As principais criptomoedas começam dezembro com o pé direito, embaladas pela perspectiva de mais ganhos em 2024. Investidores de renda variável seguem comprando depois da alta de 9% do S&P 500 em novembro, enquanto esperam pistas sobre a política monetária do presidente do banco central dos EUA nesta sexta (1).
O Bitcoin sobe 2,5% em 24 horas, para US$ 38.678,14, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC ganha 2%, negociado a R$ 184.575,95, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) avança 3,5%, cotado a US$ 2.099,55.
As maiores altcoins acompanham a tendência positiva, entre elas BNB (+0,8%), XRP (+1,8%), Solana (+3,1%), Cardano (+2%), Dogecoin (+2,7%), TRON (+0,9%), Toncoin (+0,6%), Chainlink (+1,6%), Avalanche (+7,2%), Polkadot (+5,8%) e Shiba Inu (+1,5%).
Polygon registra alta de 2,3% em 24 horas, apesar da polêmica sobre o suposto pagamento secreto de milhões de tokens MATIC à empresa de apostas esportivas DraftKings para validar transações, segundo apurado pelo CoinDesk.
Assim como outras memecoins que desaparecem na mesma velocidade em que são criadas, o token inspirado no falecido bilionário Charlie Munger deu um mergulho de 97,6% após decolar 31.000%.
Bitcoin hoje
O Bitcoin bateu a marca de US$ 38 mil pela terceira vez em sete dias, atingindo os maiores níveis desde maio do ano passado, segundo dados do CoinGecko.
A maior criptomoeda atingiu a máxima de US$ 69 mil em novembro de 2021 e a mínima de US$ 16,5 mil no mesmo mês de 2022. Em 30 dias, o BTC acumula alta de 10%, com valorização de 121% em um ano, aponta o Decrypt.
O desempenho é puxado pela expectativa de lançamento de fundos com exposição direta ao Bitcoin, maior demanda de investidores institucionais por criptoativos e por dados macroeconômicos, que mostram desaceleração dos gastos, da inflação e do mercado de trabalho nos EUA, o que poderia abrir caminho para cortes de juros no ano que vem, destaca análise da Bloomberg.
Outro dado que indica mais ganhos para o Bitcoin é o volume sacado de exchanges centralizadas. Números da Glassnode divulgados pelo CoinDesk mostram que mais de 37 mil BTCs saíram das corretoras desde 17 de novembro, em um sinal de que investidores estão assumindo a custódia de seus tokens.
Em meio ao rali, a MicroStrategy aproveitou para comprar mais R$ 3 bilhões em Bitcoin, enquanto a Ark Invest, da gestora popstar Cathie Wood, vendeu mais US$ 4,7 milhões em ações da Coinbase, cujo preço triplicou neste ano, apesar dos desafios regulatórios nos EUA.
Circle nega vínculos com financiamento de terrorismo
A Circle, emissora da stablecoin USDC, rejeitou as alegações feitas por uma ONG de Washington que acusou a empresa de auxiliar o financiamento de organizações terroristas, informou o Decrypt.
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Em carta ao presidente do Comitê Bancário do Senado, Sherrod Brown, e à senadora Elizabeth Warren, o diretor de estratégia da Circle, Dante Disparte, contestou as afirmações feitas em um documento de 13 páginas enviado no início deste mês pela Campaign for Accountability, segundo a qual a Circle facilita a lavagem de dinheiro pelos grupos Hamas e Hezbollah.
Disparte também refutou as alegações do grupo de que a blockchain Tron e seu fundador Justin Sun estão associados à Circle.
“Sejamos perfeitamente claros: a Circle não facilita, direta ou indiretamente, nem financia o Hamas (ou quaisquer outros atores ilícitos)”, escreveu Disparte, acrescentando que a Circle tampouco financia Justin Sun.
Reportagem recente da Reuters revelou que a Tron teria ultrapassado a rede Bitcoin como plataforma para transferências de criptomoedas associadas a grupos designados como organizações terroristas por Israel, Estados Unidos e outros países.
O suposto financiamento de terroristas por meio de criptoativos ganhou as manchetes após o ataque em 7 de outubro do Hamas contra Israel, que, aliás, teria conhecimento do plano há mais de um ano, segundo apurado pelo New York Times.
Em meio ao maior escrutínio, o Departamento do Tesouro dos EUA pediu novas ferramentas ao Congresso para monitorar a indústria cripto e combater atividades ilícitas.
Mas o deputado republicano Tom Emmer criticou os planos da agência e observou que o Tesouro ainda não havia respondido a uma carta enviada com perguntas sobre como empresas cripto teriam ajudado no financiamento do Hamas.
Outros destaques das criptomoedas
A Celsius Network pode ter que buscar nova aprovação de credores para sua proposta de se transformar em uma mineradora de Bitcoin, disse um juiz de um tribunal de falências dos EUA durante audiência na quinta-feira (30). “Este não foi o acordo que os credores votaram”, afirmou o juiz Martin Glenn, acrescentando que o novo plano poderá enfrentar “oposição substancial”.
Na semana passada, a plataforma, que oferecia empréstimos cripto, anunciou que pretende atuar apenas em mineração, citando o ceticismo da SEC sobre outras linhas de negócio planejadas, conforme a Reuters.
Novembro foi o pior mês de hacks e fraudes do ano por enquanto, com mais de US$ 343 milhões em cripto perdidos, de acordo com relatório da plataforma Immunefi. As perdas aumentaram mais de 15 vezes em relação a outubro, quando o prejuízo foi de aproximadamente US$ 22 milhões. No total, mais de US$ 1,75 bilhão evaporou em hacks e golpes “rug pull” (puxar o tapete) no acumulado do ano em 296 incidentes, disse a Immunefi.
Entre os hacks de novembro se destaca o da exchange descentralizada KyberSwap, que perdeu US$ 47 milhões e recebeu uma proposta inusitada do invasor, que se ofereceu para comprar a empresa e dobrar o salário dos funcionários.
Ainda é muito cedo para comemorar a recente recuperação nos mercados de finanças descentralizadas (DeFi) e de tokens não fungíveis (NFTs), alertaram analistas do JPMorgan liderados por Nikolaos Panigirtzoglou em relatório compartilhado pelo The Block. O banco argumenta que essa retomada em DeFi é “natural”, dado o aumento da atividade de trading. Além disso, o Ethereum não parece ter se beneficiado muito dessa recuperação, acrescentaram.
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