A Binance, que completa quatro anos em julho, está em meio a seu inferno astral, no jargão da astrologia. Nos últimos dois dias, os reguladores da Tailândia, Ilhas Cayman e Cingapura emitiram alertas contra a corretora.
Em comunicado publicado nesta sexta-feira (2), a Comissão de Valores Mobiliárias da Tailândia (SEC) anunciou que entrou com uma queixa criminal contra a exchange por negociar ativos digitais sem licença:
“Seguindo dicas e uma inspeção mais aprofundada da SEC, foi descoberto que a Binance forneceu serviços de plataforma para negociação ou troca de ativos digitais através de seu site, combinando ordens ou organizando as contrapartes ou fornecendo o sistema”.
De acordo com o regulador, operar sem autorização é crime passível de reclusão de dois a cinco anos, além de multa diária. A SEC informou ainda que a queixa-crime é apenas o início de um processo penal. Disse também que a Binance já havia sido avisada sobre irregularidades em abril, mas não teria se manifestado.
Ilhas Cayman e Cingapura
No caso das Ilhas Cayman, a autoritária monetária do território (CIMA) comunicou também nesta sexta-feira que a Binance não está registrada, licenciada ou regulamentada para operar serviços de criptomoedas na região.
O regulador disse que se manifestou porque reportagens recentes alegaram que a exchange teria sido incorporada ao território. A CIMA reforçou também que investiga a empresa.
“A Autoridade está atualmente investigando se a Binance, o Binance Group, o Binance Holdings Limited ou qualquer outra empresa afiliada a este grupo de empresas têm quaisquer atividades operando nas Ilhas Cayman que possam estar dentro do escopo da supervisão regulatória da Autoridade”.
Já o regulador financeiro de Cingapura disse para a Bloomberg na quinta-feira (1º) que, por causa da repressão global contra a exchange, vai acompanhar de perto as operações da empresa no país.
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“Estamos cientes das ações tomadas por outras autoridades regulatórias contra a Binance e faremos o acompanhamento conforme apropriado”, afirmou a entidade para o veículo.
O que disse a Binance
Em nota enviada ao Portal do Bitcoin, a Binance disse que “trabalha com os reguladores para resolver quaisquer dúvidas que possam ter”.
Especificamente sobre as Ilhas Cayman, a exchange disse que a corretora trabalha de forma descentralizada e “não opera uma bolsa de criptomoedas fora das Ilhas Cayman, conforme relatado incorretamente em alguns artigos da mídia”.
Disse ainda que tem “entidades constituídas de acordo com as leis das Ilhas Cayman, realizando atividades permitidas por lei e não relacionadas às atividades operacionais de negociação de criptomoedas.”
No Twitter, Changpeng “CZ” Zhao, CEO da exchange, disse que ele e equipe não fazem “debates e brigas”, mas se concentram na “resolução de problemas”. Nesta semana, a empresa também comunicou que implantou uma solução comercial para se adequar às regulamentações globais.
Mais problemas
A Binance frequentemente está na mira das autoridades ao redor do mundo. No final de junho, foi a vez do governo japonês emitir um aviso afirmando que a exchange continua a operar no país sem registro formal. O principal regulador financeiro do país já havia emitido a mesma alerta contra a corretora em 2018.
Na mesma semana, a corretora fechou as operações na maior província do Canadá e também recebeu um alerta dos reguladores do Reino Unido sobre proibição da oferta de produtos financeiros como derivativos ou futuros. A exchange, contudo, não foi proibida de operar no país.