A empresa Coin Cloud, responsável por operar mais de 4 mil caixas eletrônicos (ATMs) de Bitcoin, com operações nos EUA e no Brasil, anunciou nesta quarta-feira (8) que está entrando com um pedido de recuperação judicial em um tribunal no estado americano de Nevada.
O pedido será feito de acordo com o capítulo 11 da Lei da Falências dos EUA. Caso seja aprovada pela Justiça, essa medida prevê que a empresa suspenda o pagamento das dívidas e apresente um plano de recuperação, que precisa ser aprovado pelos credores. Nesse meio tempo, o negócio segue funcionando.
Segundo informações do Coindesk, o motivo do pedido são exatamente as dívidas pesadas, estimadas em uma faixa entre US$ 100 milhões a 500 milhões. O principal credor, é a empresa de empréstimo de criptomoedas Genesis, que teria a receber cerca de US$ 100 milhões.
A própria Genesis já decretou pedido de recuperação judicial em janeiro. A Genesis é controlada pelo Digital Currency Group (DCG), que também é dono da Grayscale Investments, que administra o Grayscale Bitcoin Trust (GBTC), o maior fundo de Bitcoin do mundo, com 635 mil BTC na carteira.
Em comunicado, a Coin Cloud afirma que a iniciativa não afeta a operação brasileira, que hoje é responsável por 30 ATMs instalados no país. “A operação local é enxuta e não há qualquer previsão de alteração na equipe”, afirma a nota.
O Portal do Bitcoin conversou com Isabela Rossa, country manager da companhia no Brasil. Ela confirma que o negócio brasileiro segue normalmente e diz que o quadro no país, ao contrário do panorama nos EUA, é positivo.
“2022 não foi um ano fácil, mas o nosso time está bem animado aqui no Brasil, onde temos uma situação bastante diferente da dos EUA. Temos um lote de mais 42 máquinas chegando no próximo mês e fechamos uma nova parceria que será anunciada em breve”, diz a executiva. “Na verdade, na prática a única coisa que compartilhamos com a operação americana é o nome”.
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Negociação com credores
O pedido de recuperação judicial da Coin Cloud pode estar relacionado ao acordos da Genesis para com os credores. Na terça-feira (7), foi anunciado que o grupo DCG, a exchange Gemini e outros credores chegaram a um acordo para recuperar ativos durante o processo de reorganização judicial da companhia.
O acordo envolve dois grupos de credores, incluindo aqueles com mais de US$ 2 bilhões a receber da Genesis. E também prevê a reestruturação de US$ 1,7 bilhão em dívidas e outras obrigações.
De acordo com o CoinDesk, que também é controlado pelo DCG, o pacto inclui a venda da unidade de trading do grupo, além do braço de crédito.
A Gemini, cujo programa de renda passiva Earn foi extinto como resultado da crise na Genesis, vai injetar US$ 100 milhões no plano proposto.
Para levantar caixa, o conglomerado DCG também começou a vender ações com grande desconto nos vários fundos de suas outras unidade, como a própria Grayscale Investments
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