Elon Musk ao fundo de logo do twitter e um carrinho de compras
Foto: Shutterstock

O mercado de criptomoedas ensaia uma recuperação em linha com os índices futuros das bolsas americanas nesta segunda-feira (19). O clima ainda é de cautela com o peso do cenário de aperto monetário global e dúvidas sobre a saúde financeira de gigantes cripto como a Binance. 

O Bitcoin (BTC) opera com pouca variação nas últimas 24 horas, cotado a US$ 16.764,04. O Ethereum (ETH) tem leve baixa de 0,3%, negociado a US$ 1.184,38, segundo dados do Coingecko. Em reais, o Bitcoin (BTC) também mostra estabilidade, em queda de 0,1%, para R$ 99.661,90, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB). 

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As altcoins operam entre perdas e ganhos, entre elas XRP (-3,3%), Dogecoin (-1,5%), Cardano (-0,7%), Polygon (-1,9%), Polkadot (-1,3%), Shiba Inu (+1,5%), Solana (-1,2%) e Avalanche (+0,2%). 

Destaque para o OKB, token nativo da exchange OKX, que perde 3% nas últimas 24 horas. Os saques de clientes na corretora estão travados desde a noite de sábado (17) devido a uma falha técnica da Alibaba Cloud, empresa que providencia serviços de armazenamento na nuvem para a plataforma de negociação. 

Já o token da seleção da Argentina (ARG) mergulha 35% após a vitória do país contra a França nos pênaltis na final da Copa do Catar. O desempenho por enquanto contraria previsões de analistas como Jacobo Maximiliano, da Bitget, que projetava um salto do token caso a Argentina ganhasse a Copa. 

Reservas da Binance 

Já o token BNB, ligado à Binance, mostra estabilidade na esteira de sete dias de perdas. Já pressionada por uma onda de saques, a maior exchange de criptomoedas do mundo voltou a ser alvo de rumores com o anúncio da Mazars de que não vai mais divulgar relatórios sobre as reservas da corretora como também de outras empresas da indústria cripto. 

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Uma fonte da Mazars disse ao Financial Times que a decisão não foi baseada em problemas nos balanços, mas pelo receio de que sua imagem fosse manchada devido à volatilidade do setor. Essa fonte também afirmou que, na verdade, a Mazars “não olhou muito” as posições financeiras das exchanges analisadas. A Binance informou ao jornal que os saques no começo da semana passada somaram US$ 6 bilhões. 

Outra empresa que está avaliando seus serviços para empresas cripto é a BDO, de acordo com o Wall Street Journal.  

“Em comum com várias outras empresas de serviços profissionais, estamos atualmente avaliando nossa abordagem para este setor e o trabalho que realizamos para nossos clientes”, disse um porta-voz da rede internacional BDO. O porta-voz não quis comentar sobre qualquer empresa individual. A certificação Tether foi realizada pela BDO Italia, a unidade italiana da BDO. 

Algumas empresas da indústria de criptoativos dizem que a Binance é “grande demais para quebrar”. 

“Não acho que a Binance esteja tentando causar problemas, mas essa organização agora é um risco para todos nós”, disse à Bloomberg Mark Lurie, diretor-presidente e cofundador da Shipyard Software, desenvolvedora de exchanges descentralizadas. “Sempre que você tem um ‘player’ controlando uma quantidade substancial de volume, há muitos riscos sistêmicos.” 

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Mas análise do CoinDesk avalia que os dados on-chain citados pela CryptoQuant na semana passada são mais confiáveis do que as provas de reservas para tranquilizar investidores, já que 89% dos ativos da Binance não dependem dos próprios tokens. 

No entanto, sob essa perspectiva, outra exchange pode ser mais problemática, a Huobi, onde 43,3% das reservas são compostas por sua própria moeda digital. 

Crise da FTX 

Outro setor que busca reduzir negócios com empresas cripto é o de seguros, que está negando ou limitando a cobertura a clientes com exposição à exchange cripto FTX. Com isso, traders e corretoras cripto têm ficado sem seguro para quaisquer perdas de hacks, roubo ou ações judiciais, disseram vários participantes do mercado à Reuters. 

