Imagem da matéria: Justiça bloqueia R$ 144 mil da Braiscompany por calote de aluguel em imóvel
Antônio Neto Ais, lider da Braiscompany (Foto: Reprodução/Instagram)

A Braiscompany foi condenada a pagar uma dívida de R$ 144.903,06 a Leonardo Cavalcanti Prudente, filho do ex-deputado do Distrito Federal Leonardo Prudente, por aluguéis atrasados de um imóvel em Brasília. A decisão foi assinada pelo juiz João Batista Gonçalves da Silva, da 1ª Vara de Execução de Títulos Extrajudiciais e Conflitos Arbitrais de Brasília, no dia 20 de janeiro.

A Braiscompany, que diz ter um negócio de “aluguel de criptoativos”, tem atrasado constantemente os pagamentos aos clientes desde dezembro.

Publicidade

Leia também: Tudo sobre o caso da Braiscompany

A casa alugada pela Braiscompany fica na rua SHIS QL 10, região do Lago Sul, um bairro nobre de Brasília. Segundo aponta o processo, Leonardo Prudente comprou a casa em maio de 2022, quando o imóvel já estava alugado pela empresa criada por Antonio Neto Ais, que assina o contrato de aluguel.

Antes de ter um novo dono, o imóvel foi oferecido para compra pela Braiscompany por força de uma cláusula de direito de preferência, mas Neto Ais declinou. Ficou então acordado que passaria a pagar aluguel para o novo proprietário, sendo o valor mensal fixado em R$ 40 mil.

Neto Ais nao pagou os valores referentes ao período entre 17 de agosto e 1º de dezembro, o que, somado a uma multa de 2% prevista no contrato, gerou a dívida de mais de R$ 144 mil.

O juiz Batista Gonçalves determinou que a empresa seja notificada em sua sede em Campina Grande (PB) e que sejam bloqueados os depósitos bancários da companhia até a dívida ser paga. Caso não sejam encontrados valores em banco, a Justiça irá buscar imóveis e carros para penhorar e garantir o pagamento.

Publicidade

O Portal do Bitcoin tentou entrar em contato com a Braiscompany para ouvir a empresa sobre o caso, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.

Braiscompany atrasa pagamentos

Parte dos clientes da Braiscompany chegou a 2023 com o bolso vazio devido ao atraso — pelo segundo mês seguido — do pagamento dos rendimentos que a empresa diz obter com a “locação de criptoativos”, esquema acusado de ser pirâmide financeira por Tiago Reis, o CEO da Suno Research.

Um investidor que tem R$ 15 mil presos na Braiscompany e que pediu para não ter seu nome divulgado, mostrou ao Portal do Bitcoin o e-mail em que a empresa justifica o atraso citando “inconsistências nos endereços de algumas carteiras”.

No e-mail, o cliente era obrigado a informar novamente seu endereço de Bitcoin (BTC) e Tether (USDT) de destino dos pagamentos, bem como enviar um vídeo de si mesmo confirmando as informações. Ele cumpriu todas essas solicitações na segunda-feira, mas até esta quinta não recebeu o pagamento prometido.

Publicidade

Atrasos em cascata

Segundo a empresa, teria sido o lançamento do Brais App, previsto para acontecer no dia 28 de dezembro, que causou o primeiro atraso dos pagamentos no dia 20 de dezembro.

O que chama atenção é o fato de que a Braiscompany não usa aplicativo ou um sistema interno para efetuar o pagamento dos clientes. Ao invés disso, envia os supostos lucros mensais diretamente para a carteira de bitcoin informada pelo usuário e mantida em corretoras de criptomoedas, como a Binance.

O aplicativo sequer foi lançado no dia previsto — embora a Braiscompany tenha feito uma grande festa para a ocasião, regada a champagne e atrações musicais — e segue fora do ar até hoje. Na confraternização, a empresa também anunciou a criação da sua própria criptomoeda, a Brais Token, cuja data de lançamento ainda não foi informada.

Culpa na Binance

Em uma live realizada no dia 9 de janeiro, Antonio Neto Ais, criador da Braiscompany, afirmou que os atrasos nos pagamentos que tem ocorrido junto aos clientes da empresa são culpa da corretora de criptomoedas Binance. Segundo o empresário, a corretora tem colocado travas em saques e liquidações da empresa.

“A Braiscompany vem sofrendo travas sistêmicas da Binance desde novembro. Quando tem um pedido de depósito, ela quer saber a origem do dinheiro, quer provas como prints de conversas. Isso vai contra tudo que defendemos de descentralização”, disse Neto Ais.

Publicidade

CVM recebe denúncia formal

As consequências parecem estar chegando para a Braiscompany. No dia 12 de janeiro, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) recebeu uma denúncia formal contra a empresa.

Na denúncia feita pelo escritório de advocacia Cardenas Torres Advocacia, a CVM é provocada a investigar a Braiscompany, sob o argumento que a empresa faz oferta irregular de valores mobiliários nas ofertas de contrato de investimento coletivo. 

Ao cometer essa infração, a empresa estaria dentro do escopo de atuação da autarquia, mesmo que descreva seu serviço como “locação de criptoativos” com o “objetivo principal de afastar a competência da CVM”, segundo a denúncia assinada pelos advogados Pedro Torres e Hector Cardenas.

*Texto alterado às 11h56 do dia 31 de janeiro de 2023 para correção: o imóvel é de propriedade de Leonardo Cavalcanti, filho e homônimo do ex-deputado do Distrito Federal. A primeira versão afirmava que a casa era do ex-parlamentar, o que foi corrigido.

VOCÊ PODE GOSTAR
Dedo indicador apoia bolo de dinheiro em forma digital

Stablecoins devem ser reguladas porque impactam política monetária, afirma executivo do BC

Consultor do Banco Central prevê debates mais aprofundados sobre stablecoins e tokenização em 2025 e 2026
Imagem da matéria: Paul Tudor Jones investe US$ 230 milhões em ETF de Bitcoin da BlackRock

Paul Tudor Jones investe US$ 230 milhões em ETF de Bitcoin da BlackRock

O gestor de fundos de hedge Paul Tudor Jones é um grande entusiasta do Bitcoin — e sua empresa comprou milhões de ações do ETF da BlackRock
Imagem da matéria: Vitória dos republicanos na Câmara traz esperança de mudança pró-cripto nos EUA

Vitória dos republicanos na Câmara traz esperança de mudança pró-cripto nos EUA

A vitória do Partido Republicano está gerando otimismo, com participantes do meio cripto esperando um ambiente regulatório mais favorável
Imagem gerada por IA de mamacos fugindo

Memecoin dispara 286% após fuga de macacos nos EUA; entenda

Mais de 40 macacos-rhesus estão à solta — e memecoins inspiradas nesses primatas estão em alta