Rivais do Ethereum também vem sofrendo com altas taxas de transação

Ethereum possui um problema de taxas de gas. Embora suas adversárias, como Solana e Avalanche, têm taxas bem menores, não estão imunes a picos de alta conforme crescem
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Foto: Shutterstock

Há algumas semanas, o debate sobre as altas taxas de gas da Ethereum e a usabilidade esquentou de novo em uma época em que redes adversárias de contratos autônomos, como Solana e Avalanche, estão ganhando força.

Porém, taxas de gas vão provavelmente continuar sendo um grande problema no setor de Finanças Descentralizadas (ou DeFi, na sigla em inglês), não importa qual blockchain você usa.

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Ethereum, o primeiro e mais popular blockchain de primeira camada com contratos autônomos, é extremamente caro de usar.

Simples conversões de tokens em corretoras descentralizadas (ou DEXs) podem buscar centenas de dólares, sem mencionar atividades DeFi mais complexas, como “yield farming” (estratégia de maximização de lucros).

E isso não é um fenômeno novo. Se você pensar em 2017, um joguinho cripto chamado CryptoKitties viralizou e gerou um caos parecido nas taxas de gas da Ethereum.

Felizmente, as taxas de gas diminuíram. No entanto, agora, voltaram para se vingar.

Problemas da rede Ethereum

Na verdade, ao longo deste ciclo de alta, que podemos dizer que começou em janeiro de 2020, taxas na Ethereum continuam sendo um assunto doloroso no debate entre usuários.

Sem dúvidas, houve auges e quedas, mas o preço médio de gas nunca esteve tão alto por tanto tempo. Isso porque, conforme o ciclo de alta continua, mais usuários entram para a rede todos os dias.

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Preços de gas na Ethereum desde 1º de janeiro de 2020 (Imagem: Etherscan)

Essa narrativa tem sido uma dádiva para redes adversárias de primeira cama, principalmente Solana e Avalanche. Se apresentam como uma experiência igualmente rica como na Ethereum, sem o custo proibitivo de transacionar.

Ao longo do tempo, essas redes mantiveram sua promessa.

Taxas na Solana e Avalance

Um grupo das transações mais recentes no Solana possui um custo de apenas 0,000005 SOL ou, a preços atuais, US$ 0,00107, uma fração de centavo. No Avalanche, o preço de transações também é baixo, em que o custo médio chegou a 58 nAVAX ou US$ 0,0000064525.

É importante mencionar que apenas 1 nAVAX é equivalente a 0,000000001 AVAX.

Para fins de contexto, depositar apenas 50 USDC no popular serviço de tomada e concessão de empréstimos Aave, na Ethereum, custa cerca de US$ 156.

(Imagem: Aave)

A mesma transação no Avalanche custa 0,01007 AVAX, ou US$ 1,13. Kevin Sekniqi, diretor de operações do Avalanche, também disse que as estimativas de taxas mostradas em carteiras populares de cripto estão incorretas. Então mesmo aquele US$ 1,13 pode estar alto.

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(Imagem: MetaMask)

Se você acabou de entrar para o mundo cripto e só agora está entrando para esse debate, escolher um dos dois blockchains é bem fácil. Gastar cerca de US$ 1 em vez de mais de US$ 100 pelo mesmo serviço é algo óbvio.

Mas se você esteve no ecossistema Avalanche nos últimos três meses, você ainda pode estar um pouco irritado.

“Quase US$ 2 por uma pequena transação no Pangolin”, afirmou um editor do Reddit em agosto ao usar a DEX Pangolin no Avalanche.

“Parece que ninguém fala sobre isso. Só eu me importo? Como você quer criar jogos P2E [‘play-to-earn’] aqui? Provavelmente vou voltar para um blockchain com baixas taxas.”

Outro publicou: “Estou bem impressionado com a velocidade dessa rede mas, em termos de taxas, as redes Polygon e Kucoin são beeeem mais baratas. Faço mais de mil transações/semana, então AVAX, atualmente, não é para mim”.

Soa familiar?

É basicamente o mesmo debate que a comunidade Ethereum tem desde que a rede começou a passar por esse problema em 2017. Se Avalanche continuar ganhando mais parte do mercado, espere que muitos desses mesmos problemas no futuro.

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O próprio Sekniqi admitiu que não espera que Avalanche processe “milhares de transações por segundo a baixas taxas”.

Assim como a Ethereum, Avalanche possui uma solução de escalabilidade para esse problema.

Chamada de “Subnets”, são parecidas com os sidechains na Ethereum, que agrupam atividades fora da rede principal da rede e permitem uma maior taxa de processamento e baixos custos.

Existe muito a ser debatido sobre as similaridades e diferenças entre ambos os blockchains, mas é compreensível o que está acontecendo aqui.

Esses tipos de redes são mercados de taxa, onde transações competem por espaço em blocos para que sejam processadas. Conforme o espaço por bloco é preenchido por conta de uma alta na atividade, esse mercado se torna ainda mais competitivo.

Se você está jogando esse jogo, como Avalanche, Solana e Ethereum estão, uma das principais formas de aliviar a competição é aumentar o tamanho de blocos (mas é claro que existem outros). Isso é basicamente o que Solana e Avalanche fizeram.

A desvantagem aqui é que se tornar um operador ou validador de nós em tais redes exige altas demandas de hardware, pois esses blocos registram bastantes dados.

Isso pode causar um risco de centralização conforme participantes menores ficam de fora, em termos financeiros, de se tornarem operadores ou validadores.

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Não importa como você divide: mais atividade inevitavelmente resulta em preços mais altos.

Para piorar a situação, se imaginarmos que a tecnologia blockchain deve ser o alicerce de todos os mercados financeiros, o atual ambiente criado indica que o futuro provavelmente será caro.

*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização de Decrypt.co.