Um relatório da empresa de segurança em blockchain, CipherTrace, divulgado nesta semana, revelou que de janeiro a outubro deste ano roubos a criptomoedas por hackers totalizaram US$ 927 milhões (R$ 3,5 bilhões), um aumento próximo a 250% em relação ao ano passado.
De acordo com a Reuters, este resultado é devido à popularidade do Bitcoin e ao surgimento de mais de 1.600 criptoativos e tokens, pois expandiu-se oportunidades de crimes e fraudes, atraindo mais cibercriminosos para o setor de criptomoedas.
Em 2017, o valor roubado de exchanges foi de US$ 266 milhões, cerca de 1 bilhão de reais.
O relatório também revelou que houve um aumento a roubos considerados menores, na faixa de US$ 20 a US$ 60 milhões. Ocorrências que envolveram valores nesta média totalizou US$ 173 milhões (aproximadamente R$ 650 milhões) somente no terceiro trimestre, segundo relatório.
“Os reguladores estão muito atrasados. Há poucos países que realmente aplicam leis fortes contra a lavagem de dinheiro”, disse o diretor executivo da CipherTrace, Dave Jevans, à Reuters.
Jevans, que também é presidente da Anti-Phishing Working Group, disse que nem todas as ocorrências fizeram parte do relatório, apenas as mais significativas. Ele acredita que o número de transações criminosas pode ser maior em 50%.
Outro dado importante do relatório é que a equipe da CipherTrace analisou cerca de 350 milhões de transações de 20 das principais exchanges de criptomoedas do mundo e constatou que elas foram usadas para lavar US$ 2,5 bilhões (R$ 9,3 bilhões) em bitcoins desde 2009.
A CipherTrace cruzou, então, essa transações com 100 milhões de transações da base de dados que a empresa acumulou durante várias investigações de atividades criminosas.
No entanto, o documento não cita quais são essas bolsas. A informação é apenas de que elas se localizam em países fracos em regulamentos, como os ditados pela Anti-Money Laundering (AML), órgão internacional anti-lavagem de dinheiro.
Isso ainda não é tudo. As 20 bolsas foram usadas para transacionar 236.979 bitcoins em atos ilícitos, o equivalente a aproximadamente US$ 1,5 bilhão (R$ 5.5 bilhões), considerando o valor atual do criptoativo, diz o relatório.
Jevans disse que todas as exchanges recebem esses fundos ilícitos e que isso é muito difícil de evitar.
Ele explicou:
“Você realmente não pode detê-los. E aqui está a razão. Nós aprendemos sobre as coisas criminosas muitas vezes depois que aconteceu. Então não há como saber em tempo real. Você pode saber 80% ou 90%, mas é impossível saber 100%”.
Roubo recente de criptomoedas
O caso mais recente de roubo de criptomoedas em exchange foi o da japonesa Zaif no mês passado. Ela teve seu sistema invadido por cerca de duas horas no dia 14 de setembro.
Porém, o problema foi detectado somente três dias depois (17) e o roubo confirmado no dia seguinte (18), notificando as autoridades e suspendendo depósitos e serviços de retirada.
Os hackers conseguiram violar as hot wallets da bolsa e roubaram 5.966 bitcoins, além de quantias em bitcoin cash e Monacoin.
Na ocasião, o prejuízo foi estimado em 6,7 bilhões de ienes, equivalentes a R$ 246 milhões. Desses 6,7 bilhões, 4,5 bi seriam de clientes e o restante da própria Zaif.
No início deste mês, a Tech Bureau, responsável pela exchange, disse que precisa tempo para estabelecer um método de ressarcimento dos investidores prejudicados pelo ataque — a empresa já havia anunciado o prazo até o final setembro, mas não cumpriu.
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