O Bitcoin continua espalhando seu charme. 2017 foi o ano de todas as críticas, principalmente da grande mídia financeira e econômica e também de várias autoridades políticas, contudo a Forbes publicou um artigo dando dicas sobre como investir na criptomoeda.
Mais parecendo prenda de Natal, o artigo foi publicado no site da renomada revista americana no último dia 24 de dezembro. Assinado por Harold Stark, o artigo tem como título “Porquê e por que não investir em Bitcoin durante o Natal”. O comentarista começa com os avisos que têm sido habituais; o fato de não ter um banco central deixa a criptomoeda sensível a grandes variações, tem sido um ativo muito volátil, etc. A “queda” que a criptomoeda viu na sexta-feira vinha dar razão a esse ponto de vista. Ele acrescenta até que “não dá para viver” do Bitcoin; um aviso que parte de uma perspectiva demasiada otimista, como se o único objetivo do investidor fosse ser 100% dedicado a isso – ou até, dedicado a um só ativo. Alguém que escreve na Forbes deve saber que devemos diversificar nosso leque de investimentos.
Na prática, são os mesmos avisos das entidades oficiais, que vêm “avisando” que o Bitcoin só está servindo para lavagem de dinheiro, tentando descredibilizar e associar a práticas criminosas. Talvez com receio do crescimento da criptomoeda, dizem que investir nela é como fazer apostas esportivas, ou pior ainda, porque quando você aposta ainda pode fazer um estudo sobre os times e os esportistas, mas ali não teria nada para se informar, nem teria uma fonte para as “odds” credível como tem nas casas de apostas.
Você não tem ideia como vai terminar
Para o final do artigo, o comentarista apresenta o outro lado da perspectiva, dizendo que o Bitcoin é “altamente experimental” e que é “como investir no Kickstarter”: você nunca sabe exatamente como vai terminar. “Colocar alguns dólares de lado em Bitcoin pode ser uma forma de conseguir algum dinheiro rápido.” Ora, os investidores em Bitcoin já estão sabendo muito bem que não se sabe como vai terminar e estão dispostos a experimentar. O que eles sabem também é que não tem uma autoridade financeira trabalhando para colocar esse dinheiro na mãos dos bancos e da alta finança internacional, pegando todo o mundo através da dívida, que é quase o equivalente moderno das antigas correntes dos escravos.
É bom saber que a Forbes, ao menos, já reconhece que “não se sabe o que vai acontecer”. Aliás, quem previu, pela 6ª ou 7ª vez, o fim da Bitcoin na semana antes do Natal, já deve ter percebido que mais uma vez errou, com a forte subida da terça-feira após o feriado. A isso se chama um equilíbrio natural do mercado, sem intervenção de banqueiros.