Parece contraditório, mas investidores tradicionais e alternativos estão aos poucos recorrendo a criptomoedas, de acordo com um novo estudo publicado nesta segunda-feira (22) por Ernst & Young (ou EY), uma das quatro maiores empresas de contabilidade do mundo.
Segundo a pesquisa, 31% dos gestores de fundos de hedge, 24% dos investidores alternativos e 13% dos gestores de capital privado afirmaram que planejam acrescentar cripto a seus portfólios em até dois anos.
Gestores das maiores empresas (fundos de hedge que gerenciam mais de US$ 10 bilhões ou investidores com US$ 2 bilhões a US$ 10 bilhões) são mais propensos a planejar entrar para criptomoedas, de acordo com o estudo.
“Investimento alternativo” é um termo guarda-chuva para qualquer coisa que não seja ação, título ou dinheiro em espécie. Isso inclui metais preciosos, obras de arte e imóveis. Pode ser até um conjunto de cards Pokémon raros e holográficos ou uma coleção de vinhos.
Pode parecer que criptomoedas seriam um encaixe perfeito entre gestores alternativos, mas esse não era o caso.
Apenas 7% dos gestores e investidores de fundos alternativos entrevistados para o estudo do EY afirmaram que eles ou suas empresas já têm “ativos relacionados a cripto” em seu portfólio.
Dentre esses que armazenam criptomoedas diretamente, derivativos (futuros ou opções) e fornecimento de financiamento a empresas de blockchain privado eram as mais populares formas de participação.
Joe McCarney, líder global de segurança em blockchain no EY, contou ao Decrypt que um número ainda menor de empresas já investiam em cripto em 2020. Isso foi antes de uma pergunta específica questionar se já haviam sido acrescentados à pesquisa.
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78% das empresas resistentes a cripto citaram o fato de que esses ativos não se encaixam na estratégia de seu fundo como o principal ou um dos principais motivos pelos quais ainda não investiram.
Outros grandes motivos incluem volatilidade, incerteza regulatória e falta de entendimento sobre a classe de ativos.
A pesquisa “2021 Global Alternative Fund Survey”, realizada pelo Greenwich Associates entre julho e setembro, questionou 264 investidores institucionais alternativos. É um pequeno grupo de respondentes, mas representam fundos que totalizam quase US$ 5 trilhões.
O tempo de resposta não correspondeu com a aprovação da Comissão de Valores Mobiliários e de Câmbio (ou SEC) do primeiro fundo de índice (ou ETF) de futuros de bitcoin (BTC) dos EUA (um veículo de investimento que permite que adquirentes obtenham exposição ao bitcoin sem ter de comprá-lo ou armazená-lo) em algumas semanas, mas McCarney duvida que terá um grande impacto no sentimento entre gestores de fundos alternativos.
Na sua opinião, gestores de fundos alternativos se importam mais com a cibersegurança e a disponibilidade de soluções de custódia a nível institucional.
“Acredito que uma catálise maior desse movimento para ativos digitais tem sido as contínuas melhorias aos controles a nível institucional sendo implementadas em custodiantes e corretoras”, explicou McCarney.
“Essas melhorias ajudaram a superar algumas das antigas preocupações sobre a segurança de ativos digitais.”
Essas melhorias e controles incluem aprovações de transação com multiassinaturas, em vez de tentar descobrir em quem confiar com uma chave privada, além da capacidade de gerar auditorias detalhadas que vão passar no teste dos reguladores.
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.