Uma fonte também contou à agência que Sam Bankman-Fried, fundador e ex-CEO da FTX, deve anunciar nesta segunda-feira (19) a um júri nas Bahamas que desistiu de impedir sua extradição aos EUA. 

Enquanto isso, grupos de mídia como a Bloomberg e New York Times avançaram no processo para conseguir o direito de identificar credores incluídos na recuperação judicial da FTX. Estudo do banco de investimento Jefferies identificou até 40% de possibilidade de recuperação do dinheiro de credores da exchange. 

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Em meio ao colapso da FTX, o governo Biden pediu que o Congresso dos EUA feche as lacunas na regulamentação dos criptoativos. 

O Conselho de Supervisão de Estabilidade Financeira, presidido pela secretária do Tesouro Janet Yellen, disse que os parlamentares devem tomar medidas para garantir que a indústria cripto esteja sujeita a um marco para garantir negociações ordenadas e transparentes, proteções aos investidores e outras regras impostas às empresas financeiras tradicionais. 

Em artigo no Portal do Bitcoin, Isabela Rossa, country manager da CoinCloud no Brasil, destaca que em 2023 é provável que “a estrutura regulatória global para criptomoedas se torne mais unificada, pois vários países e organizações continuam a colaborar no desenvolvimento de regulamentações padronizadas”.  

Outros destaques  das criptomoedas

Elon Musk, criticado pelas recentes mudanças nas políticas do Twitter, perguntou aos usuários se ele deve deixar o comando da plataforma. Com a votação programada para terminar por volta das 6h20 em Nova York, cerca de 57% dos 16 milhões de usuários disseram “sim”. O dono do Twitter e CEO da Tesla disse que vai respeitar os resultados da pesquisa, prometeu em tuíte neste domingo, segundo a Bloomberg

Na tentativa de melhorar a experiência do investidor, o Mercado Bitcoin (MB) está trazendo uma série de novas funcionalidades em uma atualização na sua plataforma de negociação de criptomoedas. 

Após fazer login na home, tanto no aplicativo quanto na web, o usuário agora tem acesso a um painel que mostra os criptoativos que mais valorizaram em 24h; novos filtros de busca e classificação; melhorias na “boleta” de compra e venda. Para os traders avançados, a plataforma passa a contar com a visualização e gerenciamento das ordens criadas, além da inclusão da ordem Post Only. 

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A exchange cripto Bitso, que opera na Argentina, Brasil, Colômbia e México, vê crescimento sólido de clientes institucionais que desejam stablecoins como forma de superar os desafios e negociar em dólares americanos. 

“Eles querem ter alguma exposição ao dólar, mas em vez de ir a um banco e fazer hedge com câmbio futuro, compram stablecoins”, disse o CEO da Bitso no Brasil, Thales Araújo de Freitas, durante entrevista ao The Block em Miami após falar na conferência Fintech Nexus LatAm. “Mesmo com o inverno (cripto), continuamos vendo mais interesse das empresas.” 

Especialistas ouvidos pelo Valor destacam que o real digital e as finanças descentralizadas devem fazer parte do futuro de um setor que tende a ser interoperável. “O mundo caminha para uma sociedade ‘cashless’”, prevê Carlos Augusto de Oliveira, CEO da fintech Certdox e ex-executivo de bancos como Original e Itaú Unibanco. 

Definir o que é recomendação de ativos em redes sociais desafia reguladores de valores mobiliários no mundo todo, aponta reportagem do Valor. No Brasil, educadores e planejadores financeiros estão fora da alçada da CVM. “(…) Pode acontecer de um influencer iniciar uma ‘live’ sobre como ensinar a investir e acabar fazendo uma análise de investimento. A CVM vai precisar entender que a separação é muito tênue. Os casos de má-fé são residuais”, afirma Henrique Machado, sócio do escritório Warde Advogados e ex-diretor da CVM. 

Guichês de autoatendimento com biometria, rebocadores de bagagens controlados à distância e compra de bilhetes com criptomoedas são algumas das 12 principais tendências que devem influenciar a indústria de viagens até 2033, de acordo com estudo global realizado pela Sita, uma provedora de soluções de tecnologia, divulgado pelo Valor. Representações no metaverso também tendem a ajudar operações aeroportuárias a identificar e corrigir gargalos de infraestrutura, de acordo com a pesquisa

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