Receita da Coinbase vai cair pela metade em 2022

CEO da corretora de criptomoedas admite que recuo pode ser até superior a 50%; ações da exchange já perderam mais de 80% do valor no ano
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A Coinbase terá metade da receita este ano em meio ao inverno cripto, disse o CEO da empresa, Brian Armstrong.

Falando para a Bloomberg TV na terça-feira (6), Armstrong disse que no ano passado a corretora de criptomoedas arrecadou cerca de US$ 7 bilhões. Ele acrescentou, no entanto, que “este ano, com tudo caindo, está parecendo que será cerca de metade disso ou menos.”

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No exercício financeiro de 2021, a exchange cripto arrecadou quase US$ 7,84 bilhões, de acordo com sua carta anual aos acionistas. Na mesma carta, publicada em fevereiro de 2022, a empresa disse que os seus planos para o ano incluíam “um crescimento ambicioso do número de funcionários.”

Mas apenas alguns meses depois, Armstrong admitiu que a empresa tinha “exagerado nas contratações”, cortando 1.100 cargos em uma tentativa de se preparar para um inverno cripto” prolongado”. Outros 60 funcionários foram demitidos no mês passado.

O mercado já se preparou para um ano bem menos impressionante da Coinbase, com o preço das ações da empresa caindo 83,5% desde o início de 2022.

Em seus resultados do terceiro trimestre, divulgados no mês passado, a Coinbase apontou para uma queda nos volumes de negociação, já que sua receita líquida no período caiu 28%, para US$ 576 milhões.

CEO define FTX como uma ‘marca negra’

Armstrong também disse à Bloomberg que havia uma clara necessidade de regulamentação no mundo dos criptoativos e que ele espera que algo seja implementado nos EUA já em 2023.

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Ele também reiterou sua opinião de que a FTX era um “mau ator” na indústria cripto, alguns dias depois de dizer que os fundos que faltavam da empresa haviam sido “roubados.”

“Eu acho que a queda do FTX é um pouco de uma marca negra para a indústria. Não é representativo de toda a indústria, é claro”, disse ele. “Nas finanças tradicionais, vemos também maus atores, como Bernie Madoff ou o que aconteceu na Enron.” 

Ele continuou dizendo que a crise serviria como um alerta aos reguladores para que promulgassem uma legislação específica.

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.

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