“99,9% das conversas são sobre tokenização, não criptomoedas”, revela diretor do JP Morgan

O líder de blockchain e criptomoedas do JP Morgan também se aprofundou na atividade privada on-chain do gigante bancário
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Líder de blockchain do JP Morgan durante evento CCData (Foto: Decrypt)

O chefe da divisão de blockchain do JP Morgan, Tyrone Lobban, disse na terça-feira (3) aos participantes do Digital Asset Summit da CCData em Londres que “99,9%” de suas conversas com clientes são sobre formas tokenizadas de instrumentos financeiros tradicionais, não sobre criptomoedas.

“Há uma grande conversa sobre como trazer ativos tradicionais para a blockchain”, disse ele durante o painel de ontem. “Quando você olha para a atividade que aconteceu no último ano, quase todos os bancos globais, corretoras ou gestores de ativos estão fazendo algo em uma blockchain permissionada ou pública.”

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Lobban diz que essas experiências iniciais podem ser melhor chamadas de pilotos, “mas a intenção está muito clara”.

No lado das criptomoedas, ele culpou a recente falta de interesse pelo aumento de falências na indústria e disse que “alguns clientes simplesmente não querem estar envolvidos agora”.

Lobban também comentou sobre a estabilidade recente do preço do Bitcoin, afirmando que a criptomoeda favorita do mundo é “talvez mais parecida com uma stablecoin hoje em dia”, antes de acrescentar: “os dias de retornos maciços no Bitcoin estão possivelmente para trás por um tempo”.

As aventuras do JP Morgan na blockchain

Formada em 2020, a divisão de blockchain do JP Morgan, Onyx, afirma ser a “primeira blockchain liderada por um banco do mundo”.

Até o momento, o gigante de investimentos bancários a utilizou para tokenizar títulos tradicionais para troca instantânea.

Falando no painel da CCData, Lobban disse que os bancos dos EUA que desejam usar blockchains públicas enfrentam diversos obstáculos burocráticos e regulatórios devido ao cenário regulatório atual.

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Para contornar isso, o JP Morgan estabeleceu a Onyx, uma blockchain privada baseada em Ethereum.

Embora isso signifique que a equipe do JP Morgan pode escrever contratos inteligentes para blockchains públicas, Lobban ainda acredita que as criptomoedas carecem de interoperabilidade. 

“No final das contas, você provavelmente precisará de algum tipo de conectividade entre essas plataformas ou algum tipo de primeira camada mais ampla com a qual as instituições financeiras possam realmente interagir”, comentou.

Outras instituições financeiras que executam nós e tokenizam ativos na Onyx incluem Goldman Sachs, DBS, BNP e “várias outras” que ele se recusou a nomear.

Como banco de investimento, o JP Morgan possui linhas de crédito que estende a seus clientes institucionais. Para certos clientes, esse processo pode ser muito caro, porque, embora a linha de crédito do JP Morgan seja gratuita para usar, os mutuários ainda precisam deter ativos suficientes para provar aos reguladores que podem cumprir suas obrigações em momentos de estresse, ou no caso de o banco retirar sua linha de crédito.

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Lobban diz que, por meio da Onyx, os clientes do JP Morgan têm conseguido entrar em acordos de recompra — chamados de “repos” — nos quais oferecem garantias na forma de títulos tokenizados para empréstimos. 

“Eles podem ser muito específicos sobre o período de tempo de que precisam. […] Portanto, eles podem pegar emprestado um US$ 1 bilhãopor três horas ou US$ 500 milhões por cinco horas”, disse ele.

Onde a tecnologia brilha, segundo Lobban, “é que conseguimos usar contratos inteligentes para garantir a entrega versus o pagamento, a troca de ativos por dinheiro no momento certo, e podemos ser muito precisos com os termos da negociação acordados por ambas as partes”.

* Traduzido e editado por Saori Honorato com autorização do Decrypt.

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