Sam Bankman-Fried é preso nas Bahamas por colapso da FTX

A prisão do fundador da FTX aconteceu após pedido das autoridades norte-americanas; a expectativa é que SBF volte para os EUA para ser julgado pelos possíveis crimes que cometeu
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Sam Bankman-Fried (Foto: Reprodução/YouTube)

Sam Bankman-Fried, o fundador da corretora de criptomoedas FTX, foi preso nas Bahamas nesta segunda-feira (12), de acordo com comunicado à imprensa da Força Policial Real das Bahamas.

A nota afirma que a prisão aconteceu depois que autoridades norte-americanas apresentaram acusações criminais contra Bankman-Fried. Agora o esperado é que o empresário seja extraditado em breve para os EUA, seu país natal.

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O procurador-geral das Bahamas, Ryan Pinder, disse que os Estados Unidos apresentaram acusações criminais não especificadas contra Bankman-Fried e “provavelmente solicitarão sua extradição”.

A nota completa sobre a prisão de SBF pode ser lida abaixo:

Em um trecho da nota, o primeiro-ministro das Bahamas, Philip Davis, diz que “as Bahamas e os Estados Unidos têm um interesse comum em responsabilizar todos os indivíduos associados à FTX que possam ter traído a confiança pública e infringido a lei”.

“Enquanto os Estados Unidos estão buscando acusações criminais contra o SBF individualmente, as Bahamas continuarão suas próprias investigações regulatórias e criminais sobre o colapso da FTX, com a cooperação contínua de seus parceiros reguladores e policiais nos Estados Unidos e em outros lugares”, acrescentou.

Além do comunicado das autoridades das Bahamas, a prisão de SBF também foi confirmada nesta noite através de um perfil oficial do Twitter por Damian Williams, o Procurador dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York:

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“No início desta noite, as autoridades das Bahamas prenderam Samuel Bankman-Fried a pedido do governo dos EUA, com base em uma acusação selada apresentada pelo SDNY. Esperamos agir para abrir a acusação pela manhã e teremos mais a dizer nessa hora.”

USA Damian Williams: Earlier this evening, Bahamian authorities arrested Samuel Bankman-Fried at the request of the U.S. Government, based on a sealed indictment filed by the SDNY. We expect to move to unseal the indictment in the morning and will have more to say at that time.

— US Attorney SDNY (@SDNYnews) December 12, 2022

A prisão de SBF acontece um dia antes do empresário depor no Congresso dos EUA, numa audiência do Comitê de Serviços Financeiros marcada para terça-feira (13), onde SBF seria questionado por legisladores sobre o colapso da FTX.

Hoje, antes de ser preso, Bankman-Fried disse que não iria comparecer presencialmente à audiência de amanhã em Washington DC por causa do “efeito paparazzi” que sua presença causaria.

“É muito difícil para mim me mover e viajar agora porque o efeito dos paparazzi é muito grande”, disse ele na segunda-feira em entrevista concedida pela conta do Twitter Unusual Whales.

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Até então, SBF estava nas Bahamas, onde está localizada a sede da FTX. A FTX já foi uma das maiores exchanges de criptomoedas do mundo, mas entrou em ruína no que especialistas classificaram como “um dos colapsos mais abruptos e difíceis da história da América corporativa”.

A FTX faliu no início de novembro depois de usar dinheiro de clientes para fazer apostas arriscadas por meio da Alameda Research, uma segunda companhia de Sam Bankman-Fried.

Após o temor de iliquidez das empresas causarem uma “corrida bancária” por investidores, a FTX foi forçada a admitir que não possuía reservas de ativos de clientes de um para um. Isso causou o congelamento dos saques e o subsequente pedido de recuperação judicial da FTX nos EUA.

Departamento de Justiça dos EUA, a SEC e a CFTC estão investigando o colapso da FTX — mas até hoje nenhuma acusação criminal havia sido apresentada.

Agora que SBF está preso, a expectativa é que ele volte para os Estados Unidos, onde a denúncia das autoridades americanas deve ser apresentada para que o empresário seja julgado pelos possíveis crimes que cometeu.

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Entre os crimes que o fundador da FTX deve ser acusado está fraude eletrônica, conspiração de fraude eletrônica, fraude de valores mobiliários, conspiração de fraude de valores mobiliários e lavagem de dinheiro, conforme disse ao The New York Times uma pessoa com conhecimento do assunto.

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