A senadora Elizabeth Warren tem como alvo a empresa nova-iorquina de mineração de bitcoin (BTC) Greenidge Generation, segundo a Bloomberg.
A senadora escreveu uma carta a Jeff Kirt, CEO da Greenidge, demonstrando preocupação sobre o impacto da empresa no meio ambiente.
“Dado o extraordinário alto uso de energia e emissões de carbono relacionados à mineração de bitcoin, as operações de mineração na Greenidge e outras usinas geram preocupações sobre seus impactos no meio ambiente global, no ecossistema local e nos custos pelo consumo de eletricidade”, escreveu Warren.
Em um e-mail enviado à Bloomberg, Warren acrescentou que “precisamos entender melhor quanta energia estabelecimentos como a Greendidge estão usando, quanto estão emitindo ao meio ambiente e qual impacto estão tendo nos preços de eletricidade para consumidores americanos”.
Esta não foi a primeira vez que Warren teve a indústria de mineração de bitcoin como alvo por conta de seu impacto negativo no meio ambiente.
Senadora Warren vs. bitcoin
Recentemente, Warren apareceu no canal americano CNBC para discutir o impacto ambiental da indústria cripto.
“O bitcoin exige tanta atividade computacional que consome mais energia do que muitos países. Uma das coisas mais fáceis e menos danosas que podemos fazer para combater a Crise Climática é reprimir criptomoedas que geram desperdício ambiental”, tuitou Warren na época.
A mineração de bitcoin de fato exige uma tremenda quantia de consumo de energia.
De acordo com a Universidade de Cambridge, atualmente, o bitcoin consome aproximadamente 112 terawatts/hora de eletricidade anualmente. Isso significa que se o bitcoin fosse um país, consumiria mais energia do que grande parte dos países.
Por outro lado, isso significa que a rede Bitcoin produz uma elevada quantia de emissões de gás estufa, equivalente a bilhões de quilos de carvão queimado ou ao consumo médio de eletricidade por milhões de pessoas todo ano.
Como a Greenidge se encaixa nessa estimativa?
Greenidge Generation está na linha de frente da controvérsia ambiental há meses.
Na fonte dos problemas da Greenidge está o fato de que usa um fornecimento de gás natural para criar a eletricidade necessária para minerar bitcoin.
Gás natural não é tão danoso quanto carvão, mas ainda é um combustível fóssil e, assim, menos favorável ao meio ambiente do que outras fontes renováveis de energia.
Como consequência, a Greenidge gerou a ira de ambientalistas em Nova York.
“Não é benéfico ao meio ambiente. Eu não acho que queimar gás natural 24 horas/dia em uma usina elétrica que estava fechada, exceto por alguns dias no verão ou inverno, seja complacente com alvos de redução de emissões de gás estufa em lugar algum”, afirmou Many Rose, advogada e vice-diretora do Earth Justice, anteriormente ao Decrypt.
E agora?
Greenidge está enfrentando uma batalha para renovar sua licença Title V com o Departamento de Conservação Ambiental no estado de Nova York. Essa licença especifica as emissões máximas e legais que o estabelecimento está legalmente permitido de gerar.
Em 25 de março, a Greenidge enviou um pacote de documentos em apoio à renovação de sua solicitação.
Esse pacote contém uma carta (conferida pelo Decrypt) que mostrou que o estabelecimento tem permissão de emitir até 641 mil toneladas equivalentes de dióxido de carbono por ano.
Para fins de contexto, a calculadora de emissões de carbono da Agência de Proteção Ambiental sugere que as emissões máximas legais da empresa totalizam cerca de 321 milhões de quilos de carvão queimado, o consumo médio de eletricidade de 116 milhares de casas por ano ou 257 milhões de quilômetros percorridos por um veículo de passageiros.
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização de Decrypt.co.