Uma carteira de Bitcoin ligada à GAS Consultoria, pirâmide financeira criada por Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó do Bitcoin”, voltou a ser movimentada após ficar 14 meses inativa.
Foram movimentados 1.395 BTC – cerca de R$ 163 milhões na atual cotação da criptomoeda -, que deixaram a carteira bc1qt7jjpqdfvqhtqkadlnuhzzem2tateg7mm0y95w na manhã da última terça-feira (28).
A movimentação foi divulgada no Instagram da Blockseer, empresa de investigação de blockchain. Eles afirmam que o endereço de Bitcoin consta como ligado à GAS Consultoria em um laudo do processo do Ministério Público Federal contra a empresa.
Embora o processo esteja atualmente em segredo de justiça, o Portal do Bitcoin confirmou a informação junto aos advogados Artêmio Picanço e Pedro Torres, que atendem investidores lesados pela pirâmide financeira.
O processo encabeçado por Picanço descreve como, no dia 11 de dezembro de 2021, essa carteira em questão recebeu 1.395,03 BTC de outra carteira (bc1…x6hg) também identificada como sendo da GAS Consultoria.
A origem dessas criptomoedas, segundo o advogado, foi uma série de transações feitas pela esposa de Glaidson, Mirelis Zerpa, em 26 de outubro de 2021, pouco tempo depois de seu marido ser preso durante a operação Kryptos da Polícia Federal.
Naquele final de ano, Mirelis supostamente espalhou para diferentes carteiras de bitcoin o balanço original de 1.950 BTC, com a maior parte (os 1.395 BTC) indo para a carteira que voltou a ser movimentada essa semana.
Para onde foi parar o bitcoin?
Os 1.395 BTC que deixaram a carteira da GAS Consultoria na terça-feira tiveram três destinos diferentes. Ao rastrear o endereço na blockchain, é possível ver que, até o fim da tarde desta sexta-feira (3), 1.300 BTC encontram-se na carteira bc1…q8qd; 94,9 BTC na carteira bc1…09tc; e 0,1 BTC na carteira bc1…r3dn.
Esse trio de carteiras não havia recebido nenhuma transação até então, o que significa que foram criados justamente para receber esses fundos.
Até o momento, o Bitcoin segue parado na blockchain. Caso eles sejam transferidos para a carteira de uma exchange de criptomoedas, possivelmente serão liquidados no mercado.
Vale ressaltar que Mirelis Zerpa, que supostamente moveu esses bitcoins em 2021, segue em liberdade já que não foi encontrada pela Polícia Federal durante a operação que derrubou a GAS Consultoria. Acredita-se que a venezuelana mora atualmente nos Estados Unidos.
Glaidson Acácio dos Santos, por outro lado, segue detido no Brasil. Em janeiro deste ano, ele foi transferido do presídio de Bangu 1, no Rio de Janeiro, para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná.
O pedido de transferência foi feito pelo juiz do TJ-RJ Marcello Rubioli, após surgir indícios de que Glaidson continuava liderando sua organização criminosa a partir do presídio, chegando inclusive a corromper agentes do Estado no processo.
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