Venezuela apresenta criptomoeda para países membros de cartel do petróleo

Moeda petro sob uma bandeira da Venezuela.

(Foto: Shutterstock)

O governo da Venezuela vai apresentar sua criptomoeda, a Petro, à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) como uma unidade de conta para o petróleo, reportou a rede estatal Telesur na última quarta feira (07).

De acordo com o site, Manuel Quevedo, presidente da estatal Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA), afirmou que as transações da Petro terá início no primeiro semestre de 2019.

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“Vamos usar a Petro na OPEP como uma moeda forte e confiável para comercializar o nosso petróleo bruto no mundo quando recebermos o certificado”, disse Quevedo da sede da Superintendência Nacional de Criptoativos e Atividades Relacionadas (Sunacrip).

No Twitter, a estatal petrolífera também se pronunciou:

“Estaremos levando a Petro para a OPEP em 2019 como a principal moeda digital apoiada por petróleo”.

https://twitter.com/PDVSA/status/1060193539403980800?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1060193539403980800&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.ccn.com%2Fvenezuela-to-present-petro-crypto-to-opec-as-a-unit-of-oil%2F

Quevedo destacou o que o ditador venezuelano Nicolás Maduro tem sempre dito, que a Petro é parte fundamental da recuperação econômica do país, e que todos os produtos derivados do petróleo bruto serão comercializados na criptomoeda nacional.

“Estamos caminhando para o crescimento e a prosperidade econômica de nosso país dando uma mão ao futuro, já que a Petro é uma moeda que é apoiada por recursos minerais”, disse o ministro que, segundo a Telesur, aproveitou e convidou empresas interessadas.

Governo quer mostrar o valor de sua criptomoeda

O governo venezuelano tem impulsionado notavelmente o uso da Petro que até mesmo o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela (TSJ) determinou que uma agência do governo indenizasse com a criptomoeda uma servidora que sofreu um acidente de trabalho.

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De acordo com a sentença N° 1.112 de 31 de outubro de 2018, o Instituto Nacional de Investigação Agrícola (Inia) terá que pagar a Maria Elena Matos o equivalente a 266 petros — cerca de US$ 16 mil, considerando o preço da criptomoeda venezuelana que foi estipulado em US$ 60 no país.

A decisão da Suprema Corte levou em conta um decreto sobre criptomoedas, aprovado em abril deste ano pela Assembléia Nacional Constituinte do país e que estabelece a base para o gerenciamento de mecanismos alternativos em finanças e comércio.

Venezuela quer emplacar a Petro

Maduro acredita que a criptomoeda nacional Petro vai ajudar a resolver a inflação crônica do país e a estabilizar a economia.

Acreditando em seu ‘programa de recuperação, crescimento econômico e prosperidade’, em meados de setembro ele proferiu:

“A Petro seguirá seu caminho como moeda de troca internacional para compras e conversões”.

Uma criptomoeda controversa

Recentemente, desenvolvedor do Ethereum, Joey Zhou, alegou que o White Paper da Petro seria uma “cópia descarada” do documento da Dash.

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“O novo token Petro da Venezuela é um clone descarado da Dash (pelo menos o whitepaper, na página 11)”, postou Zhou no Twitter.

No entanto, não é difícil que leitores familiarizados com a Dash reconheçam suas principais características ao ler o projeto venezuelano.

Dentre as inúmeras controvérsias em torno do projeto, a transparência é a mais evidente. Não há como saber como tudo foi conduzido. E, por isso, a criação da Petro provocou várias reações negativas em todo o mundo.

Isto chamou a atenção da Reuters, que publicou uma reportagem especial a respeito da não-adoção da criptomoeda venezuelana.

A agência revelou que a Petro era uma farsa, visto que o token é ‘lastreado’ em 5 milhões de barris de petróleo, mas não se tem sequer uma placa do local indicado da exploração, que fica em Atapirire, uma comunidade isolada em Francisco de Miranda com apenas 1300 habitantes.


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