A Tether Holdings Limited, empresa por trás da maior stablecoin do mundo, USDT, relatou um lucro de US$ 5,2 bilhões (R$ 29,4 bilhões) no primeiro semestre de 2024, de acordo com seu último relatório trimestral.
Esse é um lucro recorde para a Tether, de acordo com a empresa, que afirma manter reservas para seus tokens totalizando US$ 118,4 bilhões, com passivos de US$ 113,1 bilhões. E apesar do que parece ser uma discrepância em suas participações de Bitcoin relatadas, os resultados — fornecidos pela empresa de contabilidade global BDO — podem ser uma surpresa para os céticos da empresa, que há muito apontam para questões relacionadas às reservas da Tether e problemas com reguladores.
“Com os resultados do segundo trimestre de 2024, a Tether demonstrou mais uma vez seu compromisso inabalável com a transparência, estabilidade, liquidez e gestão de risco responsável”, disse o CEO da Tether, Paolo Ardoino, em um comunicado.
A Tether informou que suas participações diretas e indiretas em títulos do Tesouro dos EUA aumentaram para US$ 97,6 bilhões, ante US$ 90 bilhões no último trimestre. Esse número ultrapassa as participações do Tesouro de vários países, observou a Tether em sua declaração. Durante o segundo trimestre de 2024, a Tether emitiu US$ 8,3 bilhões em tokens USDT e relatou US$ 5,3 bilhões em reservas excedentes.
O patrimônio líquido consolidado da empresa era de US$ 11,9 bilhões em 30 de junho de 2024, incluindo perdas não realizadas com quedas no preço do Bitcoin e ganhos com investimentos em ouro.
No entanto, o relatório levantou questões sobre as participações da Tether em Bitcoin.
Os dados mostram que a Tether detinha 75.354 BTC no segundo trimestre de 2024, a mesma quantia relatada no primeiro trimestre, conforme observado no X pelo atento Matt Ahlborg, proprietário da PayPerQ. Isso quebra um padrão de compras consistentes de Bitcoin pela Tether em trimestres anteriores. Além do mais, parece contradizer uma declaração de Ardoino no Twitter, que disse que a empresa agora detém 80.000 BTC.
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Essa discrepância entre o relatório e a declaração de Ardoino levou a especulações sobre possíveis erros no documento ou uma falha de comunicação. O endereço da carteira Bitcoin divulgado publicamente pela Tether mostra participações de 75.354 BTC, consistente com os dados do primeiro trimestre e inalterado desde março. Ardoino não respondeu imediatamente ao pedido de comentário.
As polêmicas da Tether
No entanto, o desempenho financeiro da empresa contrasta com a história tumultuada da empresa e o ceticismo generalizado sobre sua estabilidade. Por anos, a Tether esteve no centro da controvérsia no mundo das criptomoedas.
Em 2021, a empresa e sua empresa irmã Bitfinex fizeram um acordo de US$ 18,5 milhões com o gabinete do procurador-geral de Nova York por alegações de declarações falsas sobre a reserva da USDT. Este acordo, juntamente com os debates em andamento sobre a auditabilidade total das reservas da Tether, mantiveram a empresa sob intenso escrutínio.
O ceticismo em torno da Tether atingiu um ponto crítico em 2022 após os colapsos da exchange de criptomoedas FTX e do projeto stablecoin Terra. Muitos observadores e críticos da indústria previram que a Tether seria o próximo dominó a cair no que parecia ser uma cascata de falhas de criptomoedas.
Com base em seus relatórios financeiros recentes, no entanto, a Tether não apenas sobreviveu, mas parece estar prosperando.
*Traduzido com autorização do Decrypt.
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