Trader que manipulou corretora DeFi perde milhões ao tentar nova manobra contra plataforma Aave

Avraham Eisenberg, o hacker por trás da manipulação de US$ 100 milhões na Mango Markets, não conseguiu repetir manobra financeira
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Um conhecido trader cripto, que se vangloriou no mês passado por ganhar mais de US$ 100 milhões em uma manobra controversa de manipulação de preços, perdeu milhões de dólares na terça-feira (22) em uma tentativa de exploração semelhante que saiu pela culatra.

Avraham Eisenberg, o trader por trás do hack da corretora DeFi Mango Markets em outubro, pegou emprestado 40 milhões de tokens curve (CRV) da plataforma de empréstimo descentralizada Aave, de acordo com dados on-chain.

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A ação drástica fez parte de um esquema para vender os tokens, despencar o valor do CRV como resultado e conseguir milhões de dólares em posições de venda do token—deixando a Aave sobrecarregada com uma enorme quantidade de inadimplência. 

No entanto, a tática não funcionou como ele esperava. O preço do CRV caiu na terça-feira de US$ 0,53 para US$ 0,41, mas depois se recuperou rapidamente, chegando a US$ 0,71. Enquanto esta reportagem era escrita, o CRV subiu 31% nas últimas 24 horas para US$ 0,67, de acordo com dados da CoinGecko.

Semanas atrás, Eisenberg delineou publicamente um plano para manipular uma brecha nas políticas de empréstimos da Aave, o qual teoricamente permitiria que o esquema fosse bem-sucedido.

I’ve been advised aave is perfectly safe so here’s the potential trading strategy. Not financial or legal advice, but if you do make 9 figures on this feel free to send a tip

Note that starting with more initial capital increases success odds and profit percentage pic.twitter.com/HKAF7Y5ogM

— Avraham Eisenberg (@avi_eisen) October 19, 2022

No entanto, nas semanas seguintes, nem a Aave nem a Gauntlet—a plataforma de Modelação Financeira utilizada pela Aave—tomaram medidas cautelares para evitar que ocorresse um exploit como o que o Eisenberg delineou. 

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Na tarde de terça-feira, depois que a estratégia de venda de Eisenberg não teve sucesso, a Gauntlet soltou uma declaração para esclarecer que a Aave havia emergido do incidente relativamente ilesa. 

“A tentativa de espremer o CRV na Aave foi malsucedida e não lucrativa”, twittou a Gauntlet. “Apesar disso, a Aave acumulou uma posição insolvente muito menor.”

The attempt to squeeze CRV on @AaveAave has been unsuccessful and unprofitable. Despite this Aave has accrued a much smaller insolvent position

Our immediate recommendation is to freeze a number of tail assets on v2 to mitigate the risks of similar, likely unprofitable, squeezes

— Gauntlet (@gauntletnetwork) November 22, 2022

Essa insolvência menor equivale a US$ 1,6 milhão em inadimplência para o lado da Aave, de acordo com dados da blockchain analisados pela Blockanalitica—um montante que poderia ter sido muito maior se o ataque de Eisenberg tivesse sido bem-sucedido.

Em uma resposta para um tweet excluído desde então, a Gauntlet anunciou que ajudaria a cobrir a perda de US$ 1,6 milhão como parte de seu programa de reembolso de insolvência, que se compromete a cobrir as perdas incorridas por clientes como as que aconteceram com a Aave devido à falhas nas “Otimizações de Parâmetros de Risco” da Gauntlet.” 

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Contra a manipulação

Horas após o fracasso da manobra CRV de Eisnberg, uma proposta de governança para a Aave foi elaborada, a fim de evitar que um esquema semelhante manipulasse outras criptomoedas na plataforma no futuro. 

Alguns membros do Aave DAO reagiram negativamente à proposta. 

“Antes tarde do que nunca, não é?”, um membro escreveu. “A Gauntlet deveria ter feito essa proposta muito antes do Avi puxar o gatilho. O que estavam fazendo esse tempo todo enquanto o Avi se gabava da sua tentativa de explorar economicamente a AAVE?”

Ataque contra Mango

No mês passado, quando Eisenberg conseguiu mais de US$ 100 milhões da Mango Markets, com base em Solana, por meio de uma manipulação de preços do oráculo da plataforma, a Mango DAO concordou em renunciar a qualquer acusação criminal contra o trader—se ele devolvesse US$ 67 milhões dos fundos roubados para ajudar a organização a cobrir sua inadimplência. 

Eisenberg concordou com o acordo; no dia seguinte, ele se apresentou como o trader por trás da manobra, chamando o evento, amplamente considerado como um hack, uma “estratégia de negociação altamente rentável.” 

Ele não respondeu imediatamente a um pedido de comentários sobre os eventos de terça-feira ao Decrypt.

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.

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