Homem guardando bolo de dólares no bolso interno do paletó
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Um trader de criptomoedas obteve mais de US$ 100 mil (cerca de R$ 550 mil) em lucro depois de comprar um token minutos antes de ser listado na corretora Binance, de acordo com a plataforma de análise on-chain Lookonchain, que acredita se tratar da ação de um investidor experiente. O trader não foi identificado.

O trader comprou US$ 208.335 em tokens Gains Network (GNS) apenas 30 minutos antes de a Binance listá-lo em sua plataforma global. O GNS subiu cerca de 51% logo após a listagem — de US$ 7,92 para US$ 12,01. O trader então descarregou sua posição no GNS, obtendo um lucro de US$ 106.747 (R$ 551 mil) em menos de uma hora.

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A Lookonchain se referiu ao trade excepcionalmente cronometrado, talvez de forma atrevida, como faz um “smart money”, geralmente trader institucional. No entanto, se as tendências recentes indicam alguma coisa, sua esperteza pode não ter nada a ver com isso.

No ano passado, várias das principais exchanges de criptomoedas foram investigadas por supostos — e, em alguns casos, confirmados — casos de front-running: a prática de traders, armados com informações privilegiadas, sustentando grandes posições de tokens que, em tese, certamente aumentaria de preço.

No início deste mês, Ishan Wahi, ex-gerente de produtos da Coinbase, se declarou culpado de participar de um esquema de negociação com informações privilegiadas que lhe rendeu US$ 1,1 milhão em lucros. O caso foi descrito pelos promotores federais como o primeiro caso de insider trading envolvendo criptomoedas. 

Quando as acusações contra Wahi foram anunciadas pela primeira vez em julho, o CEO da Binance, Changpeng Zhao, condenou as ações do funcionário da Coinbase.

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“Cripto ou não, regulamentado ou não, insider trading e front running devem ser crimes em qualquer país”, disse Zhao.

Mas a própria Binance pode não ser imune a tais práticas. 

No final do mês passado, Conor Grogan, chefe de produto da Coinbase, alegou inúmeros casos ocorridos nos últimos 18 meses de carteiras adquirindo tokens de forma consistente momentos antes de serem listados na Binance, culminando em lucros de milhões de dólares.

Identificado nessas alegações, e em uma história relacionada ao The Wall Street Journal, estava o mesmo endereço de carteira que lucrou com a listagem do GNS de hoje.

Em outras palavras, quem executou a negociação questionável de hoje o fez com sua carteira já à vista do público, o que indica a realidade de quão difícil pode ser impedir tais façanhas, se elas forem de fato baseadas em informações privilegiadas. 

A Binance alega que institui uma política autônoma de impedir que os funcionários negociem por curtos períodos. Mas Wahi, da Coinbase, por exemplo, passou informações privilegiadas sobre tokens prestes a serem listados para seu irmão — uma prática não proibida tecnicamente pelas políticas internas da Binance. 

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A Binance não respondeu ao pedido do Decrypt para comentar o assunto. 

Ao contrário da Coinbase, com sede nos Estados Unidos, muitas exchanges de criptomoedas, incluindo a Binance, conduzem a maior parte de seus negócios globais fora da jurisdição dos reguladores americanos.

*Traduzido pelo Portal do Bitcoin com autorização do Decrypt.

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