várias criptomoedas stablecoins sob uma mesa
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O valor do mercado de stablecoins pode saltar e valer entre US$ 5 trilhões e US$ 10 trilhões em 10 anos, impulsionado pelo crescimento da participação do dinheiro digital no sistema financeiro global, disse Jeremy Allaire, CEO da Circle, em entrevista ao CoinDesk.

Segundo ele, as stablecoins devem capturar uma fatia de 5% a 10% de uma oferta monetária global de US$ 100 trilhões na próxima década, à medida que a tecnologia se espalha como inovações anteriores baseadas na Internet, como streaming de vídeo e compras online.

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“Estamos nos estágios iniciais da adoção de stablecoins, mas nos próximos 10, 20 anos, essa tecnologia fará parte do sistema financeiro global”, disse ele. Atualmente, todas as stablecoins juntas têm uma capitalização de mercado de cerca de US$ 170 bilhões.

Stablecoins são moedas digitais que têm seu valor atrelado a algum ativo, como dólar, euro, ouro, entre outros. Por terem paridade com essas grandes moedas e permitirem operações rápidas e seguras, as stablecoins têm tido cada vez mais adoção ao redor do mundo.

O token USDC da Circle é a segunda maior stablecoin do mercado, com uma capitalização de US$ 35 bilhões e seis anos desde que foi lançada junto a exchange Coinbase. Seu maior rival, o USDT da Tether, tem uma capitalização de mercado de US$ 120 bilhões.

Alguns especialistas afirmam que a Tether ganhou força por focar em regiões emergentes onde o acesso ao dólar é limitado, em comparação ao foco da Circle em mercados desenvolvidos e fortemente regulamentados, como os EUA e a União Europeia.

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Allaire, no entanto, disse que vê um crescimento substancial do uso do USDC em mercados emergentes como América Latina e Sudeste Asiático, especialmente entre empresas de fintech que atendem empresas e famílias locais.

Um exemplo da crescente adoção do USDC como um meio de pagamento é a Stripe, fintech sediada nos EUA, que reintroduziu transações com a stablecoin para comerciantes em outubro. Nas primeiras 24 horas, usuários de 70 países escolheram as opções de pagamento USDC, postou no X a gerente de produtos da Stripe, Jennifer Lee.

“Há uma nova [empresa] toda semana que usa USDC, e eles nem precisam fazer acordos conosco para construir e usar os produtos da Circle”, disse Allaire. “A beleza do que construímos é que é uma infraestrutura aberta e pública para dólares digitais na internet.”

Todos querem sua própria stablecoin

Nos últimos meses a corrida sobre as stablecoins acelerou bastante, com diversas empresas lançando seus próprios tokens ou rumores de que poderiam anunciar algo em breve.

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A Ripple, por exemplo, se prepara para lançar a stablecoin RLUSD, apenas aguardando a aprovação do Departamento de Serviços Financeiros de Nova York, que foi a jurisdição escolhida para o lançamento da stablecoin.

Em entrevista concedida este mês ao Portal do Bitcoin, o CEO da Ripple, Brad Garlinghouse, disse que a stablecoin estará no mercado “muito em breve”, sem confirmar datas.

“Estamos prontos operacionalmente e fazendo todos os tipos de testes com nossas exchanges parcerias. Estamos aqui. Mas não iremos ao ar até que os reguladores digam que está tudo certo”, declarou.

Já em setembro, a BitGo anunciou sua moeda atrelada ao dólar. Apelidada de USDS, a moeda priorizará “justiça, transparência e neutralidade de mercado”, disse a empresa em comunicado. O USDS estará disponível em janeiro de 2025 com a promessa de recompensas aos usuários.

Na mesma semana, notícias surgiram de que a Revolut também quer lançar sua stablecoin. Neste caso, porém, o ativo provavelmente não estará disponível nos EUA. Isso porque a empresa encerrou os serviços de criptomoeda no país há quase um ano devido a desafios regulatórios. Portanto, não está claro ainda se a stablecoin da Revolut seria atrelada ao dólar ou à libra esterlina.

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Enquanto isso, há cerca de um mês, a Bloomberg noticiou de que a Robinhood planeja lançar sua própria criptomoeda atrelada a ativos estáveis. Apesar disso, e sem contestar a possibilidade, um porta-voz da empresa disse ao portal de notícias que não há “planos iminentes” para emitir uma stablecoin.

Já aqui no Brasil, no início de outubro BitsoFoxbitMercado Bitcoin (MB) e Cainvest, anunciaram a criação de um consórcio para lançar a BRL1, uma stablecoin pareada ao real, nas principais redes.

O novo criptoativo estará disponível nas exchanges ainda este ano, com o objetivo de facilitar as transações entre as plataformas da aliança e proporcionar uma experiência mais rápida e fluida para seus clientes.

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