Sebastião Salgado, um dos maiores fotógrafos no Brasil e no mundo, anunciou sua entrada no setor dos tokens não fungíveis (NFT) com o lançamento de uma coleção exclusiva de fotografias da Amazônia.
Na próxima quarta-feira (12), os investidores terão a chance de mintar — termo que significa criar novos tokens por meio de contratos inteligentes — um NFT da coleção limitada na plataforma da Sotheby’s, uma das casas de leilões mais importantes do mundo.
Para esse trabalho classificado pela Sotheby’s como “a coleção mais significativa de NFTs de um fotógrafo vivo”, Salgado selecionou cinco mil fotografias que retratam as comunidades indígenas do Brasil, seus costumes, além de diferentes paisagens da Amazônia, fotografadas por ele em mais de 60 viagens feitas à região ao longo de sua carreira.
Essas fotografias que compõem a coleção “Amazônia” foram exibidas em exposições presenciais em São Paulo e Rio de Janeiro, como passagem em museus de Londres, Roma e Paris.
Essa coleção de NFTs de Salgado passou por uma curadoria de cinco meses e as imagens selecionadas foram divididas em dez categorias que representam as diferentes aldeias e regiões da Amazônia.
A venda dos NFTs da coleção será feita às cegas. Três dias após o mint, a fotografia sorteada para o comprador será revelada.
Cada NFT será vendido pelo preço fixo de US$ 250 (cerca de R$ 1,3 mil), valores que serão destinados ao Instituto Terra, uma ONG de conservação e reflorestamento da mata atlântica que o fotógrafo criou com sua esposa, Lélia Wanick Salgado, na região do Vale do Rio Doce (MG).
“A Amazônia evoca maravilha e, para a maioria das pessoas, o desejo de protegê-la e seus habitantes nativos do desmatamento, incêndios, extração ilegal de madeira e mineração e doenças ‘importadas’. Passar um tempo na floresta, sobretudo na companhia de indígenas, é vivenciá-la ainda de outra forma”, conta Salgado na página da coleção.
NFTs mais verdes
NFTs são tokens criados em blockchain que comprovam a propriedade de um item no ambiente digital, sejam obras de arte, músicas, e neste caso, fotografias.
O suposto impacto ambiental da tecnologia que sustenta os NFTs e que provém das criptomoedas, manteve afastado alguns artistas do setor, mas esse problema parece estar ficando para trás.
A coleção de Sebastião Salgado, por exemplo, foi criada no Ethereum, uma blockchain que no mês passado passou por uma importante atualização que derrubou em mais de 99% o uso de energia necessária para validar transações na rede, bem como criar e negociar NFTs.
“Para destacar o compromisso de Sebastião Salgado com a conversa ambiental, a Sotheby’s apresentará a primeira coleção NFT do artista de suas extraordinárias fotografias na recém-atualizada blockchain Ethereum”, ressalta o anúncio da Sotheby’s.
A casa de leilões faz questão de destacar que a pegada de eletricidade de toda a rede do Ethereum, após a atualização de setembro, passou a ser inferior a 85 MW, o equivalente ao uso de energia em aproximadamente 2,1 mil casas dos EUA.
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