Existem diversos tipos de fundo de investimento. Muitos deles, por possibilitarem aportes acessíveis, atraem a atenção de diversos investidores – inclusive os iniciantes. Por outro lado, há possibilidades mais complexas, voltadas aos investidores experientes, como é o caso do Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), voltado aos direitos de créditos.
Eles representam fundos detidos por uma ou várias empresas. Ao serem adquiridos, passam à condição de credores da empresa, exercendo todos os direitos que lhes competem, como acompanhar garantias e exigir pagamentos em taxas de juros. Dentro desse universo mais qualificado de investimentos, vemos a chegada da tokenização como promessa de revolucionar o segmento. Ele segue transformando o mercado financeiro e, agora, são os modelos tradicionais que precisam se adaptar para caber nessa nova realidade.
Os sistemas de gestão atuais não agradam mais os investidores, seja pelo excesso de regulação do nicho bancário, os altos custos impostos ou o crescimento dos ataques cibernéticos, que colocam em xeque a confiança nas arquiteturas de segurança dos custodiantes.
Para transformar essa realidade, a terceirização da gestão vem se tornando um segmento de vital importância no mercado financeiro global, pois responde por grande parte da movimentação de ativos nas economias. Estima-se que ela atinja quase US$ 150 trilhões em negócios em 2025.
Tokenizar ativos e direitos é realidade em diversos setores do mercado, como imobiliário, agronegócio e até em clubes de futebol. Neste sentido, negociar cotas de fundos creditórios tokenizados é uma evolução natural, que torna os produtos financeiros cada vez mais transparentes, ágeis e seguros, já que o mercado não tem mais dúvidas quanto aos impactos das tecnologias disruptivas.
No modelo atual, os dados do fundo ficam concentrados em um servidor da instituição financeira e dependentes das políticas de segurança dela. No uso de token, as movimentações – vendas de cotas, resgates, remunerações – devem ser validadas por todos os computadores.
Já a tokenização é hospedada em uma blockchain, um ecossistema composto de enorme quantidade de computadores com alta capacidade de processamento. E cada um mantém uma cópia exata da posição do fundo. Com isso, cada operação é criptografada e inserida em uma cadeia de dados com identificações únicas. Essa arquitetura digital impede ataques virtuais e fraudes.
A operação é revolucionária e chega para realizar captações mais rápidas, em especial de ativos que não possuem lastro em valores mobiliários regulados pela CVM, já que reduz os intermediários e agiliza as atividades. Também é um investimento sem fronteiras, pois o mercado cripto funciona full time e permite que pessoas de todo o mundo possam operar, independentemente de tempo e espaço.
Hoje, existem empresas especializadas em atender a essas demandas e apoiar o grande volume de operações desses fundos por meio de plataformas inovadoras, que garantem respostas precisas na governança das atividades. A tokenização dos fundos de recebíveis traz uma transformação importante para o produto, tanto para quem oferta quanto para quem deseja comprar token de cota de FIDC, aumentando a atratividade.
O mercado se transforma pelas novas maneiras de realizar investimentos e negócios, caminhando cada vez mais ao lado da modernidade. A evolução é certa, portanto aqueles que se adaptarem à novas possibilidade vão sair na frente da concorrência!
Sobre o autor
Cássio Krupinsk é CEO da BLOCKBR