). Solana vai na contramão e sobe 3,7%).
Bitcoin hoje
O último dia de fevereiro foi marcado por outro recorde no mercado de ETFs de BTC à vista nos EUA.
O iShares Bitcoin Trust da BlackRock recebeu US$ 612 milhões na quarta-feira (29) em sua maior entrada diária, quebrando uma máxima estabelecida apenas um dia antes, mostram dados compilados pela Bloomberg.
Com a maior valorização em quatro anos no mês de fevereiro, o ritmo vertiginoso do Bitcoin rumo ao recorde de US$ 69 mil é insustentável, argumentam alguns traders. Por isso, uma correção é esperada antes de os preços começarem a subir de novo, disse Michael Novogratz, fundador da Galaxy Digital.
O JPMorgan é ainda mais pessimista e espera uma queda do BTC para US$ 42 mil após o próximo halving do Bitcoin, programado para abril.
De qualquer forma, o diretor de investimentos da Bitwise, Matt Hougan, disse à CNBC que espera ainda mais demanda pelos ETFs de BTC à vista, pois o interesse é liderado por investidores de varejo e grandes players ainda não entraram com tudo no segmento.
Talvez não demore muito. A Merrill Lynch, braço do Bank of America, e a unidade de corretagem do Wells Fargo estão oferecendo acesso a ETFs que investem diretamente em Bitcoin.
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Os bancos disponibilizaram os fundos aprovados a alguns clientes de gestão de patrimônio que solicitam os produtos, disseram pessoas a par do assunto à Bloomberg.
Golpes de “abate do porco” estão de volta
Os chamados “golpes do abate do porco” aumentaram 85 vezes em relação a 2020, com os recursos roubados tendo dobrado de 2022 a 2023, de acordo com novo relatório da Chainalysis divulgado pelo Decrypt.
Nesse tipo de golpe, comum em aplicativos de relacionamento, a vítima é seduzida até o criminoso convencer a pessoa a investir em criptomoedas para então esvaziar sua conta bancária. Mensagens de texto enviadas “por engano” também são usadas para conduzir pessoas a esquemas cripto fraudulentos.
Os dados do levantamento Chainalysis 2024 Crypto Crime Report também revelaram que os golpes associados a relações românticas enganosas causam o pior impacto financeiro para as vítimas. O valor médio dos pagamentos foi de US$ 4.593 em 2023, seguidos de esquemas fraudulentos com tokens não fungíveis (NFTs), de US$ 3.095.
Rombo de US$ 75 bilhões com golpes cripto
Outro estudo publicado pela Bloomberg revela que, entre janeiro de 2020 e fevereiro de 2024, mais de US$ 75 bilhões foram roubados por meio de golpes do abate do porco no mundo todo.
John Griffin, professor de finanças da Universidade do Texas em Austin, e o estudante de graduação Kevin Mei reuniram endereços cripto de mais de 4 mil vítimas da fraude, de acordo com o levantamento.
O estudo destacou que, depois de acessar os fundos, na maioria das vezes os golpistas convertiam o dinheiro em USDT, stablecoin da Tether pareada ao dólar.
Paolo Ardoino, CEO da Tether, classificou o relatório de “falso e enganoso”. “Com a Tether, cada ação é online, cada ação é rastreável, cada ativo pode ser apreendido e cada criminoso pode ser capturado”, disse ele em comunicado à Bloomberg.
Outros destaques das criptomoedas
Em meio aos sinais de um novo “bull market”, golpes do tipo “rug pull” (puxada de tapete) estão voltando, segundo o diretor de segurança da Binance, Jimmy Su. Nesse tipo de golpe, um desenvolvedor promove um projeto para atrair dinheiro e depois some com os fundos. “Certamente, vimos uma tendência de baixa no número de ‘rug pulls’, à medida que atravessávamos o ‘bear market’”, disse Su em entrevista à Bloomberg. “Agora, estamos definitivamente vendo outro aumento com o mercado se aquecendo.”
Nos EUA, procuradores-gerais estaduais argumentam que a Comissão de Valores Mobiliários do país extrapolou sua autoridade ao processar a exchange de criptomoedas Kraken. Na quinta-feira (29), autoridades de Montana, Arkansas, Iowa, Mississippi, Nebraska, Ohio, Dakota do Sul e Texas entraram com um amicus curiae no processo da SEC contra a Kraken, juntamente com vários lobistas da indústria e outros participantes, informou o CoinDesk. Os procuradores estaduais disseram que a agência expandiu a definição de “contrato de investimento” e que criptomoedas não podem ser classificadas “automaticamente” como valores mobiliários.
Hong Kong recebeu pedidos de 22 empresas cripto para conceder uma licença que lhes permitiria operar como exchanges oferecendo serviços de trading de varejo, de acordo com comunicado no site da agência. Entre as empresas que solicitaram a licença estão OKX, Bybit, Bullish, Crypto.com, Huobi HK, Matrixport HK e Gate.HK. A HKVAEX, uma plataforma cripto supostamente associada à Binance, também busca autorização.
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