A análise minuciosa, a estruturação veloz e os canais de venda que atendem ao apetite dos investidores são os fatores que estão levando empresas a adotarem o Real World Assets (RWA) ou a tokenização para garantir funding para seus projetos de geração distribuída de energia (GD).
O segmento, no qual a produção de energia ocorre próxima ou mesmo no local de consumo, deve exigir aportes de R$ 10 bilhões até o fim do ano que vem, de acordo com especialistas do setor. A busca por eficiência energética e a preocupação crescente com a sustentabilidade estão entre os principais impulsionadores do negócio. Mais de 90% da energia GD é fotovoltaica (solar).
É o caso da Bolt Energy, uma das principais comercializadoras independentes do país, que já emitiu R$ 24 milhões em tokens de Renda Fixa Digital (RFD) por meio do MB Corporate, divisão do Mercado Bitcoin (MB) de realização de ofertas tokenizadas.
Os recursos captados em seis emissões, cuja garantia são os contratos de comercialização de energia, deram fôlego para a empresa avançar em novas frentes de negócio, de acordo com Clayton Rossi, Head de Finanças da Bolt Energy.
“Conseguimos ampliar nossos horizontes com a exportação de energia ao Uruguai. Com a abertura do mercado livre, precisamos investir em equipe, sistemas, sede (…) para cumprir a missão de entregar energia renovável a 7 mil clientes, e as captações foram fundamentais para essa nova unidade de negócios”, disse. A Bolt foi a primeira empresa de energia a tokenizar seus ativos no MB, em 2022.
O custo de estruturação mais acessível foi mencionado por Tiago Fontanesi, CFO da Safira Energia, como uma das principais vantagens ao optar pela tokenização para levantar recursos.
A empresa, que se destaca na inteligência de mercado, comercialização e consultoria em energia elétrica, baseada no conceito de Energy as a Service (EaaS), já realizou duas ofertas por meio do MB de Renda Fixa Digital (RFD), que totalizaram R$ 20 milhões.
“Fazer ofertas pelo trâmite do mercado tradicional é muito caro, pois há a taxa de auditoria, do banco, do assessor, do canal de distribuição… Os custos vão se empilhando e a conta final não fecha”, observa o executivo. “Com o MB, é possível democratizar as ofertas e conseguimos oferecer mais retorno para quem vai comprar os tokens, uma vez que todo o processo, da estruturação à venda, é feito pelo próprio MB.”
Daniel de Jesus, CEO da Fist Energy, provedora de soluções de energia fotovoltaica, ressaltou a flexibilidade do MB para encontrar a solução de funding para a conclusão de uma usina de energia solar, que, ainda em construção, será capaz de produzir e distribuir 100% da energia captada por meio de placas solares, gerando dividendos mensais aos investidores do token.
Esse modelo de remuneração, por meio de equity, inaugurou no MB a categoria de Renda Variável Digital (RVD), e levantou em tempo recorde os R$ 400 mil necessários para o andamento das obras. “A descentralização da produção e distribuição de energia por meio das GDs será uma tendência cada vez mais forte. Hoje é um completo greenfield, e há um espaço gigantesco para crescer”, afirmou o executivo.
Clayton Rossi, Tiago Fontanesi e Daniel de Jesus participaram do Digital Horizons, série de conversas promovida pelo Portal do Bitcoin em parceria com o Mercado Bitcoin e Distrito. Para conhecer mais sobre as soluções de funding por meio da tokenização de ativos, clique aqui.