A corretora de criptomoedas Easy Crypto, baseada na Nova Zelândia, anunciou na noite de terça-feira (1) o encerramento definitivo de suas operações no Brasil – mas não detalhou como fica a situação dos clientes brasileiros e dos ativos que foram investidos na empresa.
O anúncio foi feito em um post no LinkedIn de James Scaur, manager de operações e finanças da empresa. No texto, em inglês, Scaur diz que fica triste de anunciar que a “Easy Crypto interrompeu suas operações no Brasil por tempo indefinido”.
Ele afirma que fica impressionado de como estava “ingênuo e despreparado” para operar no mercado de criptomoedas do país, completando que “o Brasil não é para amadores”.
O executivo diz construir uma corretora no Brasil foi uma jornada “intensa e recompensadora” e que, após resolver tarefas administrativas e financeiras da companhia, está voltando para a Nova Zelândia pela primeira vez desde 2019.
No post de despedida, o executivo diz que a empresa tinha quase 6 mil clientes no país. “Em alguns momentos, nós realizávamos mais de 60 ordens [de negociação] por hora”, diz ele.
A Easy Crypto também era membra da Associação Brasileira de Criptoeconomia, a ABCripto.
Dúvidas sobre o encerramento da Easy Crypto
Apesar do anúncio das atividades da empresa ter sido feita na terça-feira pela rede social privada do executivo, o site da Easy Crypto exibe uma mensagem dizendo que as operações estão pausadas desde 26 de agosto deste ano e pede que os clientes entrem em contato pelo email [email protected].
Nas redes sociais da companhia, como o Twitter e o Instagram, os últimos posts são de maio, mas não há referência à qualquer interrupção dos negócios.
O Portal do Bitcoin tentou entrar em contato com Scaur e com a empresa para obter mais detalhes sobre o encerramento das operações e a situação dos clientes, mas ainda não obteve resposta até a publicação desta reportagem. Caso haja novas informações, esta reportagem será atualizada.
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Inverno cripto no Brasil
Outras corretoras estrangeiras já haviam anunciado encerramento de operações no Brasil, frente ao cenário adverso gerado pelo chamado inverno cripto, que gerou quedas sucessivas no preço das principais criptomoedas após o colapso do projeto Terra.
Após chegar ao país no final de abril, os planos da corretora de criptomoedas espanhola Bit2Me foram por água abaixo, com a demissão de praticamente todos os funcionários da operação brasileira em setembro.
Quem deu a notícia foi Ricardo da Ros, o então country manager da Bit2Me no Brasil. Em uma publicação na terça-feira (20) no LinkedIn, o empresário revelou que a maior parte da equipe da Bit2Me no Brasil foi dispensada à medida que a empresa não conseguiu superar os desafios impostos pela crise no universo das criptomoedas.
“Depois de liderar uma equipe de 30 talentosos profissionais no Brasil na Bit2Me, os ventos frios bateram e tivemos que dispensar praticamente todo o time. Não foi agradável, especialmente porque tudo estava indo muito bem”, diz sua publicação.
O inverno cripto também gerou cortes entre as empresas do setor. Em outubro, chegou a informação de que a 2TM, grupo que controla a corretora de criptomoedas Mercado Bitcoin, demitiu 15% dos funcionários.
Foi o segundo corte em 2022, que acompanha a piora do cenário da economia global que está atingindo com força o segmento de fintechs.
Em nota enviada à imprensa, a empresa afirmou que os desafios impostos pela economia global vêm afetando os segmentos de inovação em todo o mundo.
Já em maio, a Bitso, maior corretora mexicana de criptomoedas e que possui mais de 4 milhões de clientes na América Latina, demitiu 80 funcionários. Segundo a empresa, as demissões incluem todas as suas operações e fazem parte de uma estratégia que leva em consideração “o desenvolvimento de longo prazo do mercado e da indústria”.
Pelo menos um funcionário que atuava no Brasil faz parte da lista de demitidos, conforme apurou o Portal do Bitcoin.
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