O cofundador do Ethereum, Vitalik Buterin, afirmou em um artigo no domingo (20) intitulado ‘Possíveis futuros do protocolo Ethereum, parte 3: The Scourge’, que considera a centralização de staking com um dos maiores riscos para a blockchain da segunda maior criptomoeda do mundo.
No artigo, Buterin descreveu possíveis abordagens que a comunidade do Ethereum pode adotar para minimizar tal risco.
Ele observa que 30% do suprimento de Ethereum está atualmente em staking, ou seja, travado na rede em troca de rendimento, o que para ele é “muito mais do que suficiente para proteger o Ethereum de ataques de 51%”.
De acordo com Buterin, se essa métrica chegar perto de 100%, vários riscos podem surgir, incluindo um enfraquecimento do efeito ‘slashing’ (corte), emissão desnecessária na ordem de um milhão de ETH extra por ano e o potencial de um único token assumir o “dinheiro” do próprio Ethereum.
Para conter esse avanço, Buterin descreve duas abordagens principais: limitar a quantidade de ether que um usuário pode fazer staking e implementar o staking de dois níveis, onde o ETH apostado seria dividido em apostas cortáveis e não cortáveis.
“A principal tarefa restante é ou concordar em não fazer nada e aceitar os riscos de quase todo o ETH estar dentro de LSTs [tokens de staking líquido], ou finalizar e concordar com os detalhes e parâmetros de uma das propostas mencionadas acima”, escreveu Buterin.
Construção de blocos na rede Ethereum
Ainda sobre o risco de centralização do staking, Vitalik Buterin abordou o problema do MEV — “valor máximo extraível” —, que se refere à prática de validadores buscarem sempre o maior valor de recompensa possível em cada bloco validado. A prática pode prejudicar as transações dos usuários reais da rede, já que os validadores vão sempre atuar para reordenar as transações de forma a aumentar seus próprios ganhos.
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Buterin observou que atualmente “dois atores estão escolhendo o conteúdo de aproximadamente 88% dos blocos Ethereum”, aumentando o risco de censura que pode atrasar uma transação em minutos, potencialmente causando problemas com liquidações urgentes.
De acordo com o cofundador, um elemento crítico da solução pode ser um mempool criptografado que dificulta que os proponentes de blocos censurem transações específicas e por isso é necessário um trabalho contínuo para chegar a um design que seja “robusto e razoavelmente simples, e plausivelmente pronto para inclusão”.
Buterin também descreve soluções de nível de aplicação para os problemas acima, desde o desenvolvimento e promoção de soluções de hardware especializados em staking, recompensando stakers solo por meio de airdrops e reduzindo MEV.
Melhorias propostas por Vitalik Butrein para a rede Ethereum
‘The Scourge’ é a continuação de uma série de abordagens de Vitalik Buterin visando o futuro da rede Ethereum. Na semana passada, o cofundador compartilhou planos detalhados para o próximo passo na evolução da rede, apresentado como “The Surge” (ou “A Onda”), que apresenta metas de como aumentar a capacidade da blockchain de lidar com mais de 100.000 transações por segundo.
Uma delas, de acordo com Buterin, seria usar soluções de dimensionamento de segunda camada (L2), garantindo ao mesmo tempo que o Ethereum permaneça descentralizado e seguro.
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