As principais criptomoedas operam em compasso de espera nesta sexta-feira (5), com a expectativa de dados sobre o mercado de trabalho americano, cautela que também domina as bolsas internacionais, onde investidores reagem a balanços positivos e acompanham a turbulência no setor bancário dos EUA.
Além do balanço da Apple, que ficou acima das expectativas, Coinbase e Block também divulgaram números animadores.
O Bitcoin (BTC) opera com estabilidade nas últimas 24 horas, cotado a US$ 29.126,72, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC recua 0,3%, para R$ 145.367,41, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) também mostra pouca variação, negociado a US$ 1.900,81.
Mas investidores continuam apostando na segunda maior criptomoeda. O protocolo de finanças descentralizadas (DeFi) Lido Finance ultrapassou seis milhões de ETHs depositados em sua plataforma em meio a fluxos constantes após a atualização Shanghai.
Em outro destaque, o MB listou a Euro Coin, stablecoin da Circle Internet Financial. A Euro Coin, que tem o símbolo de token EUROC, é emitida na rede Ethereum e pode ser usada com qualquer carteira, aplicativo ou protocolo DeFi compatível com ERC-20.
As principais altcoins mostram desempenho misto nesta sexta, entre elas BNB (-0,3%), XRP (+0,0%), Cardano (-1,1%), Dogecoin (-0,6%), Polygon (-1%), Solana (-1,5%) Polkadot (+0,3%), Shiba Inu (-1,2%) e Avalanche (-0,2%).
Contas da Binance na mira de Israel
Autoridades israelenses apreenderam cerca de 190 contas da Binance supostamente vinculadas a grupos como Hamas e Daesh (Estado Islâmico) desde 2021, segundo reportagem da Reuters publicada na quinta-feira (4).
A Reuters cita documentos que não haviam sido divulgados anteriormente do Escritório Nacional de Financiamento de Combate ao Terrorismo (NBCTF) de Israel, uma divisão do Ministério da Defesa do país.
De acordo com esses documentos, em janeiro, o NBCTF confiscou um valor não revelado de criptomoedas de duas contas com supostas conexões com o Daesh, um grupo terrorista baseado na Síria e no Iraque.
Outros registros do governo, datados de 2021, alegam que mais de 100 das contas apreendidas da Binance tinham ligações com o grupo de resistência palestino Hamas.
A Binance, a maior exchange cripto do mundo em volume de negociação, não havia respondido a ligações e e-mails da Reuters com pedido de comentários até a publicação do artigo.
A corretora está na mira de reguladores por falhas em seus controles para evitar a lavagem de dinheiro. Desde 2017, a Binance processou mais de US$ 10 bilhões em pagamentos executados por empresas criminosas e outras entidades que tentam contornar as sanções dos EUA, de acordo com a Reuters.
Balanço da Coinbase
Outra exchange cripto em pé de guerra com autoridades é a Coinbase Global, que enfrenta um “risco existencial” em sua batalha contra a SEC, a CVM dos EUA, empenhada em classificar os produtos da empresa americana como valores mobiliários, segundo a Bloomberg.
Um tribunal ordenou que a agência reguladora responda em 10 dias os questionamentos da Coinbase sobre a política da SEC para os ativos digitais.
Em meio aos desafios regulatórios, a corretora cripto divulgou resultados trimestrais que ficaram acima da expectativa de analistas.
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A empresa conseguiu reduzir o prejuízo no primeiro trimestre, com a ajuda dos cortes de custos e diversificação de fontes de receita, o que impulsionou as ações em 7% no after-market na quinta-feira.
Em entrevista à Bloomberg, a diretora financeira da Coinbase, Alesia Haas, disse que a exchange está atenta às oportunidades trazidas pela inteligência artificial. Uma possibilidade seria usar a ferramenta para melhorar o atendimento aos clientes.
De fato, ninguém quer ficar de fora da nova onda de AI. Ashton Kutcher, o ator de Hollywood que foi casado com Demi Moore, disse à Bloomberg que sua empresa de venture capital conseguiu captar recursos para um novo fundo de IA em cinco semanas.
Mas a rapidez com a qual a inteligência artificial tem atraído o interesse de empresas preocupa autoridades. Na quinta-feira, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, se reuniu com CEOs das principais empresas que criam e pesquisam produtos e ferramentas de IA para discutir o desenvolvimento responsável da tecnologia, informou o Decrypt.
Projetos para o real digital
No Brasil, empresas também aceleram projetos inovadores para se beneficiar do lançamento do real digital, a moeda virtual do Banco Central.
É o caso da Parfin, provedora de infraestrutura de negociação de ativos digitais e tokenização, que criou uma ferramenta de custódia e de gestão de tesouraria com foco em instituições financeiras e investidores institucionais já adaptada para trabalhar com o real digital, de acordo com o Valor.
Enquanto isso, a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) anunciou que pretende criar um consórcio para participar do desenvolvimento do real digital.
No campo da regulação, a Câmara dos Deputados deve ir em frente com o plano de instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras com criptoativos, afirmou ao Valor o líder do Solidariedade e autor do requerimento, deputado Áureo Ribeiro (RJ).
Outros destaques das criptomoedas
A gestora Metrix lançou um fundo de gestão ativa de criptoativos que se apoia na análise de cerca de 100 milhões de dados coletados em diversas fontes de informação, o que inclui as principais blockchains de ativos digitais, segundo o Valor.
O primeiro fundo, chamado Metrix Liquid Token, começou a rodar em plataforma offshore no final do ano passado, com uma estratégia que mede a exposição ao setor de criptoativos. O fundo estreia no Brasil neste mês com foco em investidores profissionais.
Apesar das longas filas, lotação, problemas técnicos e ingressos a partir de R$ 2 mil, o Web Summit Rio foi um sucesso entre as empresas, de acordo com a Folha de S. Paulo. A primeira versão brasileira da maior feira de tecnologia da Europa, encerrada ontem (4), debateu temas como inteligência artificial, cripto, inovação e urbanismo. À Folha, a organizadora do evento disse que planeja mais cinco edições na capital carioca.
Presente à conferência, Yat Siu, cofundador e CEO da Animoca Brands, disse que a web3 é o futuro da internet: “Dados são os recursos mais valiosos do mundo hoje. Antes da blockchain, você não era capaz de ser dono dos seus dados e, como resultado, se tornava uma espécie de ‘servo digital’ das grandes companhias, que podem simplesmente apertar um botão e te excluir daquele espaço. Blockchain é o antídoto a isso (..)”.
Em homenagem às comemorações do “Star Wars Day” na quinta-feira (4), a Cryptoys anunciou uma parceria com a Disney para a venda de brinquedos baseados em tokens não fungíveis (NFTs) e inspirados em três dos personagens mais icônicos da franquia de filmes.
A Cryptoys, que conta com Andreessen Horowitz, Mattel e Dapper Labs entre os investidores, vai lançar “15 brinquedos digitais colecionáveis de Luke Skywalker, Princesa Leia e Darth Vader de edição limitada”. Desenvolvido pela blockchain Flow da Dapper Labs, os NFTs Star Wars são vendidos por US$ 39,99, informou o The Block.
A Bitblox Games planeja desenvolver jogos cripto para o setor de apostas online, um mercado que movimenta cerca de US$ 68 bilhões, segundo o CoinDesk. O estúdio, que diz ser o primeiro a lançar games baseados em blockchain no mercado de apostas online, vai trabalhar exclusivamente na Hxro Network, uma rede para aplicativos de apostas na blockchain Solana, conforme comunicado.
E por falar em cassinos online, Daniel Scott, investidor-anjo e influenciador brasileiro, viajou até Curaçau onde, em teoria, estaria a sede do Blaze, que patrocina Neymar e Felipe Neto. Para sua surpresa, não encontrou nada: nem sede, nem escritório, nem funcionários.
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