Um grupo de investidores que fez negócios com a falida exchange de criptomoedas FTX entrou com uma ação judicial coletiva contra vários Youtubers na quarta-feira (15), alegando que os influenciadores da Internet os influenciaram a comprarem títulos mobiliários sem registro, ao fazerem promoção da corretora em colapso.
O processo quer US$ 1 bilhão em reparação de danos e foi movido contra criadores de conteúdo que alcançam milhões de pessoas online, incluindo o youtuber de criptomoedas BitBoy Ben Armstrong, e o criador de conteúdo de finanças Graham Stephan, entre sete outros indivíduos, além da empresa de gestão de talentos Creators Agency.
Stephan não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários do Decrypt. Armstrong disse ao Decrypt que ele nunca recebeu um dólar da FTX, acrescentando que planeja “contra-atacar imediatamente.”
“Nunca falei com ninguém na FTX ou como agente de marketing falando em nome dela. Nem uma vez”, disse ele via mensagem direta no Twitter. “Portanto, as alegações contra mim são 100% falsas e será extremamente fácil fornecer provas disso.”
“Esquema fraudulento”
Os títulos não registrados “endossados e promovidos” seriam contas com rendimentos oferecidas pela FTX, afirma o processo, acrescentando que os youtubers teriam sido pagos para endossar a FTX, que era um “esquema fraudulento concebido para se aproveitar de investidores de todo o mundo.”
Edwin Garrison, um morador de Oklahoma, nos EUA, liderou o processo. E embora a ação tenha sido movida em um tribunal da Flórida, os demandantes incluem residentes do Reino Unido, Canadá e Austrália também.
Os réus mencionados no caso são responsáveis por danos devido a “deturpações e omissões em relação à plataforma FTX” e desempenharam um papel crucial no crescimento do negócio em colapso, afirma o processo.
“A FTX não poderia ter alcançado o tamanho que alcançou sem o impacto maciço desses influenciadores, que promoveram a enganosa plataforma, recebendo pagamentos não revelados que variam de dezenas de milhares de dólares a subornos multimilionários”, afirma o texto judicial.
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O processo alega que o YouTube desempenhou um papel central na forma como os influenciadores promoveram o FTX, observando que a plataforma de streaming de vídeo é mais popular hoje do que a televisão tradicional.
Após o colapso da FTX, vários dos réus do processo “limparam seus canais do YouTube de todos os vídeos que endossavam a FTX e elogiavam Sam Bankman-Fried” e os substituíram por vídeos de desculpas, afirma o processo.
A ação coletiva é uma consolidação de outras movidas contra o fundador e da FTX, Sam-Bankman Fried, vários membros da FTX e embaixadores de marcas e celebridades, que incluem o quarterback aposentado da NFL, Tom Brady e a supermodelo brasileira Gisele Bündchen.
Colapso da FTX
A FTX, que já foi uma das maiores exchanges de criptomoedas, entrou em colapso em novembro de 2022, depois que uma corrida para sacar os valores foi desencadeada por uma queda acentuada em seu token nativo FTT.
Bankman-Fried foi posteriormente preso e acusado de uma série de crimes financeiros, dos quais desde então se declarou inocente. Ele cumpre prisão domiciliar na Califórnia.
No mês passado, Bankman-Fried foi alvo de acusações adicionais que decorrem de doações de campanha supostamente ilegais. O seu julgamento criminal está marcado para outubro deste ano.
*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.
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