A Comissão de Valores Mobiliários (SEC) dos Estados Unidos ordenou, em caráter emergencial, o encerramento de uma oferta fraudulenta de criptomoedas em andamento que tinha como alvo a comunidade latina do país.
A CryptoFX, uma empresa com sede no Texas dirigida por Mauricio Chávez e Giorgio Benvenuto, ambos residentes de Houston, supostamente “usou o poder de atração e de novidade das criptomoedas para solicitar dinheiro de investidores pouco sofisticados”, prometendo retornos muito grandes sobre seus investimentos, de acordo com um documento da SEC divulgado segunda-feira (03).
Apesar de não ter experiência, nome no setor ou treinamento em investimentos ou criptoativos, Chávez tem ministrado aulas remuneradas “com o propósito ostensivo de educar e capacitar a comunidade latina a construir riqueza por meio da negociação e investimento desse tipo de ativos digitais,” diz o documento.
No entanto, esses seminários, realizados desde 2020, “eram apenas canais para solicitar aos investidores que entregassem seu dinheiro à CryptoFX”, com a empresa usando um sistema de referência para recrutar novos investidores, de acordo com a queixa apresentada no Tribunal Distrital dos EUA para o distrito sul do Texas.
Chávez também supostamente forneceu aos investidores documentos falsos que, entre outras coisas, exageraram sua experiência no setor cripto e garantiram que eles não teriam quaisquer perdas.
Estilo de vida luxuoso
A CryptoFX acabou levantando mais de US$ 12 milhões de mais de 5.000 investidores, de acordo com a SEC.
No entanto, em vez de usar o dinheiro para o objetivo declarado de obter lucros com o comércio de criptomoedas, Chávez usou mais de 90% dos fundos para pagar retornos falsos aos investidores e apoiar seu estilo de vida luxuoso que incluía carros, joias, entretenimento adulto, uma casa comprada em nome de sua esposa, além da compra de imóveis que ele e Benvenuto controlavam.
Enquanto isso, Benvenuto é acusado de solicitar a participação de um grande investidor no esquema e desviar os fundos para si mesmo e para o CBT Group, LLC, uma empresa que ele possuía com Chávez.
A SEC alega que os co-fundadores da CryptoFX gastaram aproximadamente US$ 2,7 milhões em retornos falsos para alguns investidores, a fim de tornar sua história mais credível, enquanto desviavam ilegalmente quase US$ 8 milhões para seu próprio uso.
A queixa acusa os réus de violar as leis federais de Valores Mobiliários, com a SEC buscando “medidas cautelares permanentes, penalidades civis e o retorno de ganhos ilícitos com juros”, além de impedir Chávez e Benvenuto de servirem como agentes ou diretores de qualquer empresa pública.
No mês passado, um homem da Flórida se declarou culpado em um tribunal distrital federal de participar de um esquema Ponzi baseado em criptoativos que fraudou investidores em aproximadamente US$ 100 milhões.
Por quase dois anos, Joshua David Nicholas, de Stuart, FL, atuou como o “trader principal” da EmpiresX, uma plataforma de investimento em criptomoedas que prometia aos investidores lucros diários de um por cento, alcançados através de um bot de negociação que, na realidade, nunca existiu.
*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt