Uso em larga escala de criptomoedas é ameaça, diz BIS, o banco dos BCs

Relatório de entidade financeira defende novas regulações para ativos digitais e mostra que mais países estão criando projetos próprios de CBDCs
Torre do prédio do Banco de Compensações Internacionais (BIS) em Basel, na Suíça

Shutterstock

Uma das principais organizações financeiras internacionais continua vendo as criptomoedas e as stablecoins como riscos, mes mo após outras entidades como o FMI já terem aparentemente mudado de ideia.

“Se forem amplamente utilizadas para pagamentos, as criptomoedas, incluindo as stablecoins, podem representar uma ameaça à estabilidade financeira”, afirma uma nova pesquisa do Banco de Compensações Internacionais (BIS), uma organização global liderada por 63 grandes bancos centrais.

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O relatório acrescenta que “para fortalecer e coordenar as abordagens regulatórias feitas para conter os riscos ao sistema financeiro, o CPMI, IOSCO, FSB e BCBS publicaram orientações e padrões atualizados ou novos para stablecoins ou atividades cripto e mercados de forma mais ampla”.

O relatório também mostra que número de Bancos Centrais com intenção de lançar suas moedas digitais (CBDCs) dobrou desde o ano passado, apesar das turbulências que ocorram no mercado de criptomoedas nesse período.

Quase um quarto de todos os bancos centrais ao redor do mundo estão atualmente testando uma CBDC voltada para o consumidor final, e mais de duas dezenas de moedas digitais respaldadas pelo estado devem ser lançadas até 2030, de acordo com o BIS.

As CBDCs são formas digitais da moeda de um país ou zona econômica internacional, emitidas pelo banco central dessa entidade. Nigéria, Jamaica, Bahamas e o Caribe Oriental já emitiram suas próprias CBDCs.

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Essas entidades em breve serão acompanhadas por várias outras, de acordo com a pesquisa divulgada nesta segunda-feira (10). Até o final desta década, espera-se que 15 CBDCs voltadas para o consumidor final e nove CBDCs para o varejo (projetadas para facilitar transações entre instituições financeiras) sejam lançadas em todo o mundo, tanto em economias emergentes quanto em economias desenvolvidas.

De acordo com o relatório, 60% dos bancos centrais pesquisados afirmaram que o surgimento e a proliferação de stablecoins e outros criptoativos aceleraram seus trabalhos em relação às CBDCs.

Efeito da turbulência

No entanto, isso não significa que o conturbado ciclo de notícias relacionadas às criptomoedas no último ano tenha convencido todas as entidades financeiras centrais da necessidade de uma moeda digital respaldada pelo Estado.

Embora 93% de todos os bancos centrais estejam investigando as CBDCs em alguma de suas capacidades, um número crescente desses bancos indicou com maior certeza que não pretendem emitir uma moeda digital em um futuro próximo.

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“Uma clara divergência surgiu: em comparação com o ano passado, alguns bancos centrais se tornaram mais propensos a emitir uma CBDC nos próximos três anos, enquanto outros indicaram ser menos propensos a fazê-lo”, diz o relatório.

O grupo de país que aparentemente ainda não tomou uma decisão inclui os EUA.

No mês passado, um oficial do Tesouro americano revelou que o departamento “ainda não determinou se irá seguir com o projeto do dólar digital” – a CBDC americana.

Em maio, o estado da Flórida proibiu as CBDCs, ridicularizando a inovação como o “dólar digital do Big Brother”.

*Traduzido e editado com autorização do Decrypt.