O Serviço Interno de Receita dos EUA (ou IRS, na sigla em inglês) publicou um relatório que detalha o grau em que criptomoedas aparecem em investigações criminais. O órgão é o equivalente a Receita Federal no Brasil.
De acordo com o relatório, 93% de todos os confiscos realizados pela equipe de Investigações Criminais (ou CI) envolve criptomoedas. No total, US$ 3,5 bilhões em criptomoedas foram confiscadas pela equipe de CI.
Como parte da iniciativa contínua da CI em combater crimes financeiros, a entidade passou os últimos seis anos desenvolvendo um programa de cibercrimes, chamada de Unidade de Cibercrimes (ou CCU), dedicada a abordar o “crescimento exponencial” de cibercrimes.
“Esses crimes quase sempre envolvem o uso de criptomoedas para facilitar a atividade criminosa”, afirmou a IRS.
Durante os últimos doze meses, criptomoedas e crime viraram manchete.
Essas notícias incluem extremistas de extrema direita que arrecadaram milhões em cripto, empresas de inteligência apoiadas pela Rússia financiando interferências a campanhas eleitorais e até mesmo tentativas fiscais de decifrar moedas de privacidade para solucionar um caso de desaparecimento na Suécia.
Os maiores casos do IRS envolvendo cripto
O relatório do IRS relembra alguns dos maiores confiscos relacionados a criptomoedas na história da organização e da indústria.
Um exemplo aconteceu em abril deste ano, quando um cidadão russo-sueco chamado Roman Sterlingov foi preso por ser acusado de “operar o serviço de lavagem de dinheiro com bitcoin mais antigo da dark net”.
Desde 2011, Sterlingov operava um serviço de mixing chamado Bitcoin Fog. Durante a época de sua operação, Bitcoin Fog movimentou mais de 1,2 milhão em bitcoin que, na época, valia aproximadamente US$ 335 milhões.
“Grande parte dessas criptomoedas veio de mercados da dark net e estava ligada a entorpecentes ilegais, atividades de fraude de computador e de abuso e roubo de identidades”, acrescentou o IRS.
Outro exemplo aconteceu em julho de 2021, quando Roger Nils-Jones Karlsson foi sentenciado a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro, fraude de valores mobiliários e fraude eletrônica.
“Karlsson operou um esquema de fraude de investimento desde 2011 até sua prisão na Tailândia em junho de 2019. Karlsson induzia vítimas a adquirirem ações no esquema chamado ‘Eastern metal Securities’ usando criptomoedas, como bitcoin, e outras plataformas de pagamento on-line”, explicou.
Mas o que vem a seguir para o IRS e seu papel no combate a crimes relacionados a cripto?
IRS, cripto e o futuro
Com base nas descobertas do relatório, o IRS está trabalhando bastante para combater uma variedade de crimes relacionados a criptomoedas, mas não para por aí.
De acordo com a Bloomberg, essa tendência irá continuar.
“Espero que uma tendência de confiscos de cripto continue conforme avançamos no ano fiscal de 22”, afirmou Jim Lee, diretor da CI em debate com repórteres.
Recentemente, o Congresso Americano aprovou um projeto de lei de infraestrutura de US$ 1,2 bilhão que, durante meses, gerou preocupações entre muitos entusiastas de cripto.
Sob o atual texto da legislação, operadores de nós e mineradores precisariam declarar suas transações ao IRS, uma tarefa nada fácil.
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.