Donald Trump queria banir o Bitcoin durante sua presidência, mas o ex-secretário do Tesouro dos EUA, Steve Mnuchin, o impediu, afirma um executivo da Block Inc.
“Trump tentou banir o Bitcoin em 2020, até que Steve Mnuchin e um grupo de pessoas no governo diminuíram seus desejos, para preservar a competitividade e a inovação norte-americanas”, publicou Mike Brock, parte da equipe principal de liderança da empresa de tecnologia financeira Block, no X. “Fui convidado para a reunião. E sim, estou violando a confidencialidade dessas conversas.”
“Você está sugerindo que as pessoas não podem mudar de opinião?”, respondeu um usuário do X. “Trump não acredita em nada além de si mesmo” Brock respondeu.
Em outra postagem no X, Brock acrescentou que Trump não se importa com o Bitcoin, argumentando que o candidato à presidência “avaliou um grupo de pessoas que ele viu como uma vitória fácil para angariar fundos e conquistar seu eleitorado”.
Ele acrescentou que, se Trump vencesse a próxima eleição, ele “começaria imediatamente o processo de fazer com eles o que ele fez com todos os outros eleitores que ele cortejou: abandoná-los totalmente.”
Quem é Mike Brock?
Brock trabalha na Block Inc. (antiga Square) desde 2013, e tornou-se líder de desenvolvimento estratégico focado no serviço de pagamento Cash App em 2017 até 2021. Durante esses quatro anos, ele também ajudou no trabalho regulatório e jurídico. Depois disso, ele se tornou o líder e diretor executivo da mais recente unidade de negócios da Block, a TBD — uma empresa financeira descentralizada.
Brock ainda não respondeu ao pedido do Decrypt para comentar sua afirmação sobre Trump. Também não houve resposta imediata do Departamento do Tesouro dos EUA ou de Mnuchin para confirmar que Brock participou de uma reunião com funcionários da Casa Branca em 2020.
Até o momento, o executivo da Block Inc. doou US$ 22.250 para comitês de ação política que apoiam o presidente Joe Biden ou os Democratas. A mais recente foi uma doação de US$ 2 mil no mês passado para o Biden Victory Fund. Mas ele também fez uma doação de US$ 2.752,54 para o comitê conservador WinRed, que destinou o dinheiro para o Chris Christie for President, Inc. Christie lançou sua campanha em junho passado, mas a retirou em janeiro.
Cripto e política
As afirmações de Brock ocorrem em meio ao discurso político de todo o setor, depois que o cofundador do Ethereum, Vitalik Buterin, alertou os eleitores sobre o apoio a candidatos “pró-cripto” que podem estar fazendo promessas superficiais.
“Se você vir um político sendo amigável às criptomoedas, uma coisa que você pode fazer é pesquisar suas opiniões sobre as próprias criptomoedas há cinco anos”, diz o blog post. “Ser amigável às criptomoedas agora não significa ser amigável às criptomoedas daqui a cinco anos.”
Enquanto esteve no cargo, de 2017 até o início de 2021, Trump publicou que “não é fã” do Bitcoin e de outras criptomoedas. Ele também disse que elas “não são dinheiro”. Posteriormente, quando deixou o cargo, ele intensificou as críticas dizendo que “o Bitcoin parece ser uma fraude”, ao mesmo tempo em que reforçou as afirmações anteriores de que o dólar deveria ser a única moeda usada nos EUA.
No entanto, ao entrar na atual corrida presidencial, a posição de Trump em relação às criptomoedas foi suavizada e rapidamente revertida.
“As criptomoedas estão saindo dos EUA por causa da hostilidade em relação às criptomoedas”, disse Trump, em um evento de NFTs em seu resort Mar-a-Lago, na Flórida. “Vamos impedir isso porque eu não quero isso — se vamos abraçá-las, temos que deixá-las estar aqui.”
Mais recentemente, em um esboço de plataforma partidária, o Partido Republicano delineou planos para acabar com a repressão “antiamericana” às criptomoedas. Isso levou muitos no setor a ver Trump como o candidato pró-cripto, com alguns eleitores dizendo que escolherão Trump em vez de Biden por causa de sua postura em relação aos criptoativos.
*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.
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