A chegada de um novo ano representa um período de recomeço, mas também é preciso olhar para os aprendizados que o ano anterior nos trouxe. Usando esse contexto para avaliar o cenário dos criptoativos, 2023 ficou marcado pelo amadurecimento do mercado, enquanto a promessa para o ano que chega é de um novo salto expressivo no ecossistema.
O ano passado foi muito importante para desconstruir uma série de paradigmas que sempre acompanharam, até de forma errônea, o mercado cripto. Hoje já não há dúvidas quanto ao seu poderio de estabilidade e está mais do que claro que é possível integrá-las ao universo financeiro tradicional. Todos esses acenos geram uma expectativa promissora para 2024.
Essa esperança pode ser comprovada através de números. Principal ativo dentro do ecossistema cripto, o Bitcoin viu o seu valor de mercado mais do que dobrar em 2023, superando a marca dos US$ 40 mil. A situação brasileira também é animadora. Segundo dados divulgados pela Receita Federal, somente entre janeiro e julho de 2023, período em que os dados já estão consolidados, a quantidade de tokens holders no país saltou de 1,44 milhão para 4,1 milhões.
Integração com os bancos
Quando tratamos de bancos, sobretudo os tradicionais, é justificável que exista uma demora para a implementação de novos produtos e serviços, ainda mais num caso tão disruptivo e emblemático quanto as criptomoedas. No entanto, os sinais de mercado demonstram que essa preocupação está superada.
Uma das maiores provas foi dada no último mês de dezembro, quando o Itaú, uma das instituições mais tradicionais do país, anunciou que passaria a ofertar a compra e venda de criptomoedas dentro de sua plataforma. Por meio do aplicativo Íon, o banco permitirá que seus clientes façam transações à base de Bitcoin e Ether, as duas principais criptos do mercado.
Essa mudança de postura dos grandes bancos iniciada no Brasil pelo Itaú deve ser acompanhada por todas as demais instituições presentes no país.
Halving ainda mais forte
Outro evento altamente aguardado pelos investidores é o chamado halving do Bitcoin, previsto para ocorrer em abril. Nele, a quantidade de unidades da criptomoeda distribuídas aos mineradores como recompensa cai pela metade, reduzindo significativamente a oferta em circulação.
Se, devido ao histórico, este acontecimento já gera uma alta expectativa sobre a valorização do ativo, esta será a primeira vez que ele acontece aliado a um panorama tão favorável no seu entorno. Nunca tivemos tantas instituições financeiras conectadas ao mundo do Blockchain e a visibilidade do mercado em si assumiu um patamar ainda mais elevado desde o último halving há quatro anos, hoje o varejo terá acesso a compra dos ativos digitais e isso pode gerar uma injeção maciça de liquidez no mercado de cripto ativos.
Volta dos anúncios
Em 2018, o mercado cripto sofreu um baque com a proibição dos anúncios dos ativos dentro da plataforma da Google. Passados cinco anos, o principal site de buscas da internet revelou que irá voltar a aceitar as divulgações ligadas às moedas digitais a partir de janeiro.
A retomada de um espaço tão importante para a veiculação de conteúdos traz consigo um potencial fundamental para o fortalecimento do setor e a atração de novos usuários. A atualização da Google representa uma maior credibilidade geral para o mercado e é mais uma prova da crescente integração dos ativos de Blockchain dentro do cenário mainstream, trazendo esta tecnologia ainda mais próxima do público.
Sobre o Autor
*Eduardo Carvalho é CEO e cofundador da Dynasty Global AG, a primeira empresa de criptoativo no mundo a usar o mercado imobiliário como referência para emissão de tokens de pagamento. Com vasta experiência nos setores imobiliário e de tecnologia, é um dos principais especialistas em criptoativos na Europa.