Imagem da matéria: Justiça encontra saldo negativo em contas de empresa que compartilha CNPJ com MSK Invest
Msk Invest

O juiz Luiz Antonio Carrer identificou que o CNPJ da MSK Invest, empresa que supostamente vendia serviços de investimento em criptomoedas e parou de pagar os clientes, é o mesmo de uma empresa chamada SOMI.

O magistrado determinou bloqueio de contas da SOMI e a ação mostrou que o saldo nas contas é negativo.

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A assessoria de imprensa da MSK Invest disse ao Portal do Bitcoin que a SOMI é uma empresa criada pelo sócio Glaidson Rosa, que passou por um processo de readequação societária, com a entrada do segundo sócio, e teve seu nome trocado de SOMI para MSK.

“A SOMI deixou de existir. Houve uma mudança no quadro societário e a empresa, que era uma Eireli, foi transformada em uma sociedade LTDA, passando a ter dois sócios. Sendo assim, não faz sentido existir uma conta com saldo no nome de uma empresa que não existe mais. Foi descontinuada. Atualmente, é a nova empresa, a MSK, que responde por tudo”, disse a companhia.

Segundo a empresa, por isso faria sentido não haver um centavo sequer nas contas da SOMI, já que ela não existe mais, sendo agora a MSK.

A empresa não quis revelar quanto deve ao todo para seus clientes, mas disse que em “criptoativos possui saldo o suficiente para honrar com todos os seus compromissos e fazer as devoluções de aportes. Em moeda fiat, as contas bancárias estão passando por bloqueios judiciais, que impedem a sua movimentação. O valor disponível nessas contas está coberto por sigilo bancário”.

O CNPJ da MSK Invest é 23.206.780/0001-26.

Relação com a GAS Consultoria

Em um áudio para uma cliente que o Portal do Bitcoin teve acesso, um dos donos da MSK Invest deu mais indícios de que a operação pode ser uma pirâmide financeira. Carlos Eduardo de Lucas, conhecido como Cadu, afirma que a quebra da GAS Consultoria complicou sua operação.

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Além disso, o empresário afirma que lidar com 100 milhões de saques de bitcoin nos últimos meses, o que teria inviabilizado a operação.

“O mercado de criptomoedas está uma bagunça. Não está fácil. A gente não consegue operar como operávamos no ano passado. Tive problemas nos saques de bitcoin nos últimos meses. Eu tive 100 milhões de saques. E a quebra da GAS prejudicou muito a gente. Muito”, disse Cadu.

A fala do dono da MSK dá a entender que o dinheiro dos seus clientes não estava alocado em investimentos que poderiam ser liquidados a qualquer momento e ser devolvido – seja com lucro ou sem.

Ao contrário. A colocação de Cadu deixa a entender que quando um grande número de pessoas passou a sacar dinheiro por ter perdido a renda da GAS, a operação quebrou. Fica implícito que o repasse de dinheiro, conduta típica de pirâmide, era a prática feita.

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Sobre qual a relação entre a quebra da GAS ter afetado a MSK Invest, a assessoria disse que “como especialistas em criptomoeda, nós acompanhamos os movimentos do mercado e os impactos. O caso da GAS citado não tem qualquer relação com a nossa empresa. No entanto, gerou uma grande crise de confiança nas empresas do setor, o que levou o investidor a ter receio sobre o futuro do seu capital aportado. Com isso, houve um aumento no fluxo de encerramento de contratos com a MSK Invest. Todos os valores solicitados foram honrados e devolvidos”.

Caso MSK Invest

A Justiça de São Paulo determinou no dia 20 de dezembro o bloqueio de R$ 100 mil da empresa MSK Invest. A decisão foi do juiz Fábio Henrique Falcone Garcia, que foi muito explícito ao falar sobre o anúncio da empresa de que um dos motivos de parar de pagar os clientes é por conta da insegurança jurídica diante do avanço do Projeto de Lei 2302/15 na Câmara dos Deputados.

O magistrado afirma que a postura da empresa é um indício de má-fé e de tentativa de não cumprir com os contratos.

“A missiva sobre o distrato, impondo condições dissociadas da negociação para ressarcimento do valor investido, aliada à falsa justificativa fundada em projeto de lei ainda não aprovado sugere engodo destinado a evitar cumprimento de obrigação e situação financeira complicada, a indicar risco de lesão grave à requerente”, disse o juiz.

O juiz Luiz Antonio Carrer disse que existem indícios de que a MSK Invest, empresa que dizia operar com cripotomoedas, seja uma pirâmide financeira e de que um mesmo uso de CNPJs é na verdade a prática de um golpe financeiro.

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O magistrado também acolheu liminar de uma cliente e determinou o bloqueio de dinheiro na conta da empresa.

“Existem indícios de fraude no contrato celebrado entre as fraudes, que indica caso de “pirâmide”, a justificar a urgência da medida, pois a ré anunciou que deixará de atuar, sem a perspectiva de devolução da grande quantia investida pelo autor”, afirma o juiz.

Além disso, o juiz aponta que o mesmo CNPJ é utilizado pela MSK Invest e uma empresa chamada SOMPI Seguros, e que isso indica “golpe financeiro”.

Na quarta-feira (22), o Procon de São Paulo disse que iria acionar a MSK Invest e seus sócios no campo criminal e administrativo. A informação foi divulgada pelo presidente do órgão, o procurador Fernando Capez.

“A empresa [MSK] enganou diversos investidores prometendo juros de 2% a 5% em aplicação no Bitcoin. E adivinhe? Não pagou ninguém”, disse o procurador em vídeo.

Contraponto da empresa

“Informamos que a MSKInvest atua há seis anos no mercado de criptomoedas e sempre honrou com os compromissos previstos em seus contratos. Por uma decisão de negócios, a companhia descontinuou o produto semestral de criptomoeda. A empresa está providenciando a restituição dos valores para os clientes desse produto, cujo perfil indicado era de alto risco.”

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