O protocolo Worldcoin foi lançado na madrugada desta segunda-feira (24) após a migração para a rede OP – anteriormente conhecida como a rede de segunda camada Optimism, anunciaram hoje os parceiros de desenvolvimento Worldcoin Foundation e Tools for Humanity.
A migração também sinaliza o aguardado lançamento de WLD, o token nativo do polêmico projeto que prevê a instalação de máquinas para leitura da íris dos olhos – conhecidas como Orbs – como parte de um sistema global de identificação individual.
“Este é um grande negócio”, disse Tiago Sada, chefe de produto, engenharia e design da Tools for Humanity ao Decrypt em uma entrevista. “O projeto está em fase beta há algum tempo e em desenvolvimento há ainda mais tempo, por isso estamos muito animados para finalmente fazer isso acontecer.”
O projeto Worldcoin é uma criação de Sam Altman, CEO da OpenAI, empresa que está por trás do popular programa de Inteligência Artificial (AI) ChatGPT.
aside from everything else, this is a beautiful piece of design https://t.co/Fk4wsuNFFl
— Sam Altman (@sama) July 23, 2023
Coincidindo com o lançamento do Protocolo Worldcoin, a Worldcoin Foundation também lançou seu sistema de ID mundial e ampliou o acesso ao seu World App para mais de 80 países — com planos de aumentar esse número para 120 muito em breve.
“Neste momento, temos cerca de 200 Orbs em algumas cidades”, disse Sada. “Nos próximos meses, vamos aumentar até 1.500 Orbs ao redor do mundo até o final do ano.”
Atualmente, as Orbs da Worldcoin podem ser encontradas em Berlim, Dubai, Londres, Cidade do México, Miami, Nova York, São Francisco, Seul e Tóquio.
“As esferas são uma peça de tecnologia que foi projetada e produzida pela Tools for Humanity”, disse Sada. “Tem sido aberto não apenas para a transparência, mas também para tornar mais fácil para os outros fazerem Orbs que são apoiados pelo protocolo.”
Corrida para listagem
A Binance foi apenas uma das várias exchanges de criptomoedas a anunciar que começaria a negociar o token Worldcoin (WLD).
Os participantes beta do Worldcoin que receberam tokens WLD também podem depositar seus tokens Binance, que já habilitou esse recurso hoje cedo.
Além disso, a exchenge também planeja oferecer suporte à negociação alavancada no WLD por meio de seu recurso de margem isolada.
O token já começou a ser negociado na ByBit antes mesmo do lançamento programado da Binance, a US$ 0,3 por moeda, antes de saltar para US$ 2,79.
Os dados produzidos pelo CoinGecko indicam um fornecimento total de tokens de 10 bilhões de tokens e, aos preços atuais, isso daria ao token um valor totalmente diluído de US$ 25,6 bilhões no momento desta publicação.
A OKX também iniciou depósitos WLD e espera-se que comece a negociar em breve. A bolsa escreveu em um comunicado à imprensa que começará a negociar à vista “assim que o depósito do token WLD atender aos nossos requisitos”.
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Huobi e Gate também já estão negociando esses tokens.
Controvérsias
No entanto, a tecnologia Orb da Worldcoin tem gerado controvérsia. Quando a notícia dos scanners de retina se tornou pública em outubro de 2021, o famoso informante Edward Snowden rechaçou a ideia de escanear os olhos das pessoas em troca de criptomoedas.
“O corpo humano não é um ticket”, tweetou Snowden; outras respostas não foram tão educadas quanto a dele.
“É um marco em nosso processo de desenvolvimento, abrindo a integração do projeto para todos os desenvolvedores, expandindo nossa presença global dos Orbs, lançando nosso token e aumentando o alcance da Worldcoin”, disse Sada. “É um grande salto para todo o projeto.”
O World ID Software Development Kit (SDK), que suporta a criação de aplicações web e móveis utilizando o protocolo Worldcoin, está agora disponível para todos os programadores. A Tools for Humanity diz que o token Worldcoin, distribuído aos participantes beta, também está disponível para transações na blockchain.
Trajetória
Cofundada em 2019 por Sam Altman, Alex Blania e Max Novendstern, a Worldcoin visa aumentar a participação econômica, concentrando-se na privacidade e na descentralização. Em maio, o criptoativo conseguiu um financiamento combinado de US$ 215 milhões, liderado pelas empresas Blockchain Capital e a16z, respectivamente.
A Worldcoin Foundation serve como um órgão regulador para o ecossistema Worldcoin, incluindo o World ID, o WorldCoin token (WLD), os WorldCoin Orbs e o World App.
“No curto prazo, a Worldcoin Foundation se concentra em estabelecer mecanismos de governança necessários para garantir preços adequados a longo prazo”, disse Sada. “Ao mesmo tempo, está empenhada em tomar decisões sem fins lucrativos em benefício do protocolo.”
Sada explicou que a ideia por trás do World ID e do World App é distinguir entre humanos e AI, uma tarefa importante ao lançar uma renda básica universal digital, e evitar que golpistas joguem com o sistema.
“O World ID é essencialmente um passaporte digital”, disse Sada ao Decrypt. “É um passaporte global nativo da Internet digital que usa provas de conhecimento zero, para que você possa obter verificações que mostram que você é uma pessoa.”
Um bordão comum no universo dos criptoativos é o desejo de “bancarizar os não bancarizados.” Embora esse pouco de hipérbole tenha esfriado desde o colapso de várias exchanges de criptomoedas, a Tools for Humanity acredita que a Worldcoin pode ter o que é preciso para fornecer serviços financeiros aos estimados mais de 4 bilhões de pessoas que não têm esses serviços.
“É como o evento ‘Guerra Infinita dos Vingadores’ para nós”, disse Sada. “Em geral, um monte de produtos e equipes diferentes estão lançando coisas como loucos.”
*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.
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