Startup paga em bitcoin para escanear olhos de pessoas em projeto global de biometria

Ideia é formar um banco de dados global em blockchain com código único para cada pessoa
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Foto: Shutterstock

A startup americana Worldcoin promete distribuir criptomoedas de graça para quem emprestar suas íris para serem escaneadas para um grande banco de dados global. Para realizar o plano, a empresa conta com o apoio da Andreessen Horowitz, Coinbase Ventures, e do fundador do LinkedIn, Reid Hoffman, e já arrecadou cerca de US$ 25 milhões. Enquanto a criptomoeda do projeto não está pronta para distribuição, a equipe tem distribuído bitcoin a voluntários.

Detalhes sobre o projeto foram contados ao Bloomberg na terça-feira (29) pelo consultor da Worldcoin, Sam Altman, ex-chefe da incubadora do Vale do Silício, Y Combinator. Segundo ele, a startup botou em prática um dispositivo baseado em blockchain que faz a varredura da íris dos olhos de uma pessoa e cria um código identificador único por meio do perfil biométrico.

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É nesse arquivo que a empresa ‘está de olho’, pois a intenção é tornar equitativa a distribuição de uma criptomoeda que ainda está sendo desenvolvida.

“Estou muito interessado em coisas como renda básica universal e o que vai acontecer com a redistribuição global da riqueza e como podemos fazer isso melhor. Existe uma maneira de usarmos a tecnologia para fazer isso em escala global?”, disse Altman ao Bloomberg, que descobriu o plano que ainda roda discretamente — nem mesmo o site da Worldcoin está pronto.

À frente do projeto estão Alexander Blania, um ex-aluno de física do Instituto de Tecnologia da Califórnia, Max Novendstern, ex-Bridgewater Associates — empresa de investimentos de Ray Dalio — , além de Altman, que apesar de confundar a Worldcoin, não tem papel operacional na startup.

“A Worldcoin ainda está se preparando para uma apresentação formal, mas, por enquanto, a startup está avaliando o que pode demorar para um dia levar criptomoeda para o máximo de pessoas possível”, disse Blania o jornal, acrescentando que “muitas pessoas em todo o mundo ainda não têm acesso aos sistemas financeiros e as criptomoedas dão oportunidade de nos levar até lá”.

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Bitcoin em troca do escanemento de íris

Blania ainda deu detalhes do dispositivo que irá fazer o escaneamento de íris. Trata-se de um dispositivo esférico prateado do tamanho de uma bola de basquete. Segundo ele, a startup já começou a testar o equipamento em pequena escala em várias cidades. Sobre a criptomoeda que será distribuída, disse:

“A moeda Worldcoin ainda não está pronta para distribuição, então a empresa está oferecendo aos voluntários outros tipos de moedas digitais, principalmente bitcoin, em troca de escanear seus olhos e dar feedback sobre o processo”.

A quantidade de criptomoeda que está sendo paga a voluntários não foi divulgada. O Bloomberg ainda conferiu com Blania que uma criptomoeda de mesmo nome listada no CoinMarketCap não tem nada a ver com o projeto da Worldcoin.