Após três anos de sua estreia estrondosa, a popular série Round 6 (Squid Game) da Netflix retorna com uma segunda temporada que explora novos dramas contemporâneos da sociedade sul-coreana, reverberando também em outras partes do mundo.
Na nova temporada da série, que foi a mais assistida da história da Netflix, ganhou destaque a discussão sobre as perdas causadas por investimentos fracassados no mercado de criptomoedas.
Essa questão atua como o ponto de partida para o conflito entre quatro personagens, que apostaram todas as suas economias em uma moeda promovida por um influente youtuber chamado “MZ Coin”, que dentro do jogo assume o papel do jogador “333”.
Ele é rapidamente identificado por dois outros competidores, que, após seguirem seus conselhos de investimento e perderem tudo com a criptomoeda falida, aceitam participar do jogo mortal que explora o desespero de pessoas endividadas.
Para agravar a tensão, a ex-namorada grávida do youtuber também ingressa no jogo, após também perder todas as finanças acreditando nas promessas do influenciador. Em uma cena impactante, o jogador “333” tenta persuadi-la a continuar competindo, prometendo que ele multiplicará o prêmio dela com novos investimentos no futuro. A atitude demonstra que, apesar das perdas, a ganância ainda predomina, levando-o a arriscar não apenas a própria vida, mas também a da ex-parceira e do filho que está por vir.
Em notas de imprensa, o diretor da série Hwang Dong-hyuk explica sua visão: “Por meio dos jogadores no jogo, eu queria perguntar: não é assim que nossa sociedade se parece agora? Essas pessoas não são exatamente quem somos? Coisas que eram bizarras e irreais uma década atrás infelizmente se tornaram muito realistas agora.”
Do Kwon: possível inspiração para Round 6?
Embora fictícia, a narrativa reflete uma realidade dolorosa para a juventude sul-coreana, que, nos últimos anos, enxergou nas criptomoedas uma promessa de ascensão econômica. No entanto, muitos acabaram sendo prejudicados por figuras mal-intencionadas, sendo talvez a mais emblemática a de Do Kwon, magnata sul-coreano fundador do ecossistema Terra (LUNA).
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Após atingir um pico de sucesso no mercado, o projeto liderado por Do Kwon colapsou, levando o preço da criptomoeda LUNA de um recorde de US$ 119 a zero em poucos dias. O colapso resultou em enormes prejuízos para milhares de investidores e desencadeou uma onda de falências em toda a indústria cripto.
Assim como a moeda fictícia promovida pelo youtuber retratado em Round 6, os projetos do ecossistema Terra Luna, como o Anchor Protocol, prometiam rendimentos anuais de 19,5% e garantia de baixo risco, iludindo investidores com a ideia de ganhos fáceis e seguros. No entanto, a promessa de enriquecimento logo se transformou em um pesadelo quando a stablecoin algorítmica UST perdeu sua paridade com o dólar, provocando também a desvalorização completa da LUNA.
Como rosto principal do projeto, Do Kwon tornou-se o maior alvo das críticas, enfrentando ameaças e até mesmo tendo seu apartamento invadido por investidores revoltados. Na tentativa de escapar das consequências, Kwon fugiu, mas seu plano foi frustrado em março de 2023, quando foi preso na fronteira de Montenegro usando um passaporte falso.
Desde então, Estados Unidos e Coreia do Sul disputaram intensamente o direito de extraditar Do Kwon, já que ele enfrenta múltiplas acusações criminais em ambos os países. O embate ganhou um desfecho nesta semana, quando Do Kwon foi finalmente extraditado para os Estados Unidos, onde responderá pelas acusações em território americano.
